Entrevista: Sergio da Costa e Silva
- Chico Vartulli
- há 3 dias
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O meu entrevistado é o empresário criador e diretor Música no museu Sérgio da Costa e Silva, criador e Diretor do Música no Museu-Patrimônio Cultural Imaterial da Cidade e do Estado do Rio de Janeiro, a maior Série de música clássica do Brasil e do Festival Internacional de Harpas (RioHarpFestival, SPHarpFestival e BsbHarpFestival). Advogado, Administrador de Empresas, é Benemérito e presidente do Conselho de Cultura da Associação Comercial do Rio de Janeiro, Embaixador do Rio, membro do Conselho de Cultura da Arquidiocese do Rio de Janeiro e ex Vice-Presidente Cultural do Monte Líbano.

1- Foi instituído o dia da Música no Museu no calendário oficial do Estado do Rio de Janeiro no dia 27 de março, data de seu aniversário. Qual é a importância desse fato para o projeto?
Uma grande honra para mim, porque no dia de meu aniversário, 27 de março (e que aliás completei 80 anos em 2025), foi inserido no calendário oficial do Estado do Rio de Janeiro o Dia da Música no Museu, iniciativa do Deputado Atila Nunes e de toda a Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro.Isto dá a maior relevância ao Música no Museu, concertos gratuitos, que completa 28 anos de atividades ininterruptas em 2025 e é uma das maiores séries de música clássica do Brasil. Patrimônio Cultural Imaterial do Estado e da Cidade do Rio de Janeiro já atingiu um público superior a 1 milhão e 200 mil pessoas e que assim amplia a sua repercussão e se junta aos mais de 30 prêmios recebidos como a Ordem do Mérito Cultural, Golfinho de Ouro, Ordem do Mérito Cultural Carioca e internacionais como Unesco, Latin American Quality Awards, na PUC em Buenos Aires,Excelência em Cultura em Portugal, Cultura Viva na Espanha e dai por diante.
2- E como foi comemorada esta data em 2025?
Foi uma linda maratona que começou em Portugal em Lisboa no histórico Grêmio Literário dia 22 de março e em Sintra, dia 23 no Lawrence´s Hotel- o mais antigo da Península Ibérica- com Música no Museu Internacional apresentando a pianista Fernanda Canaud tocando clássicos brasileiros. E na continuidade, já no Rio, no próprio dia 27 no Museu da Justiça e no Palácio Tiradentes prestigiados por grande público em Portugal e no Brasil. Fora isto, muitas manifestações de apreço e as comemoraões de meus 80 anos em grande estilo.
3- Quais as novidades em 2025?
A partir da continuidade de sua programação vitoriosa há 27 anos, dividido em temporadas de Verão- que aliás já começamos desde janeiro até julho - Outono, Inverno, Primavera e Natal, a cada mês privilegiando um tema ou um naipe e, assim, mudando a temporada de música clássica no Brasil com concertos de janeiro a dezembro sem interrupção E com dois grandes eventos internacionais, em julho o XX RioHarpFestival- hoje o maior festival de harpas do mundo no Brasil além do Rio, São Paulo, IX SPHarpFestival e Brasilia II BsbHarpFestival- e o XV RioWindsFestival que colocaram o Brasil e mais especialmente o Rio de Janeiro nos circuitos mundiais da harpa e dos instrumentos de sopros.
4- Neste mes de julho 2025 o Festival de Harpas vem com novidades. Pode adiantá-las aqui? E a sua expansão?
Estamos comemorando 20 anos no Rio (XX RioHarpFestival), nove em São Paulo (IX SPHarpFestival) e 2 em Brasilia (II BsbHarpFestival) . Inicialmente a alegria com a confirmação da participação de harpistas de 25 países- com novidades como harpistas do Uruguai, China, Libano, Slovenia, entre outros- e ampliação para o exterior com a versão europeia em 10 cidades (Portugal, Espanha, França,Bélgica, Italia, Austria, Alemanha) e agregando a versão americana (México, Estados Unidos, República Dominicana) e africana (África do Sul). O RioHarpFestival, que vai de junho a outubro, assim, o maior festival de harpas do mundo. A outra grande novidade, entretanto, ficou frustrada devido a guerra. Eram harpistas do Irã confirmados mas que ficaram impossibilitados de viajar.

