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Entrevista: Felipe Prazeres (Maestro)

Maestro titular da Orquestra Sinfônica     do Theatro Municipal
Maestro titular da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal

1- Olá Felipe Prazeres! Desde 2022 você é o maestro titular da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Gostaria que  comentasse como você está vivendo essa experiência.


Atuar como regente titular da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro  é mergulhar num repertório vasto e completo no mundo das artes, pois engloba todos os tipos de estilos, o Operístico, os Ballets e a Música Sinfônica. Teria que viver pelo menos umas três vidas para dar conta de tudo isso….


2- A abertura da temporada 2025 do Theatro Municipal ocorreu com Uma Noite Vienense”Música de Johann Strauss II – 200 anos de nascimento. Qual é a importância de Strauss para a música? Quais são as características do seu "fazer musical"? E quais são as suas músicas preferidas compostas por Strauss?


Johann Strauss II foi um dos compositores do período romântico que mais fizeram a diferença na sua época. Strauss foi o responsável por elevar o estilo de dança “Valsa” e transformá-la numa forma respeitada de música. Antes desse feito, a Valsa era considerada uma dança “indecente”, até “voluptuosa”. Graças a Strauss, podemos desfrutar de sua música, mesmo sentado numa sala de concerto, e se deleitar com suas lindas melodias. Melodias essas que influenciaram grandes nomes da música universal como Brahms, Wagner e Mahler.


O meu “fazer musical” consiste em trazer a alma do estilo compositor e, com gestos e algumas informações, fazer com que todos estejam na mesma vibração. O maestro precisa estar inspirado para inspirar os músicos, senão a música simplesmente “não acontece”.


É sempre difícil falar das principais obras de um compositor, mas no caso de Johann Strauss II, eu fico com a Ópera “ O Morcego”, da qual já tive a oportunidade de tocar na Orquestra Sinfônica do Municipal em 2000, atuando como violinista. A Valsa  “ Danúbio Azul” e a “Valsa do Imperador” também estão entre as minhas preferidas.



3-  Quais são as iniciativas que você tem tomado na função de maestro titular?


Minhas iniciativas nessa orquestra tão querida é primeiramente dar conta de vasto repertório que ela possui. Eu já fiz parte dessa orquestra, e me orgulho bastante disso. É um trabalho de parceria, de construção de uma boa relação para conseguirmos um resultado satisfatório.



4- Como surgiu o interesse pela música em sua vida?


Meu interesse pela música surgiu desde muito cedo, pois fui criado num ambiente musical. Tudo aconteceu de uma forma natural e orgânica. Primeiro a escolha pelo violino aos 11 anos e aos 17 comecei a trabalhar profissionalmente. Com  20 anos assumi o posto de spalla da Petrobras Sinfônica, há 15 anos começou meu interesse pela arte da regência, que é um caminho sem fim.


Com os irmãos Carlos e Inácio Prazeres
Com os irmãos Carlos e Inácio Prazeres

5- Como se deu a sua formação no campo da música?


Comecei meus estudos aos 6 anos com o piano, aos 11 optei pelo violino. Ficava vidrado no naipe de 1º violino das orquestras, e sonhava em um dia fazer parte.  Depois de muito estudo, ingressei na Uni-Rio, sob orientação do Professor Paulo Bosisio, que foi um grande mestre na minha vida, após isso me aperfeiçoei na Itália com o extraordinário violinista Domenico Nordio, que foi um divisor de águas no entendimento, não somente do violino, mas da música em si.


Voltando para o Brasil,  ingressei no mestrado em regência na UFRJ, sob orientação do meu querido Mestre André Cardoso.



6- Quais são as suas referências (teóricas e práticas) na área?


Minhas referências teóricas se dão no estudo que fiz e faço até hoje na literatura, tanto do violino, quanto na regência. A Universidade me abriu muitas portas, e o estudo no exterior tanto do violino quanto na regência me trouxeram um rigor muito importante que me ajuda bastante na preparação do grande repertório.



7- Quais são os seus  compositores (nacionais e estrangeiros) preferidos?


Mais uma vez é difícil selecionar quais são meus compositores favoritos, afinal são tantos, mas vamos lá.


Bach em primeiro lugar, por ser a maior referência em música ocidental de todos os tempos, depois Mozart com sua simplicidade e genialidade. Nos românticos Beethoven, que atravessou uma das maiores barreiras na música e criou um novo estilo.


Dos brasileiros, Villa- Lobos, por ser o compositor que soube melhor exprimir a nossa alma e a nossa cultura. Também sou fã de Francisco Mignone. Tudo que ele compôs é interessante e genuinamente nacional.



8- Quais são os seus projetos para o ano de 2025?


Tenho alguns concertos e óperas com a Sinfônica do Municipal e Petrobras Sinfônica neste ano.


Faremos a Ópera A Viúva Alegre, agora em abril, no Theatro e no final do mês, faço um concerto homenageando Hector Berlioz, com a Petrobras Sinfônica.


Em junho, tenho uma turnê pela Europa com a minha orquestra de câmara, Johann Sebastian Rio. Vai ser incrível!


Ele também é maestro residente da Orquestra Petrobras Sinfônica. Fotógrafo Renato Mangolin
Ele também é maestro residente da Orquestra Petrobras Sinfônica. Fotógrafo Renato Mangolin

Fotos:Arquivo pessoal/Divulgação 


 

Chico Vartulli


3 Comments


Ana Jardim
há 4 dias

Matéria fantástica. Confesso que me deixei levar pela imaginação que me transportou ao Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Inspirador!

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Guest
há 4 dias

👏👏👏😻

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Sacerdotisa Alana Morgana
há 4 dias

Excelente entrevista! Não sabia que a valsa já havia sido considerada indecente! Muito interessante! Ansiosa para o concerto homenageando Berlioz!

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