Especial Dia Nacional da Cultura
- Delcio Marinho

- 4 de nov.
- 5 min de leitura
Entrevista com o Professor João Daltro de Almeida

Professor Daltro, o senhor tem uma trajetória impressionante na música brasileira. Poderia contar um pouco sobre sua formação e os primeiros passos na carreira?
Sou João Daltro de Almeida, violinista, carioca, 86 anos de idade. Formei-me pelo Conservatório de Música em 1960, sob a orientação do Professor Santino Parpinelli. Desde muito jovem, vivi intensamente o universo musical. Atuei em mais de 30 conjuntos de música clássica e popular, tanto no Brasil quanto no exterior.
E como foi a experiência de tocar sob a regência de nomes tão importantes da música mundial?
Tive a honra de trabalhar sob as batutas de grandes maestros brasileiros e estrangeiros, como Eleazar de Carvalho, Isaac Karabtchevski, Kurt Mazur, Radamés Gnattalli, Alceu Bochino, Henrique Morelenbaum, H. Sudan, Olivieri De Fabritz, Nicolás Recigno e muitos outros. Cada um deles deixou uma marca única em minha formação artística.
O senhor teve uma carreira longa também em orquestras renomadas. Quais momentos mais marcaram esse percurso?
Durante meus 70 anos de profissão, fundei e participei de diversos conjuntos de câmara — entre eles, o Quarteto do Theatro Municipal, o Brasil Quarteto, o Quarteto da UFRJ, a Orquestra de Câmara do Brasil e a da Rádio MEC.
Fui spalla da Orquestra Sinfônica Brasileira por 20 anos, com a qual realizei turnês pela Europa, Canadá e Estados Unidos. Também participei de 56 concertos com a Grande Orquestra de Paul Mauriat em uma tournée pelo Japão, Coreia e China.
Aos 79 anos, o senhor conquistou um marco importante na carreira. Pode nos contar sobre esse momento?
Sim. Aos 79 anos, por concurso de provas e títulos, concorri à Cadeira nº 38 da Academia Nacional de Música e fui aceito com louvor. Foi uma alegria imensa e um reconhecimento que guardo com muito carinho.
Hoje, o senhor continua ativo no magistério e em grupos de câmara. Como é essa fase atual?
Dedico-me ao ensino de violino e viola, e participo do Trio Schubert da Cidade de Araruama. Continuo gravando e fazendo música com a mesma paixão de sempre. Ao longo da carreira, também gravei vários CDs e integrei o Duo Trindade/Daltro por 15 anos, ao lado da pianista Ilze Trindade.
O senhor viveu momentos emocionantes no palco. Há algum que o senhor recorda com especial carinho?
Minha maior emoção como músico foi tocar em um hospital para crianças nos Estados Unidos — todas portadoras de câncer terminal. Foi uma experiência transformadora. E uma das maiores alegrias da minha vida foi executar Sheherazade, sob a regência de Kurt Mazur.
Como o senhor vê o cenário da música de câmara no Brasil atualmente?
Acredito que ainda há necessidade de mais incentivos, tanto do Governo quanto da iniciativa privada, para fortalecer a música de câmara brasileira e internacional. É um patrimônio cultural que precisa ser valorizado e preservado.
E que mensagem o senhor deixaria aos jovens músicos que estão iniciando agora?
Recomendo que observem sempre a ética profissional, que amem a música de forma total e que respeitem profundamente o público.
Nossa vida é a música. A liberdade que ela traz, a igualdade que provoca e a fraternidade que inspira são os alimentos que nós, músicos, podemos proporcionar — e também receber.
Criação de conteúdo digital: Delcio Marinho & ChatGPT
---
NATIONAL CULTURE DAY SPECIAL
Interview with Professor João Daltro de Almeida
By DM – Revista do Villa
DM – Professor Daltro, you have an impressive trajectory in Brazilian music. Could you tell us a little about your education and your early career?
DALTRO – I am João Daltro de Almeida, violinist, born in Rio de Janeiro, 86 years old. I graduated from the Conservatory of Music in 1960, under the guidance of Professor Santino Parpinelli. Since a very young age, I have lived intensely within the musical universe, performing in more than 30 classical and popular ensembles in Brazil and abroad.
DM – You have performed under the baton of some of the most important conductors in the world. What was that experience like?
DALTRO – I had the honor of working with great Brazilian and international conductors such as Eleazar de Carvalho, Isaac Karabtchevski, Kurt Mazur, Radamés Gnattalli, Alceu Bochino, Henrique Morelenbaum, H. Sudan, Olivieri De Fabritz, Nicolás Recigno, among many others. Each one left a unique mark on my artistic formation.
DM – You also had a long career in renowned orchestras. Which moments stand out the most for you?
DALTRO – Throughout my 70-year career, I founded and participated in several chamber ensembles — including the Theatro Municipal Quartet, Brazil Quartet, UFRJ Quartet, the Chamber Orchestra of Brazil, and the Rádio MEC Orchestra.
I served as concertmaster of the Brazilian Symphony Orchestra for 20 years, joining them on tours across Europe, Canada, and the United States. I also took part in 56 concerts with Paul Mauriat’s Grand Orchestra during a tour through Japan, Korea, and China.
DM – At 79 years old, you achieved an important milestone in your career. Could you tell us about that?
DALTRO – Yes. At the age of 79, through a public exam and merit evaluation, I was admitted with distinction to Chair No. 38 of the National Academy of Music. It was a moment of great joy and recognition that I hold dear.
DM – Today you remain active in teaching and chamber music. How do you view this current stage of your life?
DALTRO – I dedicate myself to teaching violin and viola, and I am part of the Schubert Trio of Araruama. I continue recording and making music with the same passion as always. Over the years, I have recorded several classical CDs and spent 15 years in the Trindade/Daltro Duo with pianist Ilze Trindade.
DM – You’ve lived many emotional moments on stage. Is there one that stands out in your memory?
DALTRO – My most emotional experience as a musician was performing in a hospital for children in the United States — all of them with terminal cancer. It was a deeply moving experience. Another of my greatest joys was playing Sheherazade under the direction of Kurt Mazur.
DM – How do you see the current state of chamber music in Brazil?
DALTRO – I believe there is still a great need for more support — both from the government and the private sector — to strengthen Brazilian and international chamber music. It is a cultural treasure that must be nurtured and preserved.
DM – Finally, what message would you like to share with young musicians beginning their journeys today?
DALTRO – I recommend that they always uphold professional ethics, love music completely, and show deep respect for the audience. Our life is music. The freedom it brings, the equality it provokes, and the fraternity it inspires are the nourishment that
Digital Content Creation: Delcio Marinho & ChatGPT
Delcio Marinho







Bravos, bravíssimo!!!
Grande musico! O som que tira do violino é incomparavel. Maravilhoso artista!!!
Fico orgulhosa em ter um primo que tem dedicado sua vida à carreira musical com muito amor e talento♡♡ Abraços
Bravo, confrade Daltro pela brilhante carreira musical. Saúde e paz! Abraço do José Moura
Orgulhoso de ter um primo com tanto talento.