Revista do Villa
Revista do Villa
Revista do Villa
Revista luso-brasileira de conteúdo sobre cultura, gastronomia, moda, turismo,
entretenimento, eventos sociais, bem-estar, life style e muito mais...
Resultados encontrados para busca vazia
- Bravo Tenores In Concert celebra os grandes clássicos italianos com orquestra e emoção no Teatro Riachuelo Rio
Link com imagens: https://drive.google.com/drive/folders/1kA34IfMX0vz_wPG0ixrLucN9vmKxbL2C Um show inteiro com os maiores clássicos italianos em um palco com três tenores acompanhados de uma orquestra. É o que promete o espetáculo Bravo Tenores In Concert , com a regência do maestro Renato Misiuk, no próximo dia 11 de novembro , no Teatro Riachuelo Rio . Criado em 2015, o espetáculo fez sua grande estreia no Espaço das Américas, em São Paulo, para um público de 8 mil pessoas, dividido em duas sessões. O crossover de estilos está sempre presente com os “Bravos”. Juntar, numa mesma canção, o protagonista do musical O Rei Leão com o Turandot da Ópera de Manaus é possível? Sim, é o que veremos e ouviremos ao vivo. Juntar um cantor oficial da Disney com o grande solista da Festa de San Genaro dá certo? Acontece em nosso palco. O apresentador Ronnie Von disse em seu programa, quando conheceu os tenores: “Que me desculpem os queridos Pavarotti, Carreras e Plácido Domingo, mas esses meninos são a reencarnação do original — e têm uma vantagem: são brasileiros. Não perco o show deles por nada.” Teatro Riachuelo Rio O prédio, tombado como patrimônio histórico-cultural, é imponente e se destaca na Rua do Passeio, número 40 , reunindo passado, presente e futuro em um só lugar. O ícone da belle époque brasileira ficou com as portas fechadas por dois anos até 2016, quando foi devolvido à população como Teatro Riachuelo Rio, sempre com uma programação plural e acessível. Desde então, foram realizadas diversas peças, musicais, concertos e shows. Com uma área de aproximadamente 3.500 m², o teatro oferece uma estrutura completa para seus frequentadores, incluindo foyer, salas de ensaio, escritórios, camarins, área externa e uma grande sala com plateia para 999 pessoas. Mais do que um espaço físico, o teatro representa um compromisso com a promoção da cultura e da arte em suas diversas formas. O espaço conta ainda como o Bettina, Café & Arte, que além de abrir como bomboniere para atender ao público do teatro, funciona também para café da manhã e almoço. Serviço: Nome: Bravo Tenores in Concert Data e horário: 11 de novembro, 20h Vendas: https://www.ingresso.com/espetaculos/bravo-tenores-in-concert1 Classificação: 12 anos Duração : 90 minutos Valores : Plateia VIP - R$ 280,00 Plateia - R$ 240,00 Balcão Nobre - R$ 200,00 Balcão 1 - R$ 160,00 Balcão 2 - R$ 50,00 Alex Varela
- ‘Festival Todos no TGG’ acontece de 3 de novembro a 2 de dezembro e reúne grandes nomes da cena teatral brasileira
Na primeira semana, espetáculos com Zezé Motta, Othon Bastos, Kelzy Ecard, Armazém Cia de Teatro, Clarice Niskier e Clayton Nascimento Fotos em alta resolução TEATRO GLÁUCIO GILL COMEMORA 60 ANOS COM 30 PEÇAS EM 30 DIAS COM INGRESSOS A VINTE REAIS O Teatro Gláucio Gill , um dos mais tradicionais palcos do Rio de Janeiro, comemora seis décadas de história com uma programação inédita: 30 espetáculos em 30 dias , de 3 de novembro a 2 de dezembro de 2025 . Todos no TGG – 60 anos do Teatro Gláucio Gill celebra a trajetória do espaço que, desde 1965, é símbolo de resistência, criatividade e diversidade artística em Copacabana. A maratona teatral reunirá grandes nomes das artes cênicas, entre artistas e companhias, trazendo ao público nova oportunidade para conferir espetáculos de sucesso com ingressos populares. Clássicos e obras contemporâneas se revezarão no palco, compondo um panorama vibrante da produção teatral brasileira. “Eu acredito que esse palco sagrado pertence à classe artística e à multiplicidade que a cultura tem. Pensando nisso, resolvemos comemorar esses 60 anos com um projeto em que todos pudessem passar por esse palco, trocar experiências em um só mês”, explica Rafael Raposo , diretor do Teatro Gláucio Gill . “A programação é diversa e prestigia principalmente os fazedores das artes cênicas do estado do Rio de Janeiro. As cias mais representativas estão com a gente, assim como os espetáculos emblemáticos que ajudaram a potencializar a cultura do estado do Rio. E assim é o Gláucio Gill: diverso, contemporâneo e abrigando um festival bastante desafiador, com 30 espetáculos num período tão pequeno, em um único espaço cênico”, conclui. Para abrir o festival, Zezé Motta apresenta o recital com piano Atendendo a pedidos , na segunda-feira, dia 3 de novembro . Na terça, 4, a atração é o monólogo Não me entrego, não , com Othon Bastos , seguido por Meu caro amigo , com Kelzy Ecard (5/11); Neva , com a Armazém Cia de Teatro (6/11); Caravana alucinada , da Cia Teatro Independente (7/11) e os solos Alma imoral , com Clarice Niskier (8/11) e Macacos , de Clayton Nascimento (no domingo 9/11), fechando a primeira semana. Silvero Pereira apresenta na segunda-feira, dia 10, Pequeno monstro ; Stella Maria Rodrigues e André Celant trazem Alzira Power (11/11); a Cia dos Atores mostra Conselho de classe (12/11), e o grupo Teatro de Anônimo interpreta Noites de Parangolé (13/11). A palavra que resta é o espetáculo da Cia Atores de Laura , no dia 14, seguido por Raul Seixas – O Musical , com Bruce Gomlevsky (15/11), e Mãe de Santo , monólogo de Vilma Melo (16/11). Professor Samba , com Édio Nunes, Jorge Maya e Milton Filho , é o espetáculo do dia 17. Na terça 18, a Cia Omondé apresenta O Último ensaio . Mãe arrependida , com Karla Tenório , ocupa o palco do TGG no dia 19. Pelada, a hora da gaymada é a peça do Complexo Negra Palavra , no dia 20 de novembro, quinta. O fim de semana começa na sexta 21 com O Legado , da Companhia de Teatro Íntimo , seguido por Cabeça , do Complexo Duplo (22/11), e termina no domingo 23 com Meu corpo está aqui , com Pedro Fernandes , Bruno Ramos , Haone Thinar e Juliana Caldas . Na segunda 24, é a vez de Toda donzela , com Bruce Gomlevsky , Letícia Isnard , Carolina Pismel , Danilo Maia e Lucas Sampaio . A Descoberta das Américas , monólogo de Júlio Adrião (25/11); O Figurante , com Mateus Solano (26/11); Claustrofobia , com Márcio Vito (27/11); In on It , com Enrique Diaz e Emilio de Mello (28/11); Selvagem , com Felipe Haiut (29/11), e o espetáculo Órfãos , com Lucas Drummond , Ernani Moraes e Rafael Queiroz , no domingo 30, fecham a programação de novembro. O festival segue pelo mês de dezembro com o espetáculo Porque não nós , com Samuel de Assis , Amaury Lorenzo e Felipe Velozo , no dia 1º, segunda, e termina em grande estilo com a, Alma Brasileira , com Marco Nanini e convidado, no dia 2. Além de homenagear artistas e companhias que fizeram parte da história do teatro, o projeto também abre espaço para novos criadores, reafirmando o compromisso do TGG com a democratização da cena e a valorização da produção local. Segundo Rafael Raposo , o festival simboliza o reencontro entre passado e futuro: “O Gláucio Gill chega aos 60 anos em plena vitalidade, celebrando o que o define desde sempre — a diversidade e o desejo de estar junto do público. Serão 30 dias de arte, memória e emoção em Copacabana”. PROGRAMAÇÃO: Primeira semana Dia 3 (segunda) – Atendendo a pedidos (Zezé Motta) Dia 4 (terça) - Não me entrego, não (Othon Bastos) Dia 5 (quarta) - Meu caro amigo (Kelzy Ecard) Dia 6 (quinta) - Neva (Armazém Cia de Teatro) Dia 7 (sexta) - Caravana Alucinada (Cia Teatro Independente) Dia 8 (sábado) - Alma Imoral (Clarice Niskier) Dia 9 (domingo) - Macacos (Clayton Nascimento) Segunda semana Dia 10 (segunda) - Pequeno Monstro (Silvero Pereira) Dia 11 (terça) - Alzira Power (Stella Maria Rodrigues e André Celant) Dia 12 (quarta) - Conselho de Classe (Cia dos Atores) Dia 13 (quinta) - Noites de Parangolé (Teatro de Anônimo) Dia 14 (sexta) - A palavra que resta (Cia Atores de Laura) Dia 15 (sábado) - Raul Seixas – O Musical (Bruce Gomlevsky) Dia 16 (domingo) - Mãe de Santo (Vilma Melo) Terceira semana Dia 17 (segunda) – Professor Samba (Édio Nunes, Jorge Maya e Milton Filho) Dia 18 (terça) - O Último Ensaio (Cia Omondé) Dia 19 (quarta) - Mãe arrependida (Karla Tenório) Dia 20 (quinta) - Pelada, a Hora da Gaymada (Complexo Negra Palavra) Dia 21 (sexta) - O Legado (Cia de Teatro Íntimo) Dia 22 (sábado) - Cabeça (Complexo Duplo) Dia 23 (domingo) - Meu corpo está aqui (Pedro Fernandes, Bruno Ramos, Haone Thinar e Juliana Caldas) Quarta semana Dia 24 (segunda) - Toda Donzela (Bruce Gomlevsky, Letícia Isnard, Carolina Pismel, Danilo Maia e Lucas Sampaio) Dia 25 (terça) - A Descoberta das Américas (Julio Adrião) Dia 26 (quarta) - O Figurante (Mateus Solano) Dia 27 (quinta) - Claustrofobia (Márcio Vito) Dia 28 (sexta) - In on It (Enrique Diaz e Emilio de Mello) Dia 29 (sábado) - Selvagem (Felipe Haiut) Dia 30 (domingo) - Órfãos (Lucas Drummond, Ernani Moraes e Rafael Queiroz) Quinta semana Dia 1º (segunda) - Porque não nós (Samuel de Assis, Amaury Lorenzo e Felipe Velozo) Dia 2 (terça) - Alma Brasileira (Marco Nanini e convidado) SERVIÇO: Festival Todos no TGG – 60 anos do Teatro Gláucio Gill De : 3 de novembro a 2 de dezembro Horário : 20h Local : Teatro Gláucio Gill Endereço : Praça Cardeal Arcoverde, s/nº - Copacabana Capacidade : 154 lugares Ingressos : R$20,00 e R$10 (meia) Vendas online : ElevenTickets Bilheteria : a partir do dia 31/10, de 16h às 22h As vendas de ingresso para cada semana são abertas na sexta anterior, tanto na bilheteria física (às 16h) como no site (a partir das 17h) Instagram : @teatroglauciogill Informações para a imprensa: Leila Grimming Iauaretê Comunicação leila.grimming@iauarete.com.br 21 98112-3390 Alan Diniz Xavante Comunicação alan@xavantecomunicacao.com.br 21 99473-6974 Dobbs | Scarpa Assessoria de Comunicação dobbs.scarpa@gmail.com Fábio Dobbs 21 99442-0753 Guilherme Scarpa 21 99653-1772 Cristina Granato
- Especial Dia Nacional da Cultura
Entrevista com o Professor João Daltro de Almeida Professor Daltro, o senhor tem uma trajetória impressionante na música brasileira. Poderia contar um pouco sobre sua formação e os primeiros passos na carreira? Sou João Daltro de Almeida, violinista, carioca, 86 anos de idade. Formei-me pelo Conservatório de Música em 1960, sob a orientação do Professor Santino Parpinelli. Desde muito jovem, vivi intensamente o universo musical. Atuei em mais de 30 conjuntos de música clássica e popular, tanto no Brasil quanto no exterior. E como foi a experiência de tocar sob a regência de nomes tão importantes da música mundial? Tive a honra de trabalhar sob as batutas de grandes maestros brasileiros e estrangeiros, como Eleazar de Carvalho, Isaac Karabtchevski, Kurt Mazur, Radamés Gnattalli, Alceu Bochino, Henrique Morelenbaum, H. Sudan, Olivieri De Fabritz, Nicolás Recigno e muitos outros. Cada um deles deixou uma marca única em minha formação artística. O senhor teve uma carreira longa também em orquestras renomadas. Quais momentos mais marcaram esse percurso? Durante meus 70 anos de profissão, fundei e participei de diversos conjuntos de câmara — entre eles, o Quarteto do Theatro Municipal, o Brasil Quarteto, o Quarteto da UFRJ, a Orquestra de Câmara do Brasil e a da Rádio MEC. Fui spalla da Orquestra Sinfônica Brasileira por 20 anos, com a qual realizei turnês pela Europa, Canadá e Estados Unidos. Também participei de 56 concertos com a Grande Orquestra de Paul Mauriat em uma tournée pelo Japão, Coreia e China. Aos 79 anos, o senhor conquistou um marco importante na carreira. Pode nos contar sobre esse momento? Sim. Aos 79 anos, por concurso de provas e títulos, concorri à Cadeira nº 38 da Academia Nacional de Música e fui aceito com louvor. Foi uma alegria imensa e um reconhecimento que guardo com muito carinho. Hoje, o senhor continua ativo no magistério e em grupos de câmara. Como é essa fase atual? Dedico-me ao ensino de violino e viola, e participo do Trio Schubert da Cidade de Araruama. Continuo gravando e fazendo música com a mesma paixão de sempre. Ao longo da carreira, também gravei vários CDs e integrei o Duo Trindade/Daltro por 15 anos, ao lado da pianista Ilze Trindade. O senhor viveu momentos emocionantes no palco. Há algum que o senhor recorda com especial carinho? Minha maior emoção como músico foi tocar em um hospital para crianças nos Estados Unidos — todas portadoras de câncer terminal. Foi uma experiência transformadora. E uma das maiores alegrias da minha vida foi executar Sheherazade, sob a regência de Kurt Mazur. Como o senhor vê o cenário da música de câmara no Brasil atualmente? Acredito que ainda há necessidade de mais incentivos, tanto do Governo quanto da iniciativa privada, para fortalecer a música de câmara brasileira e internacional. É um patrimônio cultural que precisa ser valorizado e preservado. E que mensagem o senhor deixaria aos jovens músicos que estão iniciando agora? Recomendo que observem sempre a ética profissional, que amem a música de forma total e que respeitem profundamente o público. Nossa vida é a música. A liberdade que ela traz, a igualdade que provoca e a fraternidade que inspira são os alimentos que nós, músicos, podemos proporcionar — e também receber. Criação de conteúdo digital: Delcio Marinho & ChatGPT #DiaNacionalDaCultura #RevistaDoVilla #JoãoDaltro #MúsicaBrasileira #CulturaViva --- NATIONAL CULTURE DAY SPECIAL Interview with Professor João Daltro de Almeida By DM – Revista do Villa DM – Professor Daltro, you have an impressive trajectory in Brazilian music. Could you tell us a little about your education and your early career? DALTRO – I am João Daltro de Almeida, violinist, born in Rio de Janeiro, 86 years old. I graduated from the Conservatory of Music in 1960, under the guidance of Professor Santino Parpinelli. Since a very young age, I have lived intensely within the musical universe, performing in more than 30 classical and popular ensembles in Brazil and abroad. DM – You have performed under the baton of some of the most important conductors in the world. What was that experience like? DALTRO – I had the honor of working with great Brazilian and international conductors such as Eleazar de Carvalho, Isaac Karabtchevski, Kurt Mazur, Radamés Gnattalli, Alceu Bochino, Henrique Morelenbaum, H. Sudan, Olivieri De Fabritz, Nicolás Recigno, among many others. Each one left a unique mark on my artistic formation. DM – You also had a long career in renowned orchestras. Which moments stand out the most for you? DALTRO – Throughout my 70-year career, I founded and participated in several chamber ensembles — including the Theatro Municipal Quartet, Brazil Quartet, UFRJ Quartet, the Chamber Orchestra of Brazil, and the Rádio MEC Orchestra. I served as concertmaster of the Brazilian Symphony Orchestra for 20 years, joining them on tours across Europe, Canada, and the United States. I also took part in 56 concerts with Paul Mauriat’s Grand Orchestra during a tour through Japan, Korea, and China. DM – At 79 years old, you achieved an important milestone in your career. Could you tell us about that? DALTRO – Yes. At the age of 79, through a public exam and merit evaluation, I was admitted with distinction to Chair No. 38 of the National Academy of Music. It was a moment of great joy and recognition that I hold dear. DM – Today you remain active in teaching and chamber music. How do you view this current stage of your life? DALTRO – I dedicate myself to teaching violin and viola, and I am part of the Schubert Trio of Araruama. I continue recording and making music with the same passion as always. Over the years, I have recorded several classical CDs and spent 15 years in the Trindade/Daltro Duo with pianist Ilze Trindade. DM – You’ve lived many emotional moments on stage. Is there one that stands out in your memory? DALTRO – My most emotional experience as a musician was performing in a hospital for children in the United States — all of them with terminal cancer. It was a deeply moving experience. Another of my greatest joys was playing Sheherazade under the direction of Kurt Mazur. DM – How do you see the current state of chamber music in Brazil? DALTRO – I believe there is still a great need for more support — both from the government and the private sector — to strengthen Brazilian and international chamber music. It is a cultural treasure that must be nurtured and preserved. DM – Finally, what message would you like to share with young musicians beginning their journeys today? DALTRO – I recommend that they always uphold professional ethics, love music completely, and show deep respect for the audience. Our life is music. The freedom it brings, the equality it provokes, and the fraternity it inspires are the nourishment that Digital Content Creation: Delcio Marinho & ChatGPT #NationalCultureDay #RevistaDoVilla #JoãoDaltro #BrazilianMusic #LivingCulture Delcio Marinho
- Esther Weitzman Companhia de Dança encanta o público com a obra “Matéria” no Teatro Cacilda Becker
Em curta temporada no Teatro Cacilda Becker, no Rio de Janeiro, a Esther Weitzman Companhia de Dança encantou a o público com o espetáculo inédito “Matéria” A apresentação reúne cinco bailarinos de longa trajetória na companhia — Bia Peixoto, Edney D’Conti, Fagner Santos, Milena Codeço e Rodrigo Gondim — em uma celebração da maturidade e da presença cênica conquistadas ao longo de anos de pesquisa corporal. Assinado por Esther Weitzman na concepção, coreografia e direção, “Matéria” é uma investigação sobre o movimento em sua forma mais essencial. A obra nasce de uma pesquisa sensorial, explorando momentos em que a notação coreográfica é suspensa, criando espaço para uma improvisação controlada e um diálogo contínuo entre os intérpretes. Em certos momentos, o efeito chega a ser hipnótico. O resultado é um espetáculo que combina rigor técnico e sensibilidade artística. A coreografia se revela por meio de pausas, fluxos e gestos que refletem a escuta do corpo e do tempo, traço marcante da obra . A ambientação minimalista e a trilha sonora cuidadosamente construída aumentam a imersão, conduzindo o público a um estado de concentração e introspecção. O silêncio profundo no ato final da apresentação e a incapacidade de reação da plateia confirmam o poder de envolvimento da obra, ao ponto de deixar o público sem reação - reafirmando a proposta deste trabalho incrível da Esther Weitzman Companhia de Dança na cena contemporânea. Um espetáculo que você quer assistir várias vezes, é pura terapia com uma trilha sonora que ecoa. Simplesmente hipnotizante! Ficha Técnica Concepção, Coreografia e Direção: Esther WeitzmanBailarinas e Bailarinos Criadores: Bia Peixoto, Edney D’Conti, Fagner Santos, Milena Codeço e Rodrigo GondimBailarino Criador Stand-in: Pedro QuaresmaClassificação: 12 anos Nando Andrade
- Brasil: Fliporto confirma celebração dos 20 anos com programação lusófona em Recife
Foto: arte divulgação/Fliporto2025 A edição comemorativa dos 20 anos da Festa Literária Internacional de Pernambuco (Fliporto) realiza-se entre 13 e 16 de novembro, no Parque Dona Lindu, em Recife, com uma programação que combina literatura, arte, sustentabilidade e homenagens a grandes nomes da poesia pernambucana. O tema deste ano, “Literatura, tecnologia, sustentabilidade, interfaces e diálogos”, orienta um conjunto de 18 mesas e painéis no Teatro Luiz Mendonça, reunindo escritores, artistas e pensadores do Brasil e do exterior. Os homenageados desta edição são Carlos Pena Filho e Miró da Muribeca, poetas que marcaram gerações e continuam a inspirar a cultura pernambucana. Um dos momentos mais aguardados será o espetáculo “Carlos Pena Filho e Miró da Muribeca cantam o Recife”, criado e dirigido por Ronaldo Correia de Brito, que celebra o lirismo e o olhar poético sobre a cidade. A programação inclui também o lançamento da nova edição do “Livro Geral”, de Carlos Pena Filho, organizada por Mário Hélio Gomes e publicada pela Editorial Novembro, de Portugal. O encerramento do festival será marcado por uma roda de poesia em homenagem a Dom Hélder Câmara, o “Dom da Paz”, símbolo da luta pela justiça social e pela solidariedade humana. A Livraria do Jardim será a livraria oficial do evento, responsável pelos lançamentos e por um espaço dedicado aos autores participantes. Já a área de convivência trará um café temático inspirado no Bar Savoy, ponto histórico de encontro de poetas e intelectuais do Recife, recriado especialmente para esta edição. A Fliporto Arte, instalada no Espaço Janete Costa, apresentará exposições, palestras e gastronomia assinada pelo chef César Santos, com destaque para a homenagem ao centenário do artista Reynaldo Fonseca e para a mostra do fotógrafo Gabriel Wickbold. O festival contará ainda com o Fliporto Cordel – Imeph, que valoriza a literatura popular nordestina e presta tributo ao poeta Chico Pedrosa, e com o Espaço UBE/Fliporto, dedicado à escrita feminina, que reunirá mais de dez autoras convidadas. Comprometida com a sustentabilidade, a Fliporto 2025 será um evento Carbon Free, compensando as emissões de carbono através do plantio de árvores em parceria com instituições ambientais. O programa ecológico incluirá ainda homenagens aos Baobás de Pernambuco e ações de sensibilização sobre a preservação da Caatinga. A Fliporto 2025 tem o apoio da Caixa Econômica Federal, do Governo de Pernambuco, da Fundarpe, do Porto Digital, da Livraria do Jardim, do Imeph Editora, do Instituto Camões, do Instituto Cervantes, do Instituto Dom Hélder Câmara, da Uninassau, entre outras instituições parceiras. Com esta edição comemorativa no Recife, a Fliporto encerra um ciclo iniciado em Portugal, onde, em outubro, realizou-se a Fliporto Portugal, em Matosinhos, em parceria com a Fundação Livraria Lello, marcando o início das celebrações das duas décadas do festival literário pernambucano. O programa do evento em Recife pode ser conhecido em: https://www.sympla.com.br/evento/fliporto-festa-literaria-internacional-de-pernambuco/3196529?referrer=www.google.com&referrer=www.google.com Ígor Lopes
- CCBB RJ recebe festival de performances Atos de Fala
