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Revista do Villa

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Revista luso-brasileira de conteúdo sobre cultura, gastronomia, moda, turismo,

entretenimento, eventos sociais, bem-estar, life style e muito mais...

Resultados encontrados para busca vazia

  • Entrevista: Lalla Helena Laurenti

    Apresentação Lalla Helena Laurenti é uma profissional de destaque no universo da estética e da beleza. Sua trajetória mistura disciplina, sensibilidade e dedicação. Formada normalista, ela trilhou caminhos diversos até encontrar, na estética, sua verdadeira vocação. Com um olhar cuidadoso e mãos precisas, tornou-se referência em técnicas de depilação definitiva e cuidados com a pele. Como você se apresenta profissionalmente, Lalla? Sou formada normalista. Trabalhei oito anos em um banco e dois anos em uma firma de papel. Como foi a sua transição dessas áreas administrativas para o universo da estética? Sempre gostei de cuidar das pessoas e de buscar algo que me aproximasse do bem-estar e da autoestima delas. Estudei estética à noite, e foi aí que tudo começou. Iniciei trabalhando na recepção com Dona Stella Malta, uma profissional maravilhosa, que me ensinou o método de eletrolyses, a depilação definitiva com agulhas. O que mais te encantou nesse novo caminho? A transformação. Ver uma cliente entrar tímida e sair confiante é algo que não tem preço. A estética vai muito além da aparência — é sobre autoestima, sobre reencontro com a própria imagem. Quais foram os maiores desafios nessa trajetória? O começo nunca é fácil. Era uma época em que a estética ainda não tinha o reconhecimento que tem hoje. Trabalhei muito, estudei à noite, e aprendi observando. Tive mestres generosos e também muita curiosidade para aprender sozinha. Que conselho você daria para quem está começando nessa área? Estude sempre. A estética é uma profissão que exige atualização constante. Mas, acima de tudo, tenha amor pelo que faz. O toque, o cuidado e o olhar atento fazem toda a diferença. Quando se trabalha com o coração, o resultado aparece no sorriso de quem você atende. Lalla Helena Laurenti — um nome que representa elegância, técnica e sensibilidade no universo da estética brasileira. Criação de Conteúdo Digital: Delcio Marinho & ChatGPT Delcio Marinho

  • Lançamento do livro Casas Cariocas

    Lançamento do livro Casas Cariocas Por Delcio Marinho — Criador de conteúdo, artista narrativo e pesquisador criativo DM: Luis, o que te motivou a escrever Casas Cariocas? Villa : Este livro nasce do desejo de preservar memórias importantes da vida noturna do Rio de Janeiro. São histórias que, muitas vezes, o tempo insiste em apagar, mas que foram fundamentais para a construção da identidade cultural moderna da cidade. Eu quis reviver não apenas os locais, mas as atmosferas, os personagens e os movimentos que transformaram gerações. DM: Por que focar justamente na transição entre a Era dos Cassinos e a Era das Boates? Villa : Esse período representa uma transformação profunda da cidade. Saímos da elegância dos cassinos para o brilho e a irreverência das boates. Entre as décadas de 1930 e 1980, a noite carioca se tornou um verdadeiro laboratório da liberdade, da arte e do comportamento. Ali, surgiram movimentos como a bossa nova e muitas maneiras novas de viver e resistir. DM: O livro retrata também um Rio que enfrentava a ditadura. A noite teve um papel político? Villa : Sem dúvida. Nos anos de repressão, esses espaços funcionaram como territórios de expressão. Mesmo quando a censura tentava impor silêncio, a música, a dança e a convivência se tornavam uma forma de resistência cultural. A noite carioca foi palco de transformação e coragem. DM: Você escolheu onze casas emblemáticas. Como foi essa seleção? Villa : Fiz questão de trabalhar com testemunhos vivos, com quem realmente viveu aquelas épocas. Cada casa é um capítulo afetivo e documental. Não se trata apenas de arquitetura ou localização, mas da experiência que marcou a cidade e as pessoas que a frequentaram. A história pessoal do autor DM: Você cresceu dentro da cultura carioca. Isso influenciou sua obra? Villa : Muito. A Casa Villarino, fundada em 1953 pelo meu avô espanhol, foi um dos grandes laboratórios da minha formação sensível. Ali, nos anos 1960, convivi com nomes como Maysa Matarazzo, Ângela Maria, Elizeth Cardoso, Danuza e Nara Leão. Foi essa proximidade que me conduziu ao mundo das artes e dessa memória nasce meu olhar sobre a cidade. DM: Sua trajetória também tem um lado internacional, correto? Villa : Sim. Nos anos 1980 vivi em Paris, mais tarde em Milão — experiências que ampliaram meu repertório cultural e minha percepção sobre comportamento, moda e sociedade. Hoje, alterno entre o Rio e Portugal, sempre com um olhar voltado para a cultura. O comunicador social DM: Você está há anos à frente da Revista do Villa. Qual o papel dela nessa missão de memória cultural? Villa : A Revista do Villa, que comando desde 2011, é um espaço de valorização da cultura, da sociedade, do comportamento e da memória afetiva da cidade. Através dela, seguimos celebrando o Rio e registrando pessoas que ajudam a construir nossa identidade. O livro e sua mensagem DM: O que você espera que os leitores encontrem em Casas Cariocas? Villa : Espero que reencontrem o brilho, a criatividade e o espírito livre do Rio de Janeiro. Que a leitura inspire novas descobertas e reacenda as luzes que um dia iluminaram as nossas madrugadas. Serviço Casas Cariocas Autor: Luís Villarino Editora: Mapa Lançamento: 2025 Instagram: @villarino.luis Delcio Marinho Criador de conteúdo digital, artista narrativo e pesquisador criativo Idealizador do projeto Robô House Parceria criativa com IA — Delcio Marinho & ChatGPT

