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Revista do Villa

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Salvador Cultural: Casa de Jorge Amado

Imagem da Casa de Zélia e Jorge Amado - Rio Vermelho - Salvador - Imagem 1
Imagem da Casa de Zélia e Jorge Amado - Rio Vermelho - Salvador - Imagem 1

A Casa do Rio Vermelho é a antiga residência do casal de escritores baianos Jorge Amado e Zélia Gattai. Localizada no número 33 da Rua Alagoinhas, no bairro do Rio Vermelho, a Casa de Jorge Amado e Zélia vai muito além de uma simples residência e ganha status de memorial, galeria de arte e museu.

 

Costumo dizer que é uma casa mágica, onde entramos no mundo encantador, de muitas histórias que Zélia e Jorge Amado amealharam em toda vida.

 

Comprada em 1960 com dinheiro da venda dos direitos do livro “Gabriela, Cravo e Canela”, de Jorge Amado, para a MGM, a casa mais tarde se transformou no título do livro de Zélia Gattai, publicado em 2002, contando a história vivida pelo casal quando residiu no imóvel. No local, os escritores receberam visitas ilustres, como Glauber Rocha, Pablo Neruda, Tom Jobim, Dorival Caymmi, Roman Polanski, Jack Nicholson, Sartre e Simone de Beauvoir, só para citar alguns. Toda essa riqueza é contada nos diversos ambientes da casa, com seus mais de 2 mil metros quadrados, incluindo o jardim onde as cinzas de Jorge e Zélia estão depositadas.

Imagem de Jorge Amado na casa do Rio Vermelho - Anos 70 - Acervo Casa do Rio Vermelho - Imagem 2
Imagem de Jorge Amado na casa do Rio Vermelho - Anos 70 - Acervo Casa do Rio Vermelho - Imagem 2

 

A Casa do Rio Vermelho conta com mais de 30 horas de vídeos e projeções. Ou seja, é impossível conhecer toda a história do imóvel e do casal de escritores em apenas uma visita. Para tornar mais didática a experiência de mergulhar na intimidade de Jorge Amado e Zélia Gattai, a casa foi dividida em vários espaços, mantendo sempre as características originais, o rico acervo e documentos importantes, como cartas trocadas com personalidades nacionais e internacionais. Os ambientes foram batizados de “A Bahia de Jorge Amado”, “A amizade é o sal da vida”, “A infância/Memórias de Dona Lalú”, “Os viajantes”, “Varanda”, “Amores e amantes amadianos”, “Zélia Gattai, companheira graças a Deus”, “Trocando cartas/O comunista”, “Sala de leituras”, “Muita vida, tantas obras”, “Os amados sabores de Jorge”, “Cozinha de Dona Flor”, “Lago dos Sapos”, “Roda de conversa”, e “Jorge e o Candomblé”.

Imagem da sala principal da Casa do Rio Vermelho - Acervo - Imagem 3
Imagem da sala principal da Casa do Rio Vermelho - Acervo - Imagem 3
Imagem de ambientes com projeções do acervo de Zélia e Jorge Amado - Casa do Rio Vermelho - Imagem 4
Imagem de ambientes com projeções do acervo de Zélia e Jorge Amado - Casa do Rio Vermelho - Imagem 4

Ambientes da Casa: O quarto onde dormiam Jorge Amado e Zélia Gattai, espaço chamado de “Amores e amantes amadianos”, agora está visualmente povoado por personagens marcantes como Gabriela e Nacib, ilustrados em obras de artistas, como Calazans Neto, Carybé e Floriano Teixeira. O visitante pode ainda ouvir narrações de trechos das obras que revelam como o amor e o sexo eram importantes para Jorge Amado. Boa parte da inspiração de Jorge Amado veio das histórias contadas pela mãe, Dona Lalú, quando era criança. Essa relação está retratada no espaço “A infância/Memórias de Dona Lalú”. Nesse cantinho, há uma maquete da cidade de Ilhéus, onde o escritor, nascido no distrito de Ferradas, em Itabuna, viveu por muito tempo, e uma escultura de Jorge Amado com um ano de idade ao lado da matriarca. Já onde antes havia uma piscina está o “Lago dos sapos”, uma espécie de ranário, com sapos e rãs que tanto fascinavam o escritor, e a exibição da novela sonora baseada na obra infantil de Jorge Amado chamada “O gato malhado e a andorinha Sinhá”.