Governo Federal , Ministério da Cultura , Governo do Estado do Rio de Janeiro , Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro , através da Política Nacional Aldir Blanc , apresentam Banco do Brasil apresenta e patrocina Em sua sétima edição, festival Atos de Fala acontece entre 13 e 23 de novembro, no CCBB RJ Criado há 14 anos pelos curadores Cristina Becker e Felipe Ribeiro, o festival Atos de Fala está de volta à cena para sua sétima edição. Pela primeira vez, o evento será realizado no Teatro III do Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro , entre 13 e 23 de novembro de 2025. Na abertura, a artista Gabriela Carneiro da Cunha apresenta “Tapajós”. Inédita no Rio, a performance discute a contaminação por mercúrio das águas do Rio Tapajós e dos corpos dos seres humanos e não humanos que o habitam. Atos de Fala é apresentado pelo Ministério da Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro e Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, através da Política Nacional Aldir Blanc, e conta com o patrocínio do Banco do Brasil. Segundo um dos diretores artísticos, Felipe Ribeiro, “nesta edição, o mote da programação parte da obra do quilombola Antônio Bispo dos Santos (popularmente conhecido como Nêgo Bispo), que preferia ser chamado de tradutor em vez de pensador.” Bispo exaltava sua habilidade de traduzir os saberes quilombolas para a escrita, utilizando uma linguagem que não apenas transcreve, mas também reconstrói e ressignifica – ele mesmo se descrevia como um “lavrador de palavras”. Ao traduzir e compartilhar os saberes locais com o mundo, Bispo deu voz e legitimidade aos povos quilombolas e originários, contrastando com a tradução imposta pela cultura dominante. A programação Entre 13 e 23 de novembro, o festival apresenta 13 performances (12 inéditas no Rio), sendo sete trabalhos selecionados pela curadoria e seis projetos da Mostra Laboratório de Criação, escolhidos por meio de uma convocatória. Com concepção e direção de Gabriela Carneiro da Cunha, “Tapajós” (13 e 14/11) transformará o Teatro III em um laboratório de revelação fotográfica analógica, fazendo com que imagens e histórias surjam em meio ao risco de desaparecimento. Há mais de dez anos, a artista conduz o projeto de pesquisa “Margens sobre Rios, Buiúnas e Vagalumes”, no qual mergulha nas histórias que cercam os rios brasileiros em situação de catástrofe, sobretudo os da região Norte do Brasil, para escutá-las e ampliar seus testemunhos. “Tapajós” emerge de uma aliança multiespécie entre mães (da região do Tapajós, mães Munduruku, mães do Sairé, a mãe do peixe, a mãe da floresta e a mãe do rio), propondo que todo corpo pode ser habitado por uma mãe. Gabriela continua desenvolvendo sua linguagem artística alimentada pela escuta dos rios amazônicos, pela investigação das fronteiras entre ritual e performance, pela participação ativa do público e pela conexão simbólica entre o mercúrio que revela o ouro na água e o processo fotográfico. “Terra Nullius – Má Criação” (14 e 21/11) é um espetáculo-percurso da artista portuguesa Paula Diogo, que convida o público a caminhar pela cidade em grupo, com fones de ouvido, num trajeto estabelecido pela artista. O ponto de partida é a Praça Tiradentes, de onde o público segue a pé até o CCBB RJ. Baseado na ideia de “terra de ninguém” ( terra nullius ), um termo do direito internacional para territórios sem dono, a performance ultrapassa os limites da sala de teatro e ocupa a geografia urbana da cidade. Para cada local, um novo percurso é desenhado, criando uma sobreposição com a faixa sonora pré-existente. Para a artista, o termo terra nullius também traz um significado poético, uma ideia de território inexplorado, território não reclamado onde é possível viver fora de leis de mercado e de produção, uma espécie de oásis de liberdade onde seria possível recomeçar e repensar uma ideia de sociedade. Com concepção e performance do artista maranhense Tiyê Macau, “NIÑ(H)O – Ou uma Casa Provisória para o Nascimento do Invisível” (15/11) pode ser uma palestra, uma performance ou um espaço de esterilização da visão colonial. A obra propõe transformar o que foi silenciado pela colonização em novas formas de expressão e escuta. Um gesto para confiar a cura numa existência do impossível, afropindorâmica (afro e indígena), transmasculina e amazônica, que se manifesta no tensionamento entre os gestos, onde o corpo e a voz se alternam entre falar, dançar e ouvir. Na segunda semana de festival, a programação apresenta “Reconhecer e Perseguir” (20/11) e “Manejo” (21/11), performances criadas pelo polo de criação e produção de dança Pérfida Iguana, que investigam a dança pela via da história e da fabulação. Em “ Reconhecer e Perseguir ”, um grupo de pessoas tenta criar, repetidamente, um chão para dançar. Para produzi-lo, lançam mão de fragmentos históricos da dança e além. A cada tentativa, um novo chão surge, e abre caminho para outro futuro possível. No entanto, o chão tanto quanto o futuro são instáveis e seguem se transformando constantemente pelo esforço do grupo, revelando o poder do trabalho humano de construir coisas e destruí-las simultaneamente. O trabalho tem direção e performance de Carolina Callegaro, Raul Rachou e Renan Marcondes. Já em “ Manejo ”, os artistas Carolina Callegaro (bailarina e coreógrafa) e Renan Marcondes (artista visual e performer) retomam uma série de vídeos produzidos durante a pandemia entrelaçando-os a ações performáticas. Os vídeos pesquisam a relação entre movimento e o mundo das plantas, enquanto os artistas reencenam, na forma de depoimento, o percurso de questionamentos que suas obras sofreram por parte do poder público sobre a sua legitimidade como uma obra de dança. O relato aborda o longo processo jurídico desencadeado a partir disso e mostra como sua resolução transformou a percepção do grupo sobre o contexto de produção no Brasil. Criado pela performer e teórica da performance Eleonora Fabião, “T R A M A” (22/11) é um projeto fruto de uma residência artística no setor público. O trabalho resultou em um livro e agora ganha um desdobramento: uma nova performance com o mesmo nome e o lançamento da obra. A palestra-performance apresenta uma ação colaborativa entre artistas, servidoras e servidores municipais de diversos setores, com apoio de movimentos culturais cariocas. Ao longo de 2023, eles se reuniram em locais de poder para imaginar coletivamente projetos para a cidade e formas de executá-los. O resultado foi a elaboração de 19 propostas que, por meio desta publicação, continuarão a ser encaminhadas à Prefeitura do Rio de Janeiro. A artista plástica e cineasta cearense Darks Miranda e a filósofa, artista visual e performer Juliana Fausto assinam texto, direção, vídeos e dramaturgia de “Os Pombos Não São o que Parecem” (23/11). A performance é um filme ao vivo, dividido em três atos, em que pombas moram no Arquivo Nacional e buscam os mapas de volta para casa, galinhas põem ovos incessantemente e não são ouvidas por seus vizinhos, e morcegos são como armas mortíferas. Mostra Laboratório de Criação Como parte da nova edição, seis artistas residentes no estado do Rio de Janeiro foram selecionados, por meio de uma convocatória, para participarem de um laboratório de criação de palestras-performance. Segundo os curadores, o termo “palestra-performance” é bastante abrangente e engloba performances que ajam pela fala. Os resultados desses trabalhos integram a programação deste ano. Os artistas são de diferentes regiões do estado, expandido as fronteiras geográficas: “Biota” (Cinthia Mendonça/Serrinha do Alambari e Glória), “BRASA” (Dora Selva/Andaraí), “Corpo de Trabalho” (Flávia Naves/Laranjeiras), “Estalactite VII - Um Problema de Forma” (Fátima Aguiar/Guadalupe), “Noisé Nego” (Murillo Marques/São Gonçalo e Centro do Rio) e “Speak in Portuguese!” (Lucas Bebiano/Saúde). Sobre