  • Joana Teixeira é homenageada em Paris

    A  escritora e diretora hoteleira Joana Teixeira foi homenageada em Paris ,pela Societé d’encouragement au progrés ,em jantar de gala ,no hotel Poulpry .O trabalho de Joana através de uma ação  social constante com bonecas reborn ,seu romance o despertar de um sonho que trabalha amor ,liberdade ,solidariedade e compaixão e sua ação na administração na rede hoteleira da família foram levados  em consideração para a outorga da medalha de prata .Um grupo de amigos cariocas está em Paris especialmente , todos hospedados no hotel boutique Chambiges Elysées.A delegada da Sociedade francesa ,que cuida das candidaturas ,no Brasil ,Eliana Ovalle acompanha o grupo . Veja nas fotos da divulgação quem passou por lá. A agraciada Joana Teixeira , o marido Aloysio Teixeira e Bayard Boiteux.  Matheus Oliveira e Eliana Ovalle  Orlanda Freire ,Liberado Júnior e Joana Teixeira  Mikaela   Cabral ,Orlanda Freire e Jaqueline Vergara  Aloysio Teixeira ,Joana Teixeira ,liberado Júnior ,Orlanda Freire e Mikaela Cabral  Maurício Diniz e Bernardo Valansi  Vinícius Fernandes ,Jaqueline Vergara e Bayard Boiteux  Joana Teixeira e Matheus Oliveira  Vinícius Fernandes ,Mariana Vidal e Matheus Oliveira  Divulgação Rio

  • Romance de Paula Novais vence prémio brasileiro “Caminhos de Literatura 2025” e será publicado em Angola

    Romance de Paula Novais vence prémio brasileiro “Caminhos de Literatura 2025” e será publicado em Angola Imagem: Nascida em Minas Gerais e radicada no Rio de Janeiro, Paula Novais é formada em Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Foto: divulgação A escritora e advogada mineira Paula Novais foi a vencedora da segunda edição do Prémio Caminhos de Literatura 2025, distinção criada pelo escritor e curador Henrique Rodrigues para revelar novos talentos da ficção em língua portuguesa. O anúncio foi feito após um processo de seleção que envolveu mais de 200 obras inscritas, com o júri final composto por Airton Souza e Cintia Moscovich. O romance “Gaiolas de concreto armado” foi escolhido como melhor obra inédita de estreia e será publicado em 2026 pelas editoras Dublinense, no Brasil, e Kacimbo, em Angola. O prémio, promovido pelo Instituto Caminhos da Palavra, oferece à vencedora uma mentoria sobre carreira e mercado literário, um adiantamento de R$ 5.000, cerca de 830 euros, e participações confirmadas na Festa Literária Internacional de Pernambuco (Fliporto), neste mês de novembro, e no Festival Literário Internacional de Poços de Caldas (Flipoços), em maio de 2026. Nascida em Minas Gerais e radicada no Rio de Janeiro, Paula Novais é formada em Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Já foi distinguida pela União Brasileira de Escritores nos concursos Anna Maria Martins (contos) e Ruth Guimarães (crónicas). Em 2022, publicou Ambidestria, livro de contos editado pela Urutau. Ao comentar a conquista, Paula Novais destacou o simbolismo do prémio e o reconhecimento de uma trajetória literária construída com rigor e sensibilidade. “O Prémio Caminhos de Literatura é uma premiação relevante, organizada pelo Henrique Rodrigues e pelo Instituto Caminhos da Palavra, que têm uma trajetória corajosa no circuito de premiações”, afirmou a autora à nossa reportagem, que acrescentou ainda que a vitória representa “uma oportunidade maravilhosa poder publicar o meu romance de estreia pela Dublinense, cujo projeto editorial admiro tanto”. A autora realçou o alcance lusófono da distinção e o seu significado cultural. “Foi com imensa alegria que recebi a notícia de que “Gaiolas de concreto armado” tinha sido escolhido pelo júri do Prémio Caminhos de Literatura e que seria publicado não só pela Dublinense, como pela Kacimbo, sediada em Angola, país com quem o Brasil tem uma história compartilhada para muito além da lusofonia. Sinto-me honrada por poder publicar o meu romance em duas casas editoriais tão prestigiosas”, afirmou. O romance, que conquistou unanimidade do júri, mergulha no contexto recente da pandemia e nas feridas sociais que se abriram nesse período. ““Gaiolas de concreto armado” acompanha os acontecimentos pelo olhar de Nerissa, uma jovem que tem a sua vida arruinada pela pandemia, vivendo com ela o luto pela perda da mãe, a derrocada de suas poucas oportunidades, a dificuldade de encontrar um lugar de pertencimento no Rio de Janeiro, cidade pela qual ela cultiva um amor desencantado”, explicou a autora. A narrativa, observou Paula, ganha densidade a partir da amizade entre Nerissa e Alzira, sua vizinha num edifício caótico em Copacabana. “É desse encontro, entre duas mulheres de gerações e origens tão diversas, que surgirão novas possibilidades de leitura do mundo contemporâneo e do resgate de registros que dormitavam na memória de Alzira, alguns desde o golpe de 1964. Paulatinamente unidas pelas suas solidões privadas, ambas perceberão que o tempo é uma via em que podemos transitar por meio da memória. E que o passado, uma vez revisitado e recontado a partir do presente, não só pode ser revisto, como também modificado”, contou. Para a autora, o cenário carioca é um elemento narrativo essencial. “Nesse contexto, a cidade assoma como cenário e personagem, impactando com a sua violência, e de forma ainda mais aguda, a vida de mulheres de todas as idades e classes sociais”, descreveu. Henrique Rodrigues, criador e curador do prémio, sublinhou a qualidade literária da obra. “O romance de Paula Novais é incrivelmente bem escrito, com técnica de quem conhece o ofício da escrita e tem olhar sensível para a nossa história recente. E fico especialmente feliz pela descoberta de mais uma mulher, contribuindo para minimizar a desigualdade de género que existe no meio editorial”, afirmou o escritor, que também é curador do Prémio Pallas e colunista do PublishNews. Segundo apurámos, os jurados destacaram a força narrativa e a profundidade temática da obra. ““Gaiolas de concreto armado” tem um trabalho com a linguagem que atravessa o nosso tempo. Uma narrativa que fascina porque escancara feridas abertas que atravessam a história brasileira, sobretudo, marcada pelas violências contra as mulheres”, observou Airton Souza. Já Cintia Moscovich acrescentou que o livro é “cru, forte e denso: as cenas de abuso sexual, embora cruéis, são necessárias e convincentes, plenas daquela violência que as mulheres escondem, mas que precisa ser escancarada até não mais existir”. Com a publicação simultânea em dois continentes, Paula Novais integra agora o catálogo de uma das editoras mais relevantes da literatura contemporânea em língua portuguesa. “Depois do sucesso de mãezinha, recebemos com alegria a notícia de mais uma voz feminina a ganhar espaço pela potência da sua literatura”, disse Rodrigo Rosp, editor da Dublinense. Por seu turno, Ondjaki, membro do conselho editorial da Kacimbo, destacou que a editora Kacimbo “congratula o Instituto Caminhos pelo veredicto e espera que, para a premiada Paula Novais, publicar em Angola seja uma parte bonita e cultural desta iniciativa”. Criado em 2024, o projeto mantém parcerias com editoras de referência e aposta na liberdade criativa e na bibliodiversidade. “Vivemos num período em que posturas censoras têm tentado cercear a literatura. Se isso ocorre em obras já publicadas de autores conhecidos, um prémio para inéditos precisa garantir a liberdade expressiva dos participantes, o que é uma diretriz do Prémio Caminhos”, finalizou Rodrigues. Ígor Lopes

