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Entrevista: Ana Durães | artista plástica internacional

A minha convidada é a artista plástica internacional, Ana Durães, que acaba de inaugurar sua exposição, A Natureza Que Me Habita, em São Paulo. 

Ana em seu ateliê momento de criação. 
Ana em seu ateliê momento de criação. 

1- O que te inspirou para esta nova exposição?


Desde a pandemia, venho mergulhada na natureza. O fato de ter meu ateliê principal hoje na serra fluminense, me fez estar mais integrada com a paisagem