o Atos de Fala Atos de Fala é uma plataforma curatorial concebida por Felipe Ribeiro e Cristina Becker que, desde 2011, atua nos interstícios dos múltiplos campos artísticos investigando a relação entre a arte de performance e o texto. Cada edição do Festival é composta pelo agrupamento de artistas de diferentes áreas como as artes visuais, escultura, artes do vídeo, teatro, dança, performance, bem como poesia, escrita experimental, ativista e teórica. Cristina Becker afirma que “a missão do projeto é criar demanda por formatos híbridos, fortalecer o trânsito e a criação artística, e discutir motes de relevância global e local.” Sobre o CCBB RJ Inaugurado em 12 de outubro de 1989, o Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro marca o início do investimento do Banco do Brasil em cultura. Instalado em um edifício histórico, projetado pelo arquiteto do Império, Francisco Joaquim Bethencourt da Silva, é um marco da revitalização do centro histórico da cidade do Rio de Janeiro. São 35 anos ampliando a conexão dos brasileiros com a cultura com uma programação relevante, diversa e regular nas áreas de artes visuais, artes cênicas, cinema, música e ideias. Quando a cultura gera conexão ela inspira, sensibiliza, gera repertório, promove o pensamento crítico e tem o poder de impactar vidas. A cultura transforma o Brasil e os brasileiros e o CCBB promove o acesso às produções culturais nacionais e internacionais de maneira simples, inclusiva, com identificação e representatividade que celebram a pluralidade das manifestações culturais e a inovação que a sociedade manifesta. Acessível, contemporâneo, acolhedor, surpreendente: pra tudo que você imaginar. SERVIÇO Atos de Fala De 13 a 23 de novembro de 2025 Local: Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) – Teatro III Endereço: Rua Primeiro de Março, 66 - Centro – Rio de Janeiro/RJ Informações: (21) 3808-2020 | ccbbrio@bb.com.br Apresentações: “Tapajós” – dias 13 e 14/ 11 , às 19h “Terra Nullius – Má Criação” – dias 14 e 21/ 11 – às 16h30 (ponto de encontro na Praça Tiradentes) e às 17h (início do percurso em direção ao CCBB RJ) “NIÑ(H)O” – dia 15/ 11 , às 19h “ Reconhecer e Perseguir ” — dia 20/ 11 , às 19h “ Manejo ” – dia 21/ 11 , às 19h “T R A M A” – dia 22/ 11 , às 19h “Os Pombos Não São o que Parecem” – dia 23/11, às 18h. Mostra Laboratório de Criação – dia 16/11 às 18h e dias 17 e 19/11, às 19h Ingressos: R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia-entrada) à venda na bilheteria do CCBB ou no site bb.com.br/cultura Entrada gratuita para os espetáculos da Mostra Laboratório de Criação Meia-entrada para estudantes, maiores de 65 anos e pagamentos com cartões Banco do Brasil. Capacidade Teatro 3 : 86 lugares. Classificação: 16 anos Funcionamento CCBB : De quarta a segunda, das 9h às 20h (fecha às terças). ATENÇÃO: Domingos, das 8h às 9h - horário de atendimento exclusivo para visitação de pessoas com deficiências intelectuais e/ou mentais e seus acompanhantes, conforme determinação legal (Lei Municipal nº 6.278/2017) Assessoria de imprensa CCBB RJ Flávia Pinheiro maria.flavia@bb.com.br - (21) 3808-0150 (21) 99972-6933 Siga o CCBB RJ nas redes sociais bb.com.br/cultura | facebook.com/ccbb.rj | instagram.com/ccbbrj | x.com/ccbb_rj | tiktok.com/@ccbbcultura Instagram e Facebook Atos de Fala @atosdefala Assessoria de imprensa - Atos de Fala Paula Catunda paula.catunda@gmail.com (21) 98795-6583 Catharina Rocha catharocha@gmail.com (21) 99205-8856 exto... Alex Varela
- Sandra Schmidt, artista visual e decoradora
Entrevista com a artista visual e decoradora Sandra Mara de Almeida Schmidt. A artista e decoradora Sandra Schmidt em grande estilo 1- Olá Sandra! Como foi a sua formação na Faculdade de Belas Artes? Quais foram os seus professores? Aprendi muito nessa Escola da Vida e das Artes… As aulas eram incríveis! Modelo Vivo, Formas e Estruturas, Escultura, História da Arte, uma paixão - como eu amava essas aula…. As aulas do Iberê Camargo eram uma marca. Sempre difícil tirar um sorriso dele. Formamos um grupo de amigos inseparáveis! Até hoje continuamos a nos falar, nos encontrar e nos querer bem. Os professores que mais amei foram: Iberê Camargo, Carlos Cavalcante, Isabela Sá Pereira, Maria de Lourdes Novaes e Berg. Esses foram os que mais me identifiquei. O Iberê convidou-me para participar de uma exposição que fez em Porto Alegre. Fiquei encantada com o o convite. Participei com duas telas escolhidas por ele. O professor Carlos Cavalcante era uma lindeza de alma… todos o amavam! Escreveu um livro sobre história da arte, que nos ajudou muito nas suas deliciosas aulas. A professora Isabela era o xodó da turma! Uma querida. 2- Os anos 60 foram agitados no meio estudantil universitário. Você viveu essa experiência? Vivi intensamente essa experiência. Por muito pouco não fui presa. O colega Carlos Zílio havia sido preso, e nós da mesma turma não nos conformamos! Nesse dia, eu andava pela orla de Copacabana, quando passou um camburão da polícia. Eu não contive a minha indignação. Olhei para os militares que ocupavam a boleia da viatura, e com um “gesto feio” cuspi na sarjeta, mostrando o quanto estava revoltada com o que estava acontecendo. Os policiais saíram do carro e me levaram junto com eles! Fiquei tão aflita que disparei à falar sobre a minha revolta. Eles pediram a minha carteira de identidade, deram uma volta no quarteirão comigo e me largaram na rua, felizmente! Os meus anjos da guarda são fortes! Felizmente me safei. 3- Como se deu a sua participação nas exposições quando você era recém-formada? Quais produções você apresentou? A minha pintura era surrealista. De um colorido vibrante! A tela acima se chamava “O Amor aos 90”. Apresentei em BH, quando fui premiada, uma série de Retratos de uma só pessoa (mini quadros). Participei de várias exposições aqui no Rio, dentre algumas marcantes que me recordo, uma do Iberê Camargo, onde expus duas telas, e também a exposição Fachadas do Rio. A minha trajetória como artista plástica foi bem rápida, mas rica! Foram 5 anos pintando e participando de exposições. Aos 24 anos eu já estava na área do design de interiores e decoração, onde atuo até os dias de hoje. Apartamento no Condomínio Atlântico Sul, projeto da decoradora 4- Como foi o projeto de decoração do seu imóvel quando você se casou? Qual foi a importância desse projeto para a sua carreira de decoradora? O apartamento era pequeno e ficava em Ipanema. A decoração era colonial estilizado. Na época existia uma loja belíssima de nome Montmartre Jorge, cobiçada por todos os amantes da boa decoração. As peças principais do projeto foram adquiridas na mesma. Na minha bagagem de vida, havia um Baú lindíssimo que pertenceu à Maria Bonita e Lampião, comprado com o meu primeiro dinheiro ganho com bijus. Os móveis eram todos de madeira maciça vinhático, na cor mel. O baú era em couro preto, lindamente adornado com taxas douradas. Era uma peça linda que encantava à todos. Duas poltroninhas em couro marrom claro requintavam o ambiente do living. Pintei todo o piso do apartamento em azul nanquim, com tinta de caneta tinteiro! Ficou incrível. O tecido das cortinas era de vela de saveiro e o lustre que pendia na mesa de jantar, era um balão em papel de arroz. Para os anos 60 a decoração era muito arrojada. Um tapete enorme em chenile branco vestia o living. Como o apartamento era térreo, havia uma área nos fundos que transformei no meu ateliê de pintura. Esse projeto foi de uma importância enorme para a minha vida profissional, pois a mudança de profissão partiu da decoração que fiz no mesmo. 