  • Completando 200 apresenteções, Othon Bastos volta ao RJ com o solo "Não me entrego, não!" em curtíssima temporada popular

    Com ingressos a R$ 20, o monólogo super premiado e visto por mais de 80 mil pessoas no Brasil ao longo de 1 ano e meio em cartaz realiza temporada popular por apenas dois finais de semana no Teatro João Caetano, que festeja seus 212 anos, com realização da FUNARJ.   Há quase 1 ano e meio em cartaz, Othon Bastos  cai de vez nos braços do povo carioca e apresenta seu solo “ Não me entrego, não! ” entre os dias 07 e 16 de novembro  dentre as comemorações pelos 212 anos  do Teatro João Caetano , na Praça Tiradentes, no Centro do Rio de Janeiro, com realização da FUNARJ. Com ingressos a R$ 20 (inteira) e R$ 10  (meia-entrada), o público poderá conferir a montagem que perpassa situações memoráveis ao longo dos 74 anos de carreira  do grande ator às sextas-feiras às 19h ; sábados  às 18h  e domingos  às 17h . A disputada peça, que estreou em 14 de junho de 2024 no Teatro Vannucci, na Gávea, com texto e direção de Flávio Marinho  e produção da Gávea Filmes , vai completar  200 apresentações  e contabiliza 80 mil espectadores  nas apresentações que realizou em diversas cidades do Brasil, como São Paulo, Brasília, Recife, Fortaleza, Belo Horizonte, Porto Alegre, e Salvador, onde Othon celebrou seu aniversário de 92 anos  no palco. “Numa das cenas, onde falo a minha idade, o público emendou cantando parabéns. Foi muito emocionante. Só desejo saúde e disposição pra seguir circulando com a peça”, vibra o incansável Othon Bastos. “É com o maior orgulho e alegria que eu vejo o sucesso nacional da peça. Mais de um ano em cartaz contando a história de vida de um ator que se confunde com a história do Brasil. Ver Othon fazendo o povo rir - e rindo de si mesmo - é um privilégio único”, observa Flávio Marinho, que vibra com o retorno da peça ao Centro do Rio, palco secular do teatro nacional. Dentre tantos méritos neste primeiro ano de tantas apresentações, vieram igualmente múltiplas alegrias. O espetáculo recebeu láureas como o Prêmio Shell ,   que reconheceu Othon como Melhor Ator  de 2024. O mesmo aconteceu no 19º Prêmio APTR de Teatro , onde o veterano levou o prêmio de Melhor Ator Protagonista , enquanto Flávio Marinho ganhou como Melhor Autor  e a Gávea Filmes  como Melhor Produção de Teatro Não-Musical . Somam-se a eles o Prêmio FITA  (Festa Internacional de Teatro de Angra), que laureou Flávio Marinho na categoria Melhor Autor  e Othon Bastos com o Prêmio Oficial do Júri . A dupla foi ainda homenageada na 1ª edição do Prêmio Arte e Longevidade Rio 2024  e Othon levou também o prêmio Cariocas do Ano  da revista Veja Rio  na categoria Teatro . Quando Flávio recebeu um calhamaço de escritos que Othon deixou sob sua diligência, confiada pela amizade de décadas dos dois, nenhum deles imaginava que o solo elaborado sob minuciosa pesquisa, posteriormente escrito e dirigido por Marinho levando em conta os principais acontecimentos da existência de Othon, seria o celebrado sucesso de público e crítica que se transformou “ Não me entrego, não!” . Com a experiência de quem criou muitos tipos e começou histórias diversas tantas vezes ao longo da vida, o ator Othon Bastos repete o gesto com frescor e números expressivos. Considerado o maior ator brasileiro vivo, Othon possui uma carreira de títulos marcantes no cinema (“ Deus e o Diabo na Terra do Sol ”, de Glauber Rocha) e no teatro (“ Um grito parado no ar ”, de Gianfrancesco Guarnieri) que são relembrados em cena, propondo uma reflexão sobre cada momento da sua trajetória. É o mural de uma vida dividido em blocos temáticos - trabalho, amor, teatro, cinema, política, etc - cujas reflexões envolvem citações e referências de alguns dos autores mais importantes do mundo. A peça é uma lição de vida e de resiliência, de como enfrentar os duros obstáculos