5- Onde são realizados os concertos?
Cerca de 80 espaços no Brasil de Norte a Sul, sendo 95% no Rio de Janeiro, nas capitais nos seus locais culturais e turísticos mais importantes e também cidades emblemáticas (Olinda, Búzios, Tiradentes, São Joao del Rei, Parati, Petrópolis) e na versão internacional em cidades de países de todos os continentes destacando-se concertos emblemáticos como nos Estados Unidos ( Carnegie Hall em NY, Kennedy Center em Washington e Lacma em Los Angeles) ,Em Portugal os 725 e 730 anos da Universidade de Coimbra em 2015 e 2020 respectivamente,e na Espanha, em várias cidades e na Universidade de Salamanca, assim nas 2 mais antigas universidades do mundo, além dos 25 anos das relações Brasil-Vietnam, o primeiro concerto de música brasileira no Guggenheim em Bilbao, o ano do Brasil na França e em Portugal e concertos em cidades da Austrália, India, Marrocos e em quase toda a Europa entre outras levando a música e o músico brasileiro para o exterior.
6- Como se dá a seleção e o conteúdo programático musical do projeto?
Nossos Curadores são consultores musicais formais e informais e que chamam a atenção sobre os músicos principalmente jovens talentos e ai, recebidos os seus currículos e propostas, os convidamos. Também recebemos propostas de apresentações e que apreciadas geram convites. Estamos atentos aos inúmeros concursos de música e atrás dos jovens talentos e aos ganhadores sempre abrimos espaços para se apresentar. Quanto aos repertórios deixamos por conta dos músicos selecionados sem qualquer ingerência mas pedindo, sempre, que seja um repertorio de músicas clássicas.
7- Dentre os grandes compositores da música clássica, quais são os que você mais admira?
São muitos mas agruparia em cinco divisões: música antiga/barroca, os clássicos europeus, a música latino-americana, os contemporâneos mas sempre ressaltando grandes nomes em cada divisão. Aliás Musica no Museu na sua programação ressalta ¨Os imortais de música brasileira e os gênios internacionais¨e apresenta obras antológicas de seus grandes autores entre eles, Bach, Beethoven, Mozart, Chopin, Satie, Rachmaninoff, Tchaicovsky, Vivaldi, além dos brasileiros Padre José Mauricio, Carlos Gomes, Villa-Lobos, Francisco Mignone, Ricardo Tacuchian, Marlos Nobre, Edino Krieger além daqueles que permeiam o clássico e o popular, Chiquinha Gonzaga,Ernesto Nazareth, Radames Gnatalli, Guerra Peixe, Tom Jobim.
8- Sabemos que suas alegrias são muitas mas quais as maiores tristezas nestes 28 anos de Música no Museu?
A perda de inúmeros músicos que, além de amigos, se apresentaram várias vezes no projeto. Lembro-me, ràpidamente, de Nelson Freire, Arthur Moreira Lima, Paulo Moura, João Carlos Assis Brasil, Antônio Menezes,Michel Legrand e mais recentemente, Luiz Carlos de Moura Castro, Roberto de Regina e Ana Maria Brandão e também muitos compositores que tiveram suas obras apresentadas e assistiram nossos concertos como Edino Krieger, Marlos Nobre entre eles. Todos foram homenageados ¨post mortem¨em concertos da nossa Série e que serão sempre lembrados. Eles fazem parte de nossa história e estão no livro ¨Musica no Museu 25 anos, uma vida¨. que lançamos no ano passado no Rio e em Lisboa.

Fotos :Arquivo pessoal/Divulgação
Chico Vartulli

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