Imagem do quarto do casal Zélia e Jorge Amado - Casa do Rio Vermelho - Imagem 5
Imagem do quarto do casal Zélia e Jorge Amado - Casa do Rio Vermelho - Imagem 5
Imagem do lago dos sapos - Casa do Rio Vermelho - Imagem 6
Imagem do lago dos sapos - Casa do Rio Vermelho - Imagem 6

No jardim, lugar mágico da casa, está o espaço “Jorge e o Candomblé”, que ressalta a relação entre o Obá (posto civil que exercia no Ilê Axé Apô Afonjá) Jorge Amado e o Candomblé, com um depoimento inédito de Mãe Stella abordando a amizade com o escritor e fundamentos sobre a religião de matriz africana.

Imagem do jardim da Casa do Rio Vermelho - Acervo - Imagem 7
Imagem do jardim da Casa do Rio Vermelho - Acervo - Imagem 7

No mesmo espaço, o visitante pode interagir virtualmente com Carlinhos Brown utilizando instrumentos típicos dos rituais do Candomblé. Vale lembrar que Jorge Amado, quando deputado constituinte, em 1945, foi autor da lei que assegura o direito à liberdade de culto religioso no Brasil.

 

Leituras e sabores: “Não escrevi meu primeiro livro pensando em ficar famoso. Escrevi pela necessidade de expressar o que sentia”, disse uma vez Jorge Amado, que publicou o primeiro romance – “O país do Carnaval” – em 1931, com apenas 19 anos de idade. Após a morte, em 6 de agosto de 2001, quatro dias antes de completar 89, o mais famoso escritor brasileiro deixou 45 livros publicados, segundo a Fundação Casa de Jorge Amado. Grande parte dessas obras teve trechos lidos e gravados por artistas e familiares que podem ser vistos na residência da Rua Alagoinhas.

Imagem do acervo de livros da Casa do Rio Vermelho - Imagem 8
Imagem do acervo de livros da Casa do Rio Vermelho - Imagem 8

 No total, são 47 leituras em vídeo. Elas podem ser vistas no espaço “Sala das leituras”, ao lado da biblioteca, em uma tela de cinema. Entre as pessoas que fizeram leituras de trechos das obras de Jorge Amado estão nomes como Caetano Veloso, Regina Casé, Ivete Sangalo, Sônia Braga, Mariana Ximenez, Marisa Orth, Mateus Solano, Paloma Amado, Milton Gonçalves e Paulinho da Viola. “Nessas leituras fica evidente a atemporalidade de Jorge Amado, um escritor à frente do seu tempo e que era popular porque sempre retratou o povo”, afirmou Gringo Cardia.

Imagem da sala - Sabores de Jorge Amado - Acervo Casa do Rio Vermelho - Imagem 9
Imagem da sala - Sabores de Jorge Amado - Acervo Casa do Rio Vermelho - Imagem 9

 Dois espaços são reservados à gastronomia na vida e no trabalho de Jorge Amado e Zélia Gattai: “Os amados sabores de Jorge” e “Cozinha de Dona Flor”. A quituteira Dadá ensina algumas das receitas de delícias que marcaram presenças em livros como “Dona Flor e seus dois maridos”, como a punheta (bolinho de estudante), vatapá, caruru e acarajé. Esses dois espaços foram carinhosamente preparados por Paloma Amado, filha do casal de escritores e autora do livro “A comida baiana de Jorge Amado”, reunindo receitas e histórias de pratos típicos que aparecem nas obras do pai.

Imagem do imenso acervo de Zélia e Jorge Amado na grande varanda - Casa do Rio Vermellho - Imagem 10
Imagem do imenso acervo de Zélia e Jorge Amado na grande varanda - Casa do Rio Vermellho - Imagem 10

 

Fontes:

A Casa do Rio Vermelho

Fundação Casa de Jorge Amado

Prefeitura de Salvador        


André Conrado

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