que se apresentam em nossa existência - e como superá-los. O desejo de voltar à ribalta partiu do próprio Othon que, após assistir a montagem “ Judy: o arco-íris é aqui ”, ficou com a ideia de estar em cena relembrando suas histórias. “Eu pensei como é maravilhoso contar a vida de alguém no palco. E aí falei com o Flávio que eu queria fazer um espetáculo com ele sobre a minha vida - e entreguei umas 600 páginas de pensamentos escritos sobre coisas que eu gosto, autores, anotações... Ali tinha um resumo bom sobre mim. E fomos fazendo: ele leu, entendeu e foi montando o espetáculo. E é mais difícil me lembrar do texto, embora seja uma peça sobre a minha própria memória, porque ela chega editada, diferente das lembranças espontâneas”, confidencia Othon Bastos. Com a missão de converter tantas lembranças e histórias, Flávio Marinho precisou condensar os anos de vivência do veterano ator em alguns minutos de espetáculo teatral. “À primeira vista, o que temos é o próprio Othon Bastos em cena contando histórias divertidas e dramáticas da sua vida pessoal e profissional. Isto seria, digamos, o esqueleto dramático da peça. Só que este esqueleto é recheado de diversas reflexões, frutos imediatos do tema abordado por Othon. Por exemplo, depois que ele encontra o amor da vida, com quem está casado há 58 anos, o texto passa a refletir o sentimento do amor através de diversas referências e citações”, adianta o autor e diretor. O mesmo se dá após Othon mencionar um fato político: a peça envereda por historietas e pequenas pensatas políticas - e assim por diante. “O Flávio escreveu maravilhosamente bem. Começa nos meus 11, 12 anos e vem até hoje. Nada foi fácil para mim, muitos dos meus principais papéis eu entrei substituindo outro ator. Se alguém me perguntar como comecei minha carreira, eu digo que comecei substituindo o Walter Clark, que era meu colega de turma de teatro, e depois muitas outras coisas aconteceram. O Chico Xavier já dizia que se uma coisa é sua, ela te encontra, não é preciso se preocupar”, pondera o homenageado. “É um momento único, mesmo: meu primeiro monólogo e sobre a minha própria vida. É uma experiência muito forte eu ter que ser o meu próprio centro em cena. Mas não trazemos nenhuma lembrança amarga, apenas as alegres e divertidas, para levar curiosidades que vivi ao longo desses anos todos ao público, que saberá o que se passa com um ator – que é uma pessoa comum. Mas, quando se recebe um dom como esse, você tem a capacidade de doar o que recebeu. Então é isso que eu quero, me doar - e que as pessoas me leiam. Quero que elas vejam quem eu sou e como sou”, finaliza Othon Bastos.   FICHA TÉCNICA Elenco: Othon Bastos Texto e Direção: Flávio Marinho Participação Especial: Marta Paret Cenografia: Ronald Teixeira Trilha Original: Liliane Secco Iluminação: Paulo Cesar Medeiros Programação Visual: Gamba Júnior Fotos: Beti Niemeyer Making Of: Pietra Baraldi Consultoria Artística: José Dias Diretora Assistente: Juliana Medella Assessoria Jurídica: Roberto Silva Redes Sociais e Direção de Palco: Marcus Vinicius de Moraes Assistentes de Produção: Gabriela Newlands e Calu Tornaghi Administração: Fábio Oliveira Desenho de Som e Operação: Vitor Granete Assessoria de Imprensa: Marrom Glacê Comunicação Direção de Produção: Bianca De Felippes Idealização: Marinho d’Oliveira Produções Artísticas Produção Nacional: Gávea Filmes Realização: FUNARJ   SERVIÇO : “ Não me entrego, não! ”   Temporada : 07 a 16 de novembro de 2025 Horário : Sexta-feira, às 19h; Sábado, às 18h; Domingo, às 17h Ingressos : R$ 10 (meia-entrada) / R$ 20 (inteira) Link de Compra do Ingresso : https://funarj.eleventickets.com   Local : Teatro João Caetano Endereço : Praça Tiradentes, s/nº - Centro – Rio de Janeiro Tel.: (21) 2332-9257   Classificação Indicativa : 12 anos Duração : 100 minutos Instagram : @othonbastosnoteatro Alex Varela

