Lançamento do livro Casas Cariocas
- Delcio Marinho

- 7 de nov.
- 3 min de leitura
Lançamento do livro Casas Cariocas
Por Delcio Marinho — Criador de conteúdo, artista narrativo e pesquisador criativo

DM: Luis, o que te motivou a escrever Casas Cariocas?
Villa: Este livro nasce do desejo de preservar memórias importantes da vida noturna do Rio de Janeiro. São histórias que, muitas vezes, o tempo insiste em apagar, mas que foram fundamentais para a construção da identidade cultural moderna da cidade. Eu quis reviver não apenas os locais, mas as atmosferas, os personagens e os movimentos que transformaram gerações.
DM: Por que focar justamente na transição entre a Era dos Cassinos e a Era das Boates?
Villa: Esse período representa uma transformação profunda da cidade. Saímos da elegância dos cassinos para o brilho e a irreverência das boates. Entre as décadas de 1930 e 1980, a noite carioca se tornou um verdadeiro laboratório da liberdade, da arte e do comportamento. Ali, surgiram movimentos como a bossa nova e muitas maneiras novas de viver e resistir.
DM: O livro retrata também um Rio que enfrentava a ditadura. A noite teve um papel político?
Villa: Sem dúvida. Nos anos de repressão, esses espaços funcionaram como territórios de expressão. Mesmo quando a censura tentava impor silêncio, a música, a dança e a convivência se tornavam uma forma de resistência cultural. A noite carioca foi palco de transformação e coragem.
DM: Você escolheu onze casas emblemáticas. Como foi essa seleção?
Villa: Fiz questão de trabalhar com testemunhos vivos, com quem realmente viveu aquelas épocas. Cada casa é um capítulo afetivo e documental. Não se trata apenas de arquitetura ou localização, mas da experiência que marcou a cidade e as pessoas que a frequentaram.
A história pessoal do autor
DM: Você cresceu dentro da cultura carioca. Isso influenciou sua obra?
Villa: Muito. A Casa Villarino, fundada em 1953 pelo meu avô espanhol, foi um dos grandes laboratórios da minha formação sensível. Ali, nos anos 1960, convivi com nomes como Maysa Matarazzo, Ângela Maria, Elizeth Cardoso, Danuza e Nara Leão. Foi essa proximidade que me conduziu ao mundo das artes e dessa memória nasce meu olhar sobre a cidade.
DM: Sua trajetória também tem um lado internacional, correto?
Villa: Sim. Nos anos 1980 vivi em Paris, mais tarde em Milão — experiências que ampliaram meu repertório cultural e minha percepção sobre comportamento, moda e sociedade. Hoje, alterno entre o Rio e Portugal, sempre com um olhar voltado para a cultura.
O comunicador social
DM: Você está há anos à frente da Revista do Villa. Qual o papel dela nessa missão de memória cultural?
Villa: A Revista do Villa, que comando desde 2011, é um espaço de valorização da cultura, da sociedade, do comportamento e da memória afetiva da cidade. Através dela, seguimos celebrando o Rio e registrando pessoas que ajudam a construir nossa identidade.
O livro e sua mensagem
DM: O que você espera que os leitores encontrem em Casas Cariocas?
Villa: Espero que reencontrem o brilho, a criatividade e o espírito livre do Rio de Janeiro. Que a leitura inspire novas descobertas e reacenda as luzes que um dia iluminaram as nossas madrugadas.

Serviço
Casas Cariocas
Autor: Luís Villarino
Editora: Mapa
Lançamento: 2025
Instagram: @villarino.luis
Delcio Marinho
Criador de conteúdo digital, artista narrativo e pesquisador criativo
Idealizador do projeto Robô House
Parceria criativa com IA — Delcio Marinho & ChatGPT

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