5- A estilista mineira Celina Balona convidou a casta da moda brasileira para inaugurar o imóvel que você elaborou o projeto de decoração. Como foi essa festa? Quem estava lá? A festa foi bem eclética e tinha um sabor mineiro, pois a Celina Ballona era mineira da gema! A turma que tinha loja e confecção estava em peso. Todos do Grupo CLAM (Clube dos Lançadores de Moda), que era formado por 10 integrantes. George Henri (querido de todas), Marco Rica, Luiz de Freitas (famoso pela loja Mr Wonderful), Beth Bricio, Marly Sampaio, a dona da famosa loja Mariazinha, dentre outros. 6- Como começou a sua carreira de design de interiores? A minha carreira de Designer de Interiores e Decoradora começou no dia seguinte da festa de inauguração do apartamento da Celina em 1970. Aceitei o convite que a arquiteta que estava na festa me fez e terminei me associando a ela. Trabalhamos juntas durante um bom tempo. Foram anos de aprendizado…. idéias não me faltavam. 7- Você concorda que para a sua carreira deslanchar a propaganda foi a alma do negócio?! No meu caso, o que me trouxe clientes maravilhosos foi a propaganda “boca à boca“. Embora o meu trabalho tenha sido fotografado para as revistas Casa Vogue, Casa Cláudia, Casa e Jardim e outras, nenhum trabalho veio por meio dessas maravilhosas revistas, e sim de indicações dos clientes. Já estou trabalhando para os netos dos clientes antigos! RsRsRs Schmidt deu todo o charme no apartamento da Península na Barra da Tijuca 8- Além de decoradora e design de interiores, você também produz artesanato. Quais são as suas principais produções? Comecei com os colares feitos com pedras africanas e com os cintos feitos de peles. Fiz sandálias enfeitadas com pedras de muranos - muitas para a famosa Boutique da época, a “Saint Tropez”, localizada próximo ao Copacabana Palace. 9- Quais são os seus projetos futuros? Vou decorar uma casa na Barra e um apartamento no Leblon nos próximos dias. Fotos:Arquivo pessoal/Divulgação. Chico Vartulli
- Centro Experimental de Teatro e Artes realiza o FESTCIRCO IGUASSU 2025
O evento acontece com programação totalmente gratuita Entre os dias 04 e 07 de novembro, o Ponto de Cultura CETA – Centro Experimental de Teatro e Artes realiza o FESTCIRCO IGUASSU 2025, no Calçadão de Nova Iguaçu, com programação diversa de oficinas e apresentações circenses envolvendo cerca de 50 profissionais entre artistas e técnicos. O objetivo do Festival é valorizar e difundir o universo circense em Nova Iguaçu, contando com o apoio da Fundação Educacional e Cultural de Nova Iguaçu (Fenig), Secretaria Municipal de Cultura e Prefeitura da cidade de Nova Iguaçu. Uma oportunidade para a população iguaçuana ter acesso e abraçar o Circo e sua tradição. “FESTCIRCO IGUASSU 2025 nasce com a ideia de ser um tributo a esses pequenos Circos e sua peculiar maneira de sobreviver. A Baixada Fluminense na sua vida cultural, historicamente, sempre apresentou circos familiares que sobreviveram, ou sobrevivem, em pequenas comunidades e bairros populares, protegendo a sua tradição ‘aos trancos e barrancos’” , afirma Vânia Santos, atriz circense e diretora do CETA. Dentro da programação gratuita do Festival, em 5 de novembro será celebrado o Dia Nacional da Cultura, com a apresentação do premiado espetáculo circense “Optcha!” - tributo ao povo cigano e tradição milenar do Circo. Logo em seguida será prestada uma homenagem a Escola Nacional de Circo da Funarte e aos mestres circenses: Delisier Rethy e em Memória: Robby Rethy, Jamelão Sigmaringa e Latur Azevedo. O FESTCIRCO IGUASSU 2025 também será espaço para a Oficina Circo com tecido e Lira, no Complexo Cultura Mario Marques de Nova Iguaçu e também uma apresentação do CETA Circo Show com variedades de números circenses. De acordo com Vânia Santos, será um momento de levar o circo para as ruas de Nova Iguaçu. “As artes circenses têm um papel transformador nas comunidades mais vulneráveis. Elas despertam o potencial criativo, promovem a autoconfiança e fortalecem o senso de pertencimento. Ao unir arte, disciplina e coletividade, o circo cria espaços de convivência e inclusão. Mais do que entretenimento, é uma ferramenta de emancipação social e esperança” , conclui. Sobre o CETA O Centro Experimental de Teatro e Artes é dirigido pela premiada atriz e circense Vânia Santos e, desde 1998, realiza o primeiro Circo Social da Baixada Fluminense, a “Oficina Permanente de Teatro e Circo”. Em 2011 o CETA foi premiado no Encontro Nacional de Novas Metodologias Culturais, realizado pela FUNARTE. Em 2008 o Centro realizou a primeira “Baixada Encena", Mostra Regional de Teatro de caráter associativo e cooperativo, consolidando-se, posteriormente, na Rede Baixada em Cena que, atualmente, conta com 17 grupos, sendo hoje o maior movimento regional de Teatro no estado. Em 2017 o grupo ganhou Prêmio Shell de Teatro, uma das mais importantes premiações teatrais no Brasil. Atualmente, tem cinco espetáculos no seu repertório: “A Cerca”, “Roda..rodar..rodei!” , o monólogo “Perdoa-me por amar” e os espetáculos circenses: “Optcha!” e “Pequeno grande Circo Brasil”. Durante esses 27 anos formaram-se vários alunos que na busca de sua profissionalização, entraram para a Escola Nacional de Circo ou foram diretamente suprir a mão de obra dos pequenos circos familiares que circulam na região e no interior do Estado do Rio de Janeiro. Programação FESTCIRCO IGUASSÚ 2025 Período: de 4 a 7 de novembro 2025 Locais: Praça Rui Barbosa (Calçadão de Nova Iguaçu), Complexo Cultura Mario Marques/Teatro Sylvio Monteiro situado na rua Getúlio Vargas, 51 Centro. Nova Iguaçu 05 de novembro (quarta) Espetáculo Circense – Optcha! – Tributo ao povo Cigano Horário: das 18hs Local: Teatro Sylvio Monteiro/Complexo Cultural Mário Marques Público alvo: população em geral Atendimentos: 120 pessoas Cerimônia de Homenagens 05 de novembro (quarta) – Dia Nacional da Cultura Horário: às 19hs Local: Teatro Sylvio Monteiro Público alvo: artistas e produtores culturais da Baixada Fluminense Atendimentos até 120 pessoas Programação - Oficinas Vivência de Técnicas Aéreas (Tecido e Lira) 04 e 06 de novembro (terça e quinta) Horário: das 18 às 20hs Local: Complexo Cultural Mário Marques Público alvo; jovens a partir de 16 anos Atendimentos até 20 pessoas CETA CIRCO Show 07 de novembro (Sexta) Números Circenses Variados Horário: das 18:00 às 20:0hs Local: Praça Rui Barbosa (Calçadão de Nova Iguaçu) Público alvo: população em geral Atendimentos: 300 pessoas Angel Comunicação
- A Tragédia da Ilha do Braço Forte