  • Entrevista: Allan Carvalho Novo

    Apresentação Sou Allan Carvalho Novo, conhecido artisticamente como Allan Novo, comunicador e produtor de rádio. Minha trajetória começou ainda jovem, movido pela paixão pela comunicação popular e comunitária. Atuei em emissoras de rádio no Rio de Janeiro e também na televisão, integrando a equipe da Rede América, em São Paulo. Atualmente aguardo a outorga para implantação de uma emissora em Saquarema, e realizo um grande sonho profissional: fazer rádio AM na Rádio Livre 1440, onde sigo produzindo e apresentando com dedicação e amor pelo que faço. Meu estilo de locução é natural e envolvente — ainda que eu não tenha uma voz tão “radial” assim, procuro transmitir emoção, verdade e leveza em cada palavra. O rádio tem uma magia única. Como foi seu primeiro contato com o microfone e quando percebeu que essa seria sua vocação? Meu primeiro contato com o microfone foi ainda na adolescência, em uma rádio comunitária da minha cidade. Lembro do frio na barriga e da emoção de saber que minha voz estava chegando a tantas pessoas. Naquele momento percebi que o rádio não era apenas um meio técnico, mas uma extensão da alma — uma forma de servir, informar e inspirar. Foi aí que entendi que essa seria minha missão de vida. Em tempos de internet e redes sociais, qual é o segredo para manter o rádio relevante e conectado com o público? O segredo está em integrar o rádio às novas mídias sem perder sua essência. O rádio continua sendo uma companhia fiel, mas agora precisa conversar com o ouvinte também nas redes sociais, nos podcasts e nas transmissões digitais. O importante é manter o calor humano, a voz próxima e verdadeira, mesmo dentro da modernidade tecnológica. Já viveu alguma situação curiosa ou emocionante durante uma transmissão ao vivo? Várias! Uma das mais marcantes foi quando um ouvinte ligou emocionado dizendo que uma mensagem que eu havia lido no ar o motivou a recomeçar um projeto de vida. Foi um daqueles momentos que mostram o quanto o rádio toca corações e ultrapassa barreiras. É uma energia que nenhuma tecnologia substitui. Quem foram ou são suas maiores inspirações no rádio? Algum locutor ou comunicador marcou sua trajetória? Tive muitas referências, mas destaco Luís Nascimento e Daisy Lucidy, pela forma como comunicam com emoção, elegância e verdade. Tive o prazer de conhecer Daisy Lucidy pessoalmente na Rádio Nacional, onde ela permaneceu 40 anos ininterruptos no ar — um verdadeiro exemplo de dedicação e amor ao rádio. Cada um desses profissionais me inspirou de um jeito: seja pelo estilo humano de se expressar, seja pelo respeito com o público. Que conselho você daria para quem sonha em trabalhar no rádio hoje, com tanta tecnologia e novos formatos de comunicação? Diria para nunca perder a autenticidade. A tecnologia muda, os formatos evoluem, mas o poder da voz sincera e do conteúdo relevante continua o mesmo. O rádio é muito além de falar em um microfone — envolve técnica, compromisso, responsabilidade e, acima de tudo, compreensão do impacto que uma mensagem pode ter. Também é importante entender que gostar de rádio é diferente de gostar de radiodifusão: o rádio é paixão e expressão; a radiodifusão é um sistema técnico e institucional, que exige estudo, gestão e conhecimento profundo sobre leis, frequência e operação. Quem compreende essa diferença está um passo à frente no caminho da verdadeira comunicação. Allan Novo – Comunicador e Produtor Rádio Livre AM 1440 Crédito: Delcio Marinho & ChatGPT #Rádio #Comunicação #Entrevista #RevistaDoVilla #VozDoBrasil Delcio Marinho

  • Ave Fenix e o Príncipe Valente

    O dia em que o amor se esfriar é porque as asas da “Ave Fênix” apagou no mar e se a queda foi da força do sol é porque não era para mais brilhar o tal Girassol... Pois agora continue dançando na chuva e nunca pare de sorrir, devido a magia do beijo para voltar incendiar na madrugada suas asas, como o brilho de um lindo diamante você pode voar de volta para o vulcão distante que a queima, o fogaréu, incêndio das asas não está mais como antes por causa do  batizar com fogo ardente do príncipe valente que até dragão enfrentou com seu cavalo voador e te salvar! Agora é só fogo de amor! Pode voar minha linda “Ave Fênix” novamente com suas asas de fogo revigoradas queimando meu coração á todo vapor! Estamos indo para o Ápice do amor! E me perdoa por favor este príncipe amado que tem você princesa Fênix, como um mero admirador.   João Paulo Penido

