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Revista do Villa

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Uma mulher latina, com certeza!

Estreou a peça teatral Violeta Parra em Dez Cantos no teatro Glaucio Gil.


O texto de autoria de Luís Alberto de Abreu é potente, poético, musical, crítico e memorialístico, é uma celebração emocionada da vida e da arte de uma das maiores artistas latinas, que cantou alto o amor, a revolta, as dores e as misérias de seu povo. Através da história e das músicas da chilena Violeta Parra, a peça nos apresenta um panorama da colonização da América Latina.


O texto ressalta o caráter plural da trajetória da artista Violeta Parra. Ela foi uma exímia cantora, reconhecida pelas suas composições. E ela também atuou como poeta, ceramista, bordadeira e artista plástica. Foi uma mulher preocupada com os seus antepassados, pesquisadora do folclore popular chileno, e uma crítica profunda do processo de colonização europeia nas Américas. De origem humilde, Parra foi uma mulher batalhadora, lutadora, e denunciou as injustiças sociais. Sua vida foi marcada por alegrias e êxitos, mas também por tristezas e fracassos. Estes últimos foram também doídos que a levaram ao suicídio.

 



A atriz Rose Germano faz uma Violeta Parra correta e original. Como a artista chilena, ela também teve uma origem social pobre, de origem nordestina, e que a fez lutar para superar as faltas e as adversidades. Rose tem uma atuação notável, apresentando uma interpretação perfeita, e emocionando. Ela incorporou Violeta. Faz a personagem de forma vibrante, com energia e vigor, e passa emoção. Rose domina de forma segura e firme o texto e o palco. Ela se comunica bem com o público, interagindo com o mesmo o tempo inteiro do espetáculo. Portanto, uma apresentação de qualidade.

 

Os dez cantos interpretados de forma correta, emocionada e afinada por Rose Germano foram:

 

1ª “Que he sacado con quererte “ (Violeta Parra);  2ª “Rin de Angelito” (Violeta Parra);

3ª “Los Pueblos Americanos “ ( Violeta Parra);

4ª  “Duerme Negrito”  ( Atahualpa Yupanqui);

5ª  “ Arriba quemando el sol” (Violeta Parra);

6ª “ Gracias a la Vida”  (Violeta Parra);

7ª “ Pau de Arara” (Luiz Gonzaga);

8ª “Volver a los diecisiete” (Violeta Parra); 9ª “ Arauco Tiene una pena” ( Violeta Parra); 10ª “Écoute  moi Petit”  (Violeta Parra).

 

No final do espetáculo, ela repete Gracias a la Vida.

 

Em suas apresentações Rose foi acompanhada do músico Luciano Camara.

 

A correta e precisa direção musical é de Aline Gonçalves.

 

A encenação é de Luiz Antônio Rocha, que realizou as marcações certeiras e precisas, e direcionou a atriz para realizar a sua brilhante apresentação.

 

A cenografia criada por Eduardo Albini é adequada. Ela é constituída por instrumentos musicais, como tambor e violões. Bancos, um deles com garrafas de bebidas. Na parte dianteira elementos decorativos típicos do folclore chileno. Panos beges funcionando como cortinas, e um mural ao fundo. Fios de luzes brancas.

 

O figurino criado por Wanderley Gomes é adequado, bonito, e de bom gosto. A atriz usa um sobretudo vinho, blusa preta, adereço no pescoço, e uma saia com estampas coloridas. Num segundo momento, o mesmo sobretudo com um vestido verde por baixo.

 

A iluminação criada por Ricardo Fujji tem o predomínio da luz branca, e contribui para realçar a atuação da atriz.

 

Violeta Parra em Dez Cantos é um excelente monólogo, poético e musical, que nos apresenta a trajetória da artista Violeta Parra; Rose Germana interpreta e canta com uma qualidade ímpar; e figurinos, cenografia e iluminação corretos, adequados e originais. 

Excelente produção cênica!


Alex Varela


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