Foto 1. Sargento chora a morte dos companheiros. 1954. Semanário Flan. Foto Valter Santos. Acervo BNRJ. Nas últimas horas do dia 6 de maio de 1954, o guarda Manoel Teixeira Filho, residente na Ilha do Braço Forte e funcionário do Porto do Rio, tentava desesperadamente uma comunicação via rádio com seus superiores. Um princípio de incêndio foi detectado por ele em um dos armazéns de inflamáveis da ilha. Esperando pelo pior, o guarda acionou os outros funcionários e seus familiares, residentes na ilha, para abandonarem o local imediatamente. Embarcaram em um pequeno bote e aguardaram ao largo da ilha, em uma distância segura, no negrume das águas noturnas da Baía da Guanabara. O inspetor da Polícia Portuária, João Bandeira de Melo, que recebeu o pedido de socorro, requisitou a ajuda do posto de bombeiros da 1.ª Zona Marítima do Distrito Federal. Foto 2. Primeiras horas. Fogo na Ilha do Braço Forte. 1954. Semanário Flan. Foto Valter Santos. Acervo BNRJ. Foto 2.1. Os vigilantes Manoel Texeira Filho e Antônio Aguapio. 1954. Jornal Correio da Manhã. Fotógrafo desconhecido. Acervo BNRJ O Corpo de Bombeiros da Capital enviou uma lancha, a “Cunha Pires”, dotada de bomba para serviço e embarcada com a tripulação do pessoal dos Postos Marítimos. A bordo da lancha e realizando o primeiro combate ao fogo, estava o major Gabriel da Silva Teles, comandante da 1.ª Zona Marítima, acompanhado do subcomandante do corpo de bombeiros, o tenente-coronel Rufino Coelho Barbosa, e de seu filho, Jurguets Coelho Barbosa, médico. Um rebocador da Marinha do Brasil, o “Tridente”, e uma barcaça, a “Passo da Pátria”, foram enviados em auxílio aos bombeiros. Os marinheiros deslocaram os funcionários do porto e seus familiares para a Ilha de Paquetá. Quando os soldados do fogo, no total 23 combatentes, já penetravam o recinto do depósito em chamas, foram registradas duas explosões de magnitude média. No inquérito aberto posteriormente, em depoimento registrado no dia 21 de maio, um dos sobreviventes, o médico-bombeiro Juguets Barbosa, disse ao delegado responsável que os combatentes não foram advertidos da periculosidade do material armazenado. Foto 3. Primeiras horas. O barco adernado dos bombeiros. 1954. O Mundo Ilustrado. Fotógrafo desconhecido. Acervo BNRJ A imprensa começou a se deslocar para o porto do Rio de Janeiro e tenta se aproximar da ilha com os barcos disponíveis. A viagem, desde o Cais Pharoux até a ilhota, levava cerca de 45 minutos. Segundo os primeiros relatos, uma explosão gigantesca, a terceira, aconteceu às 23:40 do dia 6 de maio, destruindo todas as construções da ilha e arremessando os corpos dos bombeiros, centenas de metros nas águas da Baía de Guanabara. Quase toda a guarnição da 1.ª Zona Marítima foi aniquilada, 17 bombeiros faleceram. O estrondo pode ser ouvido até o Posto 6, em Copacabana. A busca por informações ocasionou um congestionamento nas comunicações telefônicas da antiga capital. Foto 4. Mapas de localização da Ilha do Braço Forte. 1954. Desenho de Oscar Ramos. Jornal Correio da Manhã. Acervo BNRJ. Foto 5. Os armazéns destruídos da ilha do Braço Forte. Jornal Diário de Notícias. 1954. Fotógrafo desconhecido. Acervo BNRJ. Uma catástrofe anterior motivou a construção de um posto especial para explosivos e inflamáveis. Em fevereiro de 1925, aconteceu algo parecido na Ilha do Cajá, no município de Niterói, perto do bairro da Ponta d’Areia. A presidência da República, através do antigo Ministério de Viação, expediu um decreto-lei, de outubro de 1926, para o contrato de obras de adequação da Ilha do Braço Forte, pela Companhia Brasileira de Portos. As obras se estenderam até o ano de 1934, quando a empresa foi encampada pela União. O local, uma ilha isolada, parecia a solução adequada e definitiva. Porém, passados os cuidados e o entusiasmo inicial, as obras se tornaram morosas e os procedimentos rigorosos planejados foram relaxados. Passados alguns anos, os armazéns mais antigos já apresentavam destelhamento e paredes castigadas pelas intempéries. Em abril de 1950, aconteceu outra explosão, na Ilha Comprida, próxima à do Braço Forte, quando um tanque de gás foi aos ares, gerando pânico à população. Foto 6. Amanhecer. Ilha do Braço Forte ainda arde. Jornal Última Hora. 1954. Foto Hélio Santos. Acervo BNRJ. O corpo de bombeiros e a Marinha do Brasil começaram imediatamente a procura dos corpos desaparecidos, com ajuda dos escafandristas da flotilha de submarinos. No mesmo dia sete, foi enviada uma cábrea da Marinha para içar a lancha General Cunha Pires. Alguns bombeiros foram dados como mortos, mas se apresentaram dias depois, por pura falta de precisão no registro de folgas. Seis feridos foram levados para tratamento. A primeira vítima identificada foi o segundo-sargento bombeiro Edgard de Barros Lima. O herói foi enterrado em 9 de maio do mesmo mês, no cemitério de São Francisco Xavier, bairro do Caju. A violência da explosão fez com que alguns corpos fossem desmembrados e decapitados. Entre o dia 7 e o dia 11 de maio, foram encontrados mais dois corpos, um na ponte das Barcas, em Paquetá, e outro na Ilha do Governador. O último desaparecido foi encontrado no dia 17 de maio, o bombeiro Orlando Xavier da Costa. Durante as buscas, foi achado um relógio na lancha Cunha Pires, pertencente a um dos bombeiros mortos. O mostrador do aparelho quebrado marcava zero hora e vinte e sete minutos. Foto 7. Bombeiros carregam o corpo de um companheiro. 1954. Fotógrafo desconhecido. Acervo BNRJ. Foto 8. A lancha do Corpo de Bombeiros, içada. Jornal A Noite. Suplemento. 1954. Fotógrafo desconhecido. Acervo BNRJ. Foto 9. Içamento da lancha dos bombeiros, pela cábrea da Marinha. 1954. Jornal Correio da Manhã. Fotógrafo desconhecido. Acervo BNRJ Comandantes de vários batalhões dos Corpos de Bombeiros dos estados do Brasil visitaram a ilha e prestaram solidariedade às vítimas, outros enviaram coroas de flores. No funeral conjunto da maior parte dos falecidos, estava presente o então Ministro da Justiça, Tancredo Neves. As exéquias pelas almas foram celebradas pelo Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Jaime de Barros Câmara, no altar-mór da igreja do Largo de São Francisco de Paula, no dia 21 de maio. A Companhia Sul América pagou o seguro aos familiares dos bombeiros, os valores variavam entre 100 e 20 mil cruzeiros. Todas as vítimas da catástrofe foram promovidas post-mortem. Um terreno foi doado pela Santa Casa da Misericórdia, em maio de 1955, medindo 3 por 12 metros, para a construção de um mausoléu do Corpo de Bombeiros, no cemitério de São Francisco Xavier. Clubes esportivos, como o Flamengo e Botafogo, organizaram partidas beneficentes para arrecadar fundos para as famílias dos falecidos. Uma corrida automobilística foi disputada na Quinta da Boa Vista, pelo mesmo propósito. Finalmente, no dia 22 de maio, os cinco sobreviventes voltaram à ativa. Surpreendentemente, em somente 28 dias, foram reconstruídas as instalações para armazenamento de inflamáveis na Ilha do Braço Forte. Foto 10. Salva de tiros em homenagens aos mortos. 1954. Jornal Correio da Manhã. Fotógrafo desconhecido. Acervo BNRJ Foto 11. Cortejo fúnebre pelas ruas do Rio. Funeral do dia 11 de Maio. 1954. Jornal Correio da Manhã. Fotógrafo desconhecido. Acervo BNRJ Foto 12. De volta ao serviço ativo. Choro do bombeiro Rufino Coelho Barbosa. Junho de 1954. Jornal Correio da Manhã. Fotógrafo desconhecido. Acervo BNRJ Foto 13. Inauguração dos novos Armazéns de Inflamáveis da Ilha do Braço Forte. Junho de 1954. Jornal Correio da Manhã. Fotógrado desconhecido. Acervo BNRJ. Foto 14. Ministro Tancredo Neves no Quartel Central dos bombeiros, presta homenagens. Jornal Última Hora. 1954. Fotógrafo desconhecido. Acervo BNRJ Iniciou-se então um dos esportes preferidos dos brasileiros, que não é o de prevenir acidentes, mas de achar culpados. Qual foi a causa da tragédia da Ilha do Braço Forte? Quanto ao laudo técnico do crime, ficou encarregado o engenheiro Gustavo de Macedo Soares, do Gabinete de Exames Periciais, que trabalhava no relatório parcial. Inicialmente, achavam que o incêndio fora causado por combustão espontânea de hidrossulfito de sódio, devido à estocagem inadequada e resultado da negligência dos administradores dos armazéns. O delegado Brandão Filho, da Divisão de Ordem Pública e Social, o DOPS, do Distrito Federal, recebeu de seu colega da capital fluminense a informação de que a tragédia fora intencional. Tratava-se de um grande desvio de material para a fabricação de munições e fogos de artifício. A investigação ficou dividida entre o DOPS e a 3.