  • Lançamento do Livro Memórias e Mentiras, de Pedro Cavalcanti Ferreira

    ‘Memórias e Mentiras’ Pedro Cavalcanti Ferreira   “Só os idiotas têm certezas. Os inteligentes, esses vivem se debatendo em dúvidas.” - Paráfrase de Bertrand Russell (1872 – 1970)   “Estes são os meus princípios. Se não gostou, eu tenho outros"  Groucho Marx (1890 – 1977)   Este é um livro que investiga a natureza das memórias. Verdadeiras, doloridas e leves, mas que também podem soar falsas, imaginadas e aventureiras. Algumas foram vividas com suas consequências e, aparentemente, entre nostalgias e sustos, constroem a narrativa de uma vida. As inventadas se confundem com as verdadeiras, as vezes de forma dramática, as vezes cômica. E modificam uma narrativa que parecia linear e feliz. É a memória que falha? Ou a invenção é intencional? O que, no fim das contas, é realidade e imaginação na reconstrução narrada de lembranças vividas?   A motivação inicial para este livro foi a doença e posterior morte do irmão do autor. Além da dor da perda física, ficou em Pedro uma sensação de ter perdido histórias e memórias, passagens de uma vida que só seu irmão poderia conhecer e guardar. Assim, pensou, o que fazer com as suas? Colocar no papel. Mas descrever aventuras de adolescência ou juventude pareceu pouco, um arquivo de passagens de uma vida comum soou aborrecido e desinteressante para si e para quem mais fosse ler. Por que não inventar uma outra vida que refletisse estes mesmos momentos, por um ponto de vista bem menos otimista, as vezes trágico, embora em muitos momentos cômico?   Leitor ávido, graduação e mestrado em Economia pela PUC – RJ, autor de uma coluna mensal de jornal, o carioca Pedro abriu a página em branco confiante de que não teria dificuldade para preenchê-la. Disposto a mostrar que de tédio nunca planejou morrer, no ano de pausas e trabalho remoto provocados pela pandemia da Covid 19, consegue dedicar algum tempo a escrever as memórias afetivas da vida, de fato, cheia de aventuras, passada entre as praias e a Lagoa do Rio de Janeiro. E começa a compartilhar com amigos histórias envolvendo personagens de quem esteve próximo por toda uma vida. Ou quase todas.   Numa espécie de fluxo de consciência cômico-memorialístico e alguma dose de imaginação, por vezes até hiperbólica, vai com tudo em busca da redenção de seus avessos e maus costumes. O resultado é, alusões à parte, um autorretrato do economista quando jovem que começa logo de cara com a revelação de uma espantosa árvore genealógica. Por exemplo: o ilustre professor Pedro Cavalcanti Ferreira é neto de um militar assassino estelionatário.   Logo na abertura do rascunho que viria a se tornar este primeiro livro, ele vai direto ao ponto e fulmina o leitor com a história do avô materno, o general Felinto Abaeté Cavalcanti, que ainda casado com a esposa carola, depois de matar a amante com tiros à queima-roupa, foi condenado e preso por aplicar golpes como a venda de lotes de terrenos inexistentes. Mas as contradições ancestrais não acabam aí. De más influências o universo familiar deste carioca de elite estava cheio. Mais tarde, descobriu que o avô paterno, o fazendeiro Ordomundi, não tinha de estranho apenas o nome de batismo realista-fantástico. Era outro homem pequeno e ruim.     Mesquinho e cruel com os filhos e netos, Ordomundi é descrito pelo neto e autor como um incompetente que vivia da herança da esposa e nunca conseguiu tocar a fazenda deixada pelo sogro em Minas: “(...) quando este morreu, não lamentou, não derramou uma lágrima nem foi ao enterro em Cambuquira, inventou uma desculpa para ficar no Rio (...)”, confessa Pedro em uma das passagens autorreferentes escritas em terceira pessoa.   Sim, mas o que é verdade e o que é mentira nesta narrativa que sugere mistura de tudo o tempo todo?  Mais adiante, com o circo familiar armado, Pedro provoca mais confusão ao revisitar as próprias zonas de sombra. Sugere em ordem direta que elas existem em sua vida solar e podem ser mais surpreendentes do que imagina a vã filosofia de boteco de beira de praia dos amigos de juventude.   A vida do professor de reputação ilibada, como a de qualquer um de nós, foi feita de escolhas que, nesta narrativa à luz difusa da memória, poderiam ter levado a outra – ou outras trajetórias. Roubo e assassinato do melhor amigo? Talvez. Drogas, alienação juvenil, trapaças? Seguramente. Quem diria, professor Pedro?   Para a economista Elena Landau , prima-irmã do autor que assina a orelha do livro, foi uma grata surpresa descobrir a veia literária do primo. “Quando Pedro me contou que estava escrevendo, eu esperava algo sobre Economia. Mas não, fui tomada de surpresa ao ler os primeiros rascunhos. Autobiografia e romance policial se intercalam em suas páginas. Sabemos que toda memória é uma construção. Ao longo do tempo é quase inevitável a revisão do passado, muitas vezes buscando dar uma moldura mais positiva aos acontecimentos. Não é o que Pedro faz neste livro, no qual mentiras invadem as lembranças, construindo um personagem quase sinistro”, escreve Elena.   Prefaciador do romance de autoficção, o jornalista e escritor Marcelo Lins  foi levado pela leitura a reflexões profundas: “Se cada pessoa é uma galáxia, de pensamentos, atos, relações, vivências, vitórias, derrotas, orgulhos e vergonhas, toda família é um universo, com todos esses elementos multiplicados ao infinito. Quando espanamos a poeira da memória, acumulada ao longo dos anos sobre personagens e episódios, (re) descobrimos um mundo novo, inclusive as invenções da nossa cabeça”, diz ele.   Com fatos ou hipérboles fantasiosas, nesse jogo da memória, o autor diverte seus leitores, mas também instiga a imaginação sobre tudo que poderia ter sido e não foi na vida de cada um de nós. Abala conceitos e convicções e mostra, sobretudo, que sim, as aparências enganam.   Sobre o autor :  Formado e graduado em Economia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro  (PUC- RJ), com PhD pela University of Pennsylvania , Pedro Cavalcanti Ferreira é responsável por extensa produção científica no campo da macroeconomia. Professor desde 1993 da Escola Brasileira de Economia e Finanças  da Fundação Getúlio Vargas (EPGE-FGV) , dirige na instituição o centro de pesquisa Crescimento & Desenvolvimento Econômico, orientando o estudo de temas como educação, aposentadoria, desigualdade de renda e riqueza. Autor de uma coluna mensal no jornal Valor Econômico , participa ativamente do debate de política econômica no Brasil.   Ficha técnica Título: Memórias e mentiras Gênero:  Romance Autor: Pedro Cavalcanti Ferreira Editora:  7 Letras Páginas: 256 Preço:  R$ 87,00   * Em pré-venda no site da editora até o lançamento com desconto de 20%:   R$ 70,00 ou R$ 66,50 no pix.    Sessão de autógrafos:  Segunda-feira, 10 de novembro de 2025 Local:  Livraria Travessa Leblon Horário:  19h Informações Imprensa e Marketing Digital Simone Ruiz - (21) 99101-0937 Daniella Cavalcanti - (21) 98876-9660 Claudia Ebert - (21) 97631-8014    Alex Varela

