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Revista do Villa

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Luciene Franco, uma estrela nunca se apaga


Esta é a primeira publicação que faço aqui na Revista do Villa, onde a partir de agora passo a integrar ao cast de colunistas. Creio que não poderia escolher uma maneira melhor para este meu pontapé aqui a não ser de prestar uma homenagem a grande e tão saudosa voz, Luciene Franco.


Luciene Franco foi uma cantora de relevância importante do fim Era do Rádio, do período de transição para a Televisão, tendo sido uma das pioneiras. Sua primeira gravação ocorreu em 1957, mas em 1960 ela participou do Festival do Rio e lá lançou um dos seus grandes sucessos “Ternura Antiga”, de Ribamar e Dolores Duran. E em 1964, foi cedida pela Copacabana Discos para a RCA Victor, onde gravou o grande sucesso “Ma Vie”.


Vale ressaltar que Luciene era uma das intérpretes favoritas de Ary Barroso, tendo inclusive que ter sido emancipada para que pudesse trabalhar com ele. Só pelo fato dessa escolha do Ary, um dos maiores gênios da música brasileira e extremamente conhecido pela sua crítica exigente, podemos observar o tamanho talento que Luciene tinha. Rodou o Brasil e o mundo levando a boa música, tendo discos lançados em Portugal, onde fez bastante sucesso.


Ganhou diversos prêmios ao longo de sua carreira, com destaque a duas premiações Revelação da TV (1958) e Revelação do Rádio (1959).


Na década de 60 Luciene se dividia entre Rio e São Paulo para suas apresentações em Rádio e TV, como contratada. No dia 15 de Janeiro de 1963, indo para São Paulo, ela foi vitima de um acidente aéreo. Tendo sido uma das poucas sobreviventes, Convair da Cruzeiro do Sul (Prefixo PPCEV).


Muitas figuras importantes fizeram parte da vida dela, como Antônio Maria, Baden Powell, Luiz Bonfá e tantos outros. Foi a primeira a gravar uma composição de Geraldo Vandré, “Rosa Flor”.


Depois de alguns anos, Luciene decidiu se afastar dos palcos e se dedicou ao ramo da Hotelaria, em Cabo Frio. Fazia esporádicas apresentações em shows e em programas.


Anos se passaram e algum tempo depois dela decidir “se aposentar” da Hotelaria, conheceu o cantor Márcio Gomes, que insistiu e persistiu muito para que ela voltasse a brilhar nos palcos. E assim aconteceu, com shows solos e participações em projetos. Cerca de 40 anos de sua ultima gravação, ainda em vinil, foi convidada pelo produtor Thiago Marques Luiz para gravar no disco em homenagem ao centenário de Dalva de Oliveira, que foi sua sogra. Ainda participou de outro projeto de Thiago, em homenagem ao Ivon Curi.



Luciene partiu no dia 10 de Dezembro de 2024, aos 85 anos, em decorrência de sérios problemas na coluna e sucessivos procedimentos e cirurgias. Permaneceu internada durante dois meses, mas infelizmente não resistiu.


Busquei fazer um pequeno resumo desta grande voz. Mas qual seria o motivo da minha escolha para que ela fosse o tema escolhido para a minha primeira publicação? Bem, eu vos explico agora.


Eu tive o privilégio de conhecer Luciene com 14 anos de idade e convivi com ela durante 13 anos, a acompanhava em seus shows e também era sua companhia na plateia para prestigiar os amigos.


Tanta amizade, carinho e cumplicidade nos uniu de uma maneira muito especial, fazendo tamanha ternura nos tratássemos como mãe e filho do coração, o que foi registrado por ela em dezenas de autógrafos. Era o “amigo número 1 e filho número 4”.


Pelo destino ou até mesmo intervenção espiritual, consegui comprar parte do seu acervo, o resgatando e a podendo assim fazer a sua vontade. Que era que eu fosse o guardião de seu legado.


Só tenho lembranças felizes ao longo desses anos de convívio e hoje posso cumprir seu desejo e preservar a sua história.


 

Tadeu Kebian



1 commentaire


Miramar
11 mars

Linda matéria com uma bela e merecida homenagem .Eu a conheci quando fiz meu primeiro disco " Pedra 90"

Parabéns pela belíssima matéria Bjs

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