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IA no Jurídico: Produtividade, Risco e o Fio da Navalha Digital

Evento da AB2L no Rio de Janeiro evidencia que a aplicação da inteligência artificial na área jurídica já está moldando novas estruturas de trabalho e exigindo governança ativa.


Estive hoje no “Esquenta AB2L LEX – Edição Rio de Janeiro”, evento que reuniu profissionais altamente qualificados para discutir os efeitos práticos da inteligência artificial no universo jurídico. O tema era direto: como aplicar a IA, quais os reais benefícios e quais os desafios que ainda enfrentamos. A resposta? Complexa, provocativa e essencial para quem atua ou acompanha o setor.


Tive a honra de participar a convite da Dra. Cláudia Lima, Diretora Jurídica do Grupo Xcalibur no Brasil, cuja atuação estratégica tem sido referência na interlocução entre Direito, governança e tecnologia. Foi, sem dúvida, um privilégio estar presente em um debate com tanta densidade técnica e visão de futuro.


Compondo o painel, nomes expressivos como Renan Coelho de Souza, Camila Felix Moreira, Ana Beatriz Graça Couto e Tatiana Coutinho apresentaram uma visão abrangente sobre o momento atual da transformação digital no Direito. Ainda que cada um tenha trazido sua perspectiva, ficou claro que não estamos mais falando de futuro, e sim de presente.


Durante o encontro, foram discutidas aplicações que até pouco tempo pareciam distantes. Desde agentes inteligentes que geram conteúdo jurídico sem necessidade de briefing, passando por assistentes virtuais conectados ao WhatsApp com informações em tempo real sobre audiências, até soluções completas que recebem os dados de um cliente e devolvem relatórios prontos para conferência. O salto em produtividade é notável. Mas com ele vem uma reconfiguração silenciosa da estrutura das equipes. Profissionais de entrada, como analistas e advogados juniores, tendem a ser diretamente impactados, exigindo uma reavaliação sobre quais funções ainda serão ocupadas por humanos.


Entre tantas falas, uma em especial merece destaque. Tatiana Coutinho, sócia do escritório Lima Feigelson, foi enfática ao lembrar que mais do que implantar tecnologias, é preciso garantir uma governança ativa e estratégica nesse processo. Em suas palavras, o segredo está em não perder de vista os critérios éticos e jurídicos que sustentam a atuação profissional. A IA pode apoiar, mas nunca deve substituir o bom senso, a responsabilidade e o cuidado que o Direito exige.


Saí do evento convencido de que o setor jurídico está no meio de uma transformação robusta e, em muitos aspectos, disruptiva. A tecnologia está nos forçando a repensar práticas antigas, rever papéis profissionais e desenhar novos limites para o uso da inteligência na tomada de decisão.


E Agora?Estamos diante de um novo patamar de produtividade ou apenas reorganizando as funções humanas em torno de máquinas mais rápidas? Até que ponto a automação serve ao Direito sem esvaziar a sua essência?


André Aguiar


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