Mulher Negra Latina Americana e Caribenha
- Ana Cristina Carvalho

- 29 de jul.
- 2 min de leitura

Em 1992 ,durante o 1º Encontro de Mulheres Negras da América Latina e do Caribe, realizado na República Dominicana , ficou definido que em 25 de julho se comemoraria o Dia das Mulheres Negras da América Latina e do Caribe , e no Brasil esta data tambem homenageia Tereza de Benguela, líder quilombola que resistiu à escravidão no século XVIII , simbolo de organização e resistência negra e da luta histórica das mulheres negras contra o racismo, o sexismo, a violência e a exclusão social.
Os dados divulgados pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública, apontam crescimento dos feminicídios e da violência contra mulheres e meninas negras no Brasil Em 2024, foram registrados 1.492 feminicídios, o maior número desde que esse crime foi tipificado na legislação brasileira. A maioria das vítimas (64%) era composta por mulheres negras, entre 18 e 44 anos, assassinadas dentro de casa.
Dos 87.545 registros em 2024, três em cada quatro vítimas tinham até 14 anos, o que caracteriza estupro de vulnerável. A violência atinge com mais força meninas negras e periféricas, escancarando.
Na area profissional a desigualdade tambem nao e diferente . As mulheres negras ocupam as funções mais precarizadas, recebem os salários mais baixos e enfrentam múltiplas formas de violência institucional.
Além dos feminicídios e da violência sexual, o Anuário também aponta aumento nas mortes de crianças e adolescente por intervenções policiais e desaparecimentos , os quais subiram 5%, o que levanta a hipótese de que parte da violência esteja sendo ocultada sob essa forma. O cenário revela um país onde a violência segue seletiva e racializada, atingindo com mais força os corpos negros.
O que se conclui que a maioria das mulheres assassinadas neste país sao negras , resultado de um racismo estrutural da negligência da vida das mulheres.
Cristina Carvalho


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