Entrevista: José Pedro Croft ( Artista visual )
- Chico Vartulli

- 3 de out.
- 2 min de leitura
Meu convidado é o super conceituado artista visual, José Pedro Croft.

1- Olá José Pedro! O que será apresentado na exposição "José Pedro Croft: reflexos, enclaves, desvios”?
A exposição é uma parceria com o curador Luiz Camillo Osorio. Um trabalho de preparação de dois anos entre o início da conceção e a sua apresentação. Parte da importância da gravura no meu trabalho, e como a partir dessa âncora, se expande para o desenho e escultura. Cerca de 170 obras pensadas em função dos 7 espaços do 1º piso do CCBB Rio, e da Rotunda.
Algumas esculturas foram concebidas expressamente para os espaços da exposição, outras foram selecionadas em função dos mesmos espaços.
2- Você poderia nos apresentar detalhes da instalação inédita que estará presente na rotunda do CCBB-RIO?
Essa instalação dá a ver a arquitetura monumental da Rotunda, numa conversa amigável. Um círculo de 9 metros de diâmetro delimitam uma área central, deixando um corredor de dois metros de circulação. Essa "cerca", uma grade, deixa ver o interior. No chão cerca de 24 espelhos de grandes dimensões refletem a arquitetura monumental, trazendo as questões da imagem e do cinema para a escultura. Quando observada do 2º piso a escultura cria um poço de 40 metros de profundidade, um " buraco" virtual, impactante.
3- Em que momento da sua vida você começou a se interessar pelas artes plásticas?
Na infância, através da observação de maquetas de arquitectura e visita a obras em construção.
4- Como se deu a sua formação no campo das artes plásticas?
Estudei arquitetura, brevemente, depois pintura na Escola de Belas Artes de Lisboa. Por fim, fui assistente de um escultor, onde aprendi a trabalhar em mármore.
5- Você se formou no contexto da Revolução dos Cravos (1974). Qual foi a importância desse fato histórico a sua trajetória artística?
Foi um momento único de Liberdade e de dissolução das estruturas de Poder, durou pouco Como todas as Revoluções, não aguentam a institucionalização. O sonho do que vivi, mantém uma chama, 50 anos depois.

6- Quais são as suas referências no campo das artes plásticas (teóricas e práticas)?
São inúmeras, desde o construtivismo à abstração, do neo-concretismo à arte conceitual, da escultura egípcia à barroca. Um movimento perpétuo.
7- Quais são as características do seu fazer artístico?
Ir fazendo. Pensar depois. Pensar com o corpo sempre
8- Qual é o balanço que você faz da sua trajetória como artista?
Sem balanço. Amanhã é outro dia.
9- Qual é a importância das gravuras no conjunto das suas produções artísticas?
São obras de grande esforço físico, e de descoberta permanente, uma vez que nunca sei o que está na placa de metal até ao momento de impressão, ou estampa. Fui percebendo que é uma âncora no meu trabalho.
10- Quais são os seus projetos futuros?
Este ano estou a trabalhar numa obra monumental, que é a fachada de um museu em Braga, Portugal, de grandes dimensões. Finalizar ainda edição de 11 (onze) novas gravuras em metal, que são uma encomenda.
Para o próximo, outros novos estarão a tomar forma.

Chico Vartulli


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