  • Arte e Empreendedorismo: a trajetória de Fernando Mendonça, criador da Cosméticos FM

    Natural de Itabira (MG), terra de Drummond, Fernando Mendonça sempre encontrou na arte o ponto de partida para se expressar e sonhar. Desde criança, o teatro foi seu refúgio e sua força criativa. Um espaço onde descobriu a potência da imaginação e o valor do trabalho coletivo.   Aos 18 anos, deixou sua cidade natal e seguiu para Belo Horizonte, onde se formou em Teatro pela PUC Minas. Na capital mineira, mergulhou na efervescente cena cultural, participando da tradicional Campanha de Popularização do Teatro e da Dança. Entre ensaios e apresentações, dividia-se também entre trabalhos publicitários nacionais e internacionais, sempre conciliando o sustento com o aprendizado.   Nos bastidores das produções teatrais, Fernando aprendeu técnicas de maquiagem e cabelo. Saberes esses que, sem imaginar, se tornariam o alicerce de sua futura trajetória profissional. O domínio sobre estética e expressão o levaria a abrir seu primeiro salão de beleza em Belo Horizonte. Mas o desejo de novos horizontes falou mais alto. Aos 23 anos, ele decidiu recomeçar no Rio de Janeiro.   Na capital fluminense, ampliou sua formação: tornou-se Bacharel em Artes Cênicas e Pós-Graduado em Direção Teatral pela renomada Faculdade CAL de Artes Cênicas. Atuou em montagens marcantes, como Cabaré Autofágico , dirigido por Adriana Maia, no Teatro Poeira, e em musicais infantis sob supervisão de Marlene Mattos, entre eles A Bela e a Fera , O Mágico de Oz  e A Pequena Sereia . Fez também participações na Globo e no Multishow, mantendo vivo o espírito de artista inquieto e versátil.   Foi justamente dessa interseção entre arte, estética e coragem que nasceu, pouco antes da pandemia, a Cosméticos FM . O projeto surgiu em meio à incerteza e se consolidou com o tempo, fruto de disciplina, sensibilidade e resistência. Fernando começou literalmente do zero: embalava os produtos, atendia os clientes e fazia entregas de bicicleta e metrô. “Era eu que embalava, respondia os clientes e saía pedalando para entregar”, relembra com orgulho.   Hoje, a Cosméticos FM é uma marca consolidada, com base de envios full em São Paulo, e-commerce operando do Rio de Janeiro e loja física em Itabira, administrada pelos irmãos Bernardo e Luciane. A empresa está presente nos principais marketplaces e representa nomes de peso como Kérastase, Wella e L’Oréal Professionnel. Em sua cidade natal, é pioneira: a primeira perfumaria de luxo e única loja autorizada da Kérastase.   “A minha história não é de sucesso rápido. É de luta, de quedas e de recomeços. Empreender sozinho é desafiador, mas cada conquista tem um valor que só quem vive entende”, afirma Fernando.   Antes de empreender, ele também foi caixa de pizzaria, garçom, produtor teatral e colaborou em grandes eventos como o Rock in Rio e o Cirque du Soleil. “Fiz de tudo um pouco até a empresa começar a fluir”, conta. Essas experiências, acredita, foram essenciais para moldar sua visão de mundo. “Aprendi o valor do esforço e da constância. Tudo isso me fez entender o que realmente importa: ter propósito e sensibilidade com as pessoas.”   Mesmo à frente de uma marca em expansão, Fernando mantém viva a ligação com o teatro. Atualmente, trabalha em um projeto solo que é fruto de sete anos de pesquisa e entrevistas, em que dá voz às histórias e identidades dos mineiros. Um retorno simbólico às origens e à arte que o impulsionou desde sempre.   A trajetória de Fernando Mendonça une dois universos que, à primeira vista, parecem distantes: o palco e o empreendedorismo. Mas em sua história, eles se completam. A sensibilidade artística, a atenção aos detalhes e a persistência em criar algo com propósito são os pilares que transformaram sonhos em marca e arte em negócio. Nando Andrade

