Entrevista: Luca Ramalho Rizzuti, coautor de “Epitáfios meus; epitáfios de nós!”
- Delcio Marinho

- há 5 dias
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Para começar, você se considera, hoje, um escritor profissional? Como nasceu esse projeto do livro? O que realmente te motiva a escrever?
Agora, pra começar, não sei nem se posso dizer que tenho carreira como escritor profissional. Tudo bem, até onde fui no momento é um começo, sem dúvida alguma. Escrevi esse livro como um projeto de paixão mesmo e vontade de me expressar. Eu e Pedro Parente nos juntamos para escrever e compor o projeto de um livro juntos. Era um sonho. Mas o que motiva? Desejo de expressar e de "falar" (comunicar) por meio da palavra escrita (o meio que melhor me expresso).
E como funciona o seu processo criativo? Existe método ou essa criação nasce de forma mais espontânea?
Meu processo criativo é bem caótico. Não tem muita organização, embora eu pareça uma pessoa super organizada. Vou lendo, assistindo coisas, vivendo (a partir de vivências, coisas novas vão surgindo), afinal, as ideias estão no mundo e apenas somamos a elas nossa identidade e nossa vivência e daí fazemos um amálgama para compor uma nova obra.
“Epitáfios meus; epitáfios de nós” é sua grande obra, sem dúvida. Mas, enquanto autor, qual gênero te representa com maior autenticidade?
Embora "Epitáfios meus; epitáfios de nós" seja, sem dúvida, a minha grande obra — aquela em que investi camadas profundas de mim — curiosamente não é a que mais me representa enquanto autor. A obra que mais traduz minha identidade é a de ficção distópica. É nesse gênero que encontro meu território mais autêntico: gosto de me perder e me reencontrar nesses mundos paralelos, nessas realidades alternativas que tensionam o que conhecemos e, ao mesmo tempo, revelam verdades íntimas sobre nós mesmos.
A distopia me permite criar personagens que nascem das referências, universos e mitologias que amo — e que me atravessam desde sempre. É ali que sinto minha voz mais livre, mais inventiva e mais inteira. Por isso, mesmo tendo outros trabalhos de grande importância pessoal, é na ficção distópica que me reconheço plenamente como autor.
Na sua visão, qual é o papel da literatura no mundo acelerado, tecnológico e muitas vezes ansioso em que vivemos?
Acredito que a literatura, hoje, tem um papel quádruplo e indispensável: o de deslocar, desacomodar, incomodar e o de conectar. Em um mundo acelerado, saturado de informações, de IAs, e marcado por tensões constantes, a literatura oferece um espaço de respiro e frescor — um lugar em que o tempo se alonga e a experiência humana pode ser examinada com mais cuidado. Ela nos convida a sair de nós mesmos, a enxergar realidades, vozes e sensibilidades que talvez nunca encontrássemos no cotidiano.
Ao mesmo tempo, a literatura cria pontes: aproxima pessoas, ilumina debates e amplia nossa capacidade de empatia. Seja pela ficção, pela poesia ou pela narrativa pessoal, ou até pela não-ficção, os livros nos lembram de que nossas angústias, sonhos e contradições não são isolados — fazem parte de algo maior. E, por isso, continuam sendo uma ferramenta vital para pensar o presente, imaginar futuros e, acima de tudo, compreender o que significa ser humano nesta era tão complexa.
Que conselho você deixaria para quem sonha em publicar seu próprio livro?
Não aceite críticas de quem você não pediria nem conselho (criativo ou não). Apenas publique o que quer e mais sonha! O projeto é seu! Se for ouvir muitas opiniões, você não sai do lugar nunca! Apenas "chute o balde" e decida viver e lançar o seu!

Créditos finais:
Entrevista por Delcio Marinho, em parceria com ChatGPT (IA Avançada OpenAI)
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