Rolé Carioca visita a Fiocruz em passeio que conecta ciência, história e cidade
- Revista do Villa
- 24 de jun.
- 4 min de leitura
Ministério da Cultura, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura, Secretaria Especial de Integração Metropolitana, através do Programa Integra Rio, e estúdio M’Baraká apresentam:
Rolé Carioca visita a Fiocruz em passeio que conecta ciência, história e cidade


Próxima edição do projeto propõe uma imersão nos bastidores da saúde pública brasileira, revelando curiosidades e memórias do emblemático campus de Manguinhos, na Zona Norte do Rio
O projeto Rolé Carioca segue sua missão de reconectar a população com os espaços históricos do Rio de Janeiro e, em sua próxima edição, desembarca em um dos lugares mais simbólicos do país: a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). No dia 28 de junho, a partir das 10h, os que acompanharem o passeio cultural terão uma verdadeira aula a céu aberto sobre ciência, saúde, patrimônio e memória coletiva. O rolé é gratuito e com direito a ônibus (para inscritos) partindo da Cinelândia e da Tijuca, pontos estratégicos da cidade.
Fundada em 1900, a Fiocruz é referência nacional e internacional na área da saúde. Muito além de sua atuação científica, o espaço é também um marco arquitetônico e cultural, com histórias que atravessam séculos — da Revolta da Vacina aos avanços no combate à pandemia de Covid-19. O passeio conduzido pelo Rolé Carioca vai percorrer lugares como o Pavilhão Mourisco, a Casa de Chá, a Cavalaçaria, o Museu da Vida e o conjunto paisagístico projetado por Burle Marx, em uma abordagem que mistura fatos históricos, curiosidades e reflexões sobre o papel da ciência no Brasil de ontem e de hoje.

“A Fiocruz é um símbolo da saúde pública, mas também da cidade. Estar ali é entender como ciência, política e sociedade se misturam. Queremos que o público veja o espaço com novos olhos e perceba o quanto ele faz parte das nossas vidas, mesmo que a gente não note no dia a dia”, destaca Isabel Seixas, idealizadora do Rolé Carioca.
No percurso, os participantes serão convidados a refletir sobre temas como as origens da saúde pública no Brasil, o papel invisibilizado das mulheres cientistas, as conexões afro-islâmicas na arquitetura e até os limites entre conhecimento científico e saberes tradicionais, com destaque para a medicina indígena. “O Rolé pela Fiocruz convida a ocupar um espaço que é nosso, da população, mas que muitas vezes parece distante. Ao fazer isso, também enfrentamos o negacionismo com informação, memória e pertencimento”, afirma Isabel.
Oswaldo Cruz: o legado do cientista negro que moldou a saúde e a cidade

Os “Rolezeiros” conhecerão, ainda, a trajetória do médico, sanitarista e cientista que dá nome à instituição e foi responsável por mudanças estruturais na saúde pública brasileira. Sua atuação foi decisiva no combate a epidemias que assolavam o Rio de Janeiro no início do século XX, como febre amarela, peste bubônica e varíola — episódios que transformaram para sempre a relação entre ciência e cidade. Mesmo sendo uma das figuras mais relevantes da história da saúde no país, seu legado ainda é pouco lembrado como parte da construção simbólica do Rio.
“Falar de Oswaldo Cruz é reconhecer o papel de um cientista negro que teve um papel fundamental na saúde pública no Brasil e deixou marcas profundas na história do Rio de Janeiro. Ele não só enfrentou epidemias com ciência e coragem, mas também ajudou a moldar uma nova relação entre cidade, conhecimento e cuidado. Trazer essa memória à tona é fundamental para valorizar a ciência nacional e reparar invisibilizações históricas”, finaliza a idealizadora.
A visita faz parte da temporada 2025 do Rolé Carioca, que vem passando por locais históricos do Rio com o objetivo de ampliar o acesso à cultura, ao patrimônio e à educação pública. Criado em 2013, o projeto já alcançou mais de 20 mil pessoas, mapeou centenas de pontos da cidade e se tornou referência em educação patrimonial no país.
Próximos Rolés abertos ao público
26 de Julho - Rolé Férias em Paquetá
31 de Agosto - Rolé pela Presença Indígena em Jacarepaguá
27 de Setembro - Rolé Justiça Climática em Realengo
Sobre o projeto Rolé Carioca
O Rolé Carioca é uma ferramenta prática de educação patrimonial que colabora na difusão de conteúdos históricos da cidade, e do pertencimento territorial de jovens em realidades sócio-econômicas vulnerabilizadas. Seu intuito é a formação cultural a partir de experiências que convidam estudantes a praticar a cidade para melhor conhecê-la e, consequente, apropriar-se de suas histórias e de seus espaços.
Os roteiros e territórios visam a disseminação e a vivência de uma memória histórica da cidade mais democrática, representativa e antirracista. Com uma postura decolonial, o Rolé tem como premissa apresentar histórias apagadas ou inviabilizadas e propõe também uma revisão histórica dos símbolos, arquitetura e personagens. O projeto é ao mesmo tempo uma ferramenta de educação e de cidadania, que amplia acessos e gera meios de identificação com a história e o patrimônio.
Este projeto é realizado pela Lei de Incentivo à Cultura, e conta com co-realização do Rolé Carioca, Olamidé Cultura e Pressa Filmes; Patrocínio da Prefeitura do Rio, através da Secretaria Especial de Integração Metropolitana e do Programa Integra Rio, e da Estácio do Instituto Yduqs, First RH Group, White Martins, TechnipFMC, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e Secretaria Municipal de Cultura, através da Lei Municipal de Incentivo à Cultura - Lei ISS; e Realização do estúdio M’Baraká, Ministério da Cultura e Governo Federal
Serviço
Rolé Carioca - Fiocruz
Data: 28 de junho (sábado), às 10h
Local: Fundação Oswaldo Cruz (Manguinhos) Centro de recepção
Passeio gratuito.
Para mais informações, @rolecarioca no Instagram.
Revista do Villa || Fernando Portella
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