  • Lô Borges: A Poesia Eterna do Clube da Esquina

    O Brasil perdeu um de seus mais sensíveis e revolucionários poetas da alma: Salomão Borges Filho, o Lô Borges. Nascido no coração de Belo Horizonte, em 10 de janeiro de 1952, Lô se tornou um pilar na música popular brasileira. Sua partida, em 2 de novembro de 2025, aos 73 anos, deixou um silêncio melancólico, mas seu legado musical ecoará por gerações. ​Internado desde 17 de outubro devido a uma intoxicação por medicamentos, o artista faleceu na noite de domingo, 20h50, em decorrência de falência múltipla de órgãos, conforme confirmado pela família e pelo Hospital Unimed. Seus últimos dias foram de luta na UTI, com ventilação mecânica e traqueostomia. ​O Berço Musical e a Gênese do Clube da Esquina ​A história de Lô Borges está intrinsecamente ligada ao bairro Santa Tereza, em Belo Horizonte, e a encontros que redefiniram a MPB. Curiosamente, a base do futuro movimento surgiu de uma mudança temporária. Aos 10 anos, durante uma obra na casa da família Borges, no Centro de BH, Lô conheceu o vizinho mais velho que tocava violão nas escadarias do Edifício Levy: Milton Nascimento. ​"Sentei na escadaria, dei de cara com um carinha tocando violão, era o Bituca. Eu tinha 10 (anos), e ele tinha 20. [...] Fiquei vendo o Bituca tocando violão, e ele assim comigo: 'Você gosta de música, né, menino?'"  (Lô Borges) ​Dois meses depois, o acaso trouxe outro futuro parceiro: Beto Guedes, que tinha a mesma idade de Lô. A amizade se consolidou nas ruas de Santa Tereza, onde os jovens se reuniam na esquina das ruas Divinópolis e Paraisópolis – a casa dos Borges – para conversar, trocar ideias e, principalmente, tocar. O local, uma confluência de talentos e referências, de Beatles e Rolling Stones ao jazz e à bossa nova, batizou o que se tornaria um dos movimentos mais aclamados da música brasileira: o Clube da Esquina. ​ O Álbum Fundador e Sucessos Atemporais ​A visão de Milton Nascimento foi crucial. Bituca, que já havia gravado a parceria inicial "Para Lennon e McCartney" (Milton, 1970), bancou o talento do então adolescente Lô Borges. Aos 19 anos, Lô se uniu a Milton para morar no Rio de Janeiro e criar o disco que entraria para a história: "Clube da Esquina" (1972). ​A gravadora temia um álbum duplo com um nome novo, mas a genialidade das composições falou mais alto. Lô trouxe a veia pop-rock, dialogando perfeitamente com a latinidade, o jazz e a africanidade de Milton. ​As canções de Lô Borges são verdadeiros hinos líricos que pintam a alma e a essência brasileira: ​"Um Girassol da Cor do Seu Cabelo": Uma lembrança da beleza e da simplicidade da vida. ​"Paisagem da Janela": Transporta para um mundo de sonhos e imaginação, um reflexo do olhar mineiro, mas universal. ​"O Trem Azul": Um clássico atemporal que conjuga melancolia e esperança. ​"Clube da Esquina": A própria celebração da amizade e da cumplicidade que deu origem ao movimento. ​ A Importância, a Contribuição e o Legado ​A música de Lô Borges, com sua sensibilidade e criatividade, é mais do que canção; é um espelho que reflete a alma mineira e brasileira. Suas letras falam de amor, saudade, esperança e realidade, convidando à auto reflexão e à reconexão com as raízes. ​O Legado de um Poeta ​O Clube da Esquina, que contou com parceiros fundamentais como Milton Nascimento, Beto Guedes, Márcio Borges, Fernando Brant, Ronaldo Bastos e Wagner Tiso, entre outros, revolucionou a MPB ao fundir harmonias complexas, lirismo poético e influências do rock progressivo e psicodélico, criando um som único que se tornou a marca de Minas Gerais para o mundo. ​Lô Borges é reconhecido por injetar o espírito do rock e dos Beatles no movimento, mantendo o frescor da juventude e a experimentação. O disco de 1972 se tornou um dos mais aclamados de todos os tempos. Sua obra continuou relevante por mais de cinco décadas, sendo regravada por gigantes como Elis Regina, Tom Jobim, Caetano Veloso, Nando Reis e Samuel Rosa (Skank), atestando sua versatilidade e a profundidade de suas composições. ​Com o falecimento de Lô Borges, a música brasileira perde um de seus artífices mais inspirados, mas ganha a eternidade de uma obra que continuará a tocar, inspirar e fazer sonhar, como um tesouro imortal da nossa cultura. ​ Gilson Romanelli

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