Entrevista: Selminha Sorriso, Porta-Bandeira da Beija-Flor
- Chico Vartulli
- 23 de fev.
- 3 min de leitura

1- Olá Selminha! No carnaval de 2025 você completa 35 anos de avenida como primeira porta-bandeira. Qual é o balanço que você faz da sua trajetória na referida função?
Sou Selminha Sorriso! Este ano estarei realizando o meu trigésimo desfile consecutivo como porta-bandeira no Sambódromo no Rio de Janeiro. O meu balanço é de uma trajetória que a cada ano vem amadurecendo, aprendendo, inspirando, sobretudo, agradecendo. Pois foi essa funçao que eu escolhi exercer quando menina, que transformou a minha vida. O meu balanço é de uma história muito feliz. Peço a Deus que ele possa me conceder os anos que ele desejar para que eu esteja nessa funçao. Por mim, será pela vida inteira!
2- Qual foi o carnaval que você começou a compor par com o Claudinho? Qual é o segredo dessa parceria de sucesso?
Dentre todas as funçoes que mexeu comigo numa Escola de Samba foi o bailar de uma porta-bandeira que mais me chamou a atençao. Eu comecei em março de 1991 na Estácio de Sá. Nao tenho uma receita de bolo. Mas se há o principal ingrediente é respeitar as diferenças. Eu e Claudinho temos coisas tao mágicas, e uma vez que nós somos tao diferentes, conseguimos nos compor e viver em harmonia.
Passei pela Unidos de Lucas na ala das crianças; Império Serrano pela ala de passistas, e porta-bandeira, e sigo pela Beija-Flor de Nilópolis há quase trinta anos.
3- Quais foram as agremiações pelas quais você dançou como primeira porta-bandeira?
Império Serrano, Estácio de Sa, e Beija-Flor de Nilópolis.
4- Como você caracteriza o bailar da porta-bandeira?
O bailar da porta-bandeira é algo muito mágico. Nós sabemos que a funçao dela é conduzir, apresentar e proteger a bandeira junto com o mestre-sala. Eu acredito que há uma magia nesse personagem, que é a porta-bandeira, que é imensurável: nao há quem nao se encante com o bailar de uma porta-bandeira.

5- Na Beija-Flor de Nilópolis, você também ocupa outras funçoes para além de porta-bandeira. Quais são os outros cargos que você desenvolve na referida agremiaçao?
Na Beija-Flor de Nilópolis, eu ocupo o cargo de diretora cultural, e faço parte do projeto social da escola há dezenove anos. Eu já fui diretora das passistas, diretora do departamento feminino, vice-presidente de assistencia social, diretora social, diretora de enredo e shows, passei por algumas modalidades na escola, mas sempre mantendo o foco principal na minha funçao de porta-bandeira.
6- Quais são as suas expectativas para o desfile da Beija-Flor de Nilópolis no carnaval 2025?
As minhas expectativas para o carnaval de 2025 sao boas, torcendo para que a escola faça um desfile digno de ser campeao, e na quarta-feira venha um grande resultado. Estamos sonhando com esse resultado por tudo: pelo conteúdo do enredo, pelo personagem que é homenageado (muito obrigado homenageado, desde o ano de 2018 estamos querendo gritar é campea!, encher a Mirandela, aos gritos de é campea!).
E, com certeza, o nosso mestre Laíl
a, onde quer que ele esteja, estará vibrando, porque o mestre era competitivo, revolucionário, atrevido. Ele era demais! E ele nos ensinou a lutar por nossos sonhos. E a Beija-Flor vai lutar por esse sonho no ano de 2025.
7- Quais são os seus projetos futuros?
No momento, o meu foco é o carnaval. A seguir, continuar estudando na pós-graduaçao que eu me inscrevi, que é de cultura e história afro- brasileira. Vou me dedicar bastante, sobretudo pela temática.

Crédito das fotos: Wigder Frota
Chico Vartulli

Parabéns pela entrevista! Uma alegria começar o domingo lendo o enredo da vida dessa mulher que nos faz dar tantos sorrisos no carnaval! Vivaaa!