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Revista do Villa

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No Municipal, Alegria Geral!

Estreou a Opereta A Viúva Alegre, de Franz Lehár, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro (TMRJ).




A opereta é apresentada com Coro e Orquestra Sinfônica do TMRJ. A direção musical e regência é de Felipe Prazeres. Segue o libreto em alemão de Victor Léon e Leo Stein. E a versão brasileira das partes cantadas é de Arthur Azevedo (1908). A concepção e direção cênica é de André-Heller Lopes.

 

Na opereta a alegria está presente em todos os personagens. Embora o título sugira que só a viúva possa ser, quem assistiu a uma das récitas  observou que a felicidade é de todos os personagens!

 

É uma opereta de festas.  Em primeiro lugar, a festa do barão Mirko Zeta, que oferece um baile na embaixada de seu país, Pontevedro, um pequeno reino fictício, numa magnífica cenografia toda preta e prata. A seguir, Hanna Glawari dá uma festa em sua mansão, numa cenografia com cadeiras, piano e paredes brancas, que recebem iluminação em tons azuis e lilas, e figurinos coloridos dos dançarinos em tons laranja e rosa. E, finalmente, a festa no Maxim’s, em que se visualiza o figurino de bom gosto das grisettes, e uma cenografia que remete ao Art Nouveau.

 

Na montagem do TMRJ, cuja orquestra está sob a direção de Felipe Prazeres, seu regente titular, Tati Helene encarnou o papel título com versatilidade e elegância, contracenando com o competente e engraçadíssimo barítono  Santiago Villalba (que interpreta Danilo). Fernando Portari foi bem como Barão Mirko Zeta, mas os destaques vocais foram Thayana Roverso (como Valencienne) e Guilherme Moreira (Camille): vozes bem definidas, potentes, sempre por cima da orquestra, precisão nas entradas.

 

Alice Borges, em representação teatral, está notável como Njegus, divertida, debochada, despojada e desbocada,  à moda da inesquecível Dercy Gonçalves.  Sua saia colorida é deslumbrante!

 

No início do terceiro ato, ela transpareceu o ar Dercy ao dar uma bananada no Barão Mirko Zeta.

 

Tati Helene no papel de  Hanna Glawari veste figurinos de bom gosto e à moda Carmem Miranda. Mas, atuar como a "Pequena Notável", sobretudo no tocante ao gesticular das mãos e das caras e bocas que ela fazia, ficou longe. Quanto à voz, doce e correta.

 

Os figurinos de Marcelo Marques são de bom gosto, requinte, caracterizam-se pelo combinação de cores, e adequados ao espetáculo.

 

A cenografia criada por Renato Theobaldo é arrojada, clean, e sofisticada.

 

A iluminação criada por Paulo Cesar Medeiros apresenta um bonito desenho de luz, e realça a apresentação dos artistas.



No nosso ponto de vista o segundo ato de "A Viúva Alegre" é o ponto culminante do espetáculo, em que fica bem explícita a adaptação da opereta ao contexto latino-americano.

 

A direção cênica de 

André Heller-Lopes tem o mérito de adaptar a opereta ao contexto da cultura brasileira, ao trazer para a cena a figura de Carmem Miranda e a imagem da banana, lembrando a expressão "República das Bananas", como os países da América Latina ficaram conhecidos. É uma "Viúva Alegre" latina. E ainda colocou também a Dercy Gonçalves, lembrando a esculhambaçao característica da atriz. Latinidade pura!

 

Na cena final, aparece a imagem do 14-Bis, de Santos Dumont, e, ao fundo do palco, a imagem estilizada do pão-de-açúcar.

 

O Coro (preparado por Cyrano Sales) é excelente, inclusive cenicamente, e a orquestra eficaz, harmônica, afinada, e regida com firmeza, competência e segurança.

 

Funcionou a ideia de manter o canto em português, bem como  os trechos falados, permitindo agilidade na narrativa e uma melhor compreensão. Ademais, ao montar o espetáculo na língua portuguesa é uma forma de atrair o mais variado público. Acreditamos que seja o desejo da direção de ampliar a acessibilidade a esse espaço magnífico, que é o Municipal.

 

A coreografia é de Rodrigo Negri, criações dinâmicas, apresentando bonitos desenhos coreográficos, e ritmos diversos, energizados e vibrantes.

 

A Viúva Alegre é uma opereta popular com uma montagem altamente qualitativa, que foi adaptada à cultura latino-americana; um elenco forte e pujante; e cenografia, figurinos e iluminação de bom gosto e qualidade.

 


Excelente e Imperdível Produção de Ópera!


Fotos: Daniel Ebendinger

Alex Varela


 

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