ª Delegacia Distrital do DF, comandada pelo delegado Pires de Sá. A investigação sobre o contrabando de material explosivo cabia ao DOPS, e à 30.ª Delegacia, o inquérito criminal. Logo nos primeiros dias, foi descoberto que contrabandistas, em sua maioria pescadores, forneciam o material roubado da ilha para a Fábrica de Fogos Santo Antônio, em Neves, município de São Gonçalo. Finalizado o inquérito, os autos foram remetidos à Justiça no dia 25 de junho. Ficou declarado naquela peça que não se poderia concluir que o incêndio fora intencional. Foram indiciados o industrial, o fiel dos armazéns e dois canoeiros que auxiliaram no transporte do material. No início de dezembro, o fiel foi denunciado pelo promotor público por negligência e imprudência e ter concorrido para a explosão da carga de hidrossulfito de sódio. Foto 15. Isaura, Manoel Fogueteiro, Jorge Beleza e Nidar. 1954 e 1955. Jornal A Noite. Fotógrafos desconhecidos. Montagem do autor. Acervo BNRJ Todavia, no mesmo mês, aconteceu uma reviravolta no caso. Emílio (ou Emídio) Manuel da Costa, vulgo Nidas (ou Nidar), assassinou sua amante, Isaura, sendo preso. No presídio da cidade de Niterói, contou a um colega de prisão que matara a companheira para impedi-la de denunciá-lo como envolvido na explosão da Ilha do Braço Forte. O esquema era o seguinte: Manoel Alves, o “Manoel Fogueteiro”, o industrial da fábrica de fogos Santo Antônio, contratou Nidas para roubar quantidades expressivas de material dos armazéns da ilha. Para isso, Nidas contou com a ajuda de um comparsa, “Jorge Beleza”, um pescador, que recebia pelos “fretes” do material roubado. Porém, devido à quantidade de material já retirado, era preciso acobertar o desfalque. Manoel Fogueteiro prometeu 100 mil cruzeiros a Nidas para cometer o crime. No dia da tragédia, Jorge Beleza e Fogueteiro, a bordo do barco São Pedro, partiram para a ilha. Lá chegando, posicionaram um tambor com óleo perto dos armazéns e conectaram ao pavio, que foi até um local seguro. Jorge Beleza acendeu o pavio. Por este “serviço”, recebeu míseros 200 cruzeiros. Todos foram presos, Fogueteiro foi para o quartel da Polícia do Exército, por estar envolvido com contrabando de armas. Jorge Beleza ficou na 30.ª D. P. da Capital Federal e Nidas voltou ao presídio de Niterói. Foto 16. A Ilha do Braço Forte em chamas. Jornal Ultima Hora. 1954. Fotógrafo desconhecido. Acervo BNRJ. #incendios #bombeiros #baiadeguanabara #sinistros #seguros #sulamérica #marinhadobrasil #dops #contrabando #fogosdeartificio #ilha #ilhadobraçoforte ➔ BNRJ = Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro; ➔ Algumas fotos, com marcas do tempo e falhas de impressão, foram corrigidas com auxílio de IA. Flavio Santos
- Marrakech: o que torna a cidade marroquina tão vibrante?
Que Marrakech é a it girl do momento, disso eu posso provar! Eu mesma passei quase cinco dias no Marrocos e, ao escrever este texto, ainda consigo ver as ruas movimentadas da Medina: cheias de gente, motos ziguezagueando de um lado para o outro e aquele caos delicioso que só quem foi entende. A paisagem também tira o fôlego — é impressionante como tanta vida, transporte e cor cabem em um espaço tão pequeno... mas cabem! O clima ensolarado e escaldante já dá as boas-vindas assim que você desembarca no aeroporto de Menara. Uma super dica: reserve o translado com antecedência. É a forma mais rápida (e prática) de chegar ao seu riad ou hotel — e esse serviço foi essencial para eu começar com o pé direito e ter uma ótima primeira impressão desse destino incrível. Falando em destino badalado, só nos nove primeiros meses deste ano o Marrocos recebeu quase 15 milhões de turistas, segundo o Ministério do Turismo local. Um número que mostra bem o potencial e a força do país em gerar economia e atrair visitantes do mundo todo. A cidade, com seu tom avermelhado e hipnotizante, encanta pela diversidade e pela mistura perfeita entre tradição, cuidado e modernidade. Nesta viagem, fui acompanhada da minha best, Lô Rodrigues — minha personal chef, uma pâtissière talentosa que atualmente vive no Porto (e podem anotar: vocês ainda vão ouvir muito falar dela!). Durante nossa jornada, percorremos a praça Jemaa el-Fna e as ruelas próximas ao nosso riad. Ficamos encantadas já na chegada ao hotel, recebidas por Daniel, que nos ofereceu um chá de menta dos deuses. Confesso que, naquele calor, pensei: “Chá quente agora?” — mas logo entendi que ele tinha toda a razão. É uma tradição deliciosa que simboliza hospitalidade e boas-vindas. Encantar-se pela beleza arquitetônica da Medina é inevitável: seus tons de terracota, portas imponentes e riads que parecem pequenos palácios internos. Se fosse um concurso de arquitetura e design de interiores, a disputa seria acirradíssima! Negociar na Medina é o ponto alto da aventura. Tivemos o prazer de conhecer Jamal, dono de uma loja encantadora. E, entre risadas, ganhei até apelido dos comerciantes locais: Shakira! Juro que parecia combinado entre eles (risos). Agora, algumas coisas que vocês precisam anotar — porque só de lembrar já me dá água na boca. A gastronomia marroquina é uma viagem à parte: cheia de aromas, cores e sabores que ficam na memória. O destaque vai para a pastilla, uma torta de massa folhada (tradicionalmente, massa warka ou filó) recheada com frango desfiado, ovos mexidos, amêndoas trituradas e uma mistura incrível de especiarias. É doce e salgada ao mesmo tempo — simplesmente irresistível! Pra mim, vale mais a minha bússola interna do que um roteiro todo planilhado — mas isso é de cada um. Então, vai aqui algumas coisas que, em Marrakech, você não pode deixar de visitar: ● Souk Smarine: onde se encontra de tudo — caftãs, tecidos, especiarias, antiguidades e tapetes de qualidade. ● Medersa Ben Youssef: antiga escola religiosa com arquitetura mourisca deslumbrante, rica em mosaicos e entalhes em cedro. ● Jardim Majorelle: criado pelo pintor francês Jacques Majorelle e comprado por Yves Saint Laurent. Os muros de azul intenso contrastam com cactos, bambus e palmeiras — o café do local é um charme à parte. ● Le Jardin Secret: um verdadeiro oásis dentro da Medina. Seu tom de verde e charme bucólico são a pedida certa para um passeio tranquilo e inspirador. ● Dardar Rooftop: para ver o pôr do sol com boa música, boa comida e uma vista de tirar o fôlego. E tem mais: o Deserto de Agafay e o Saara são experiências que valem muito a pena — mas pesquise bem antes de contratar o passeio, porque a escolha da empresa pode fazer toda a diferença. Durante a viagem, conheci meu amigo Furkan Salin, da Turquia, que me disse algo que ficou comigo: “Marrakech me faz sentir em casa. A diferença é que aqui a gentileza é uma forma de linguagem.” E ele tem toda razão. A gentileza marroquina é genuína — ela acontece nos sorrisos, nos olhares, nos chás oferecidos sem pressa. Está nos detalhes e nos gestos. Mas o melhor de Marrakech é isso: cada um descobre a sua versão da cidade. A minha foi feita de ruelas, risadas, cumplicidade com a minha best, boa comida e um chá de menta inesquecível. E a sua, quem sabe, está escondida entre o pôr do sol no Dardar Rooftop, o azul intenso do Jardim Majorelle ou o som envolvente das ruas da Medina. Créditos: fotografias acervo pessoal de viagem Até a próxima edição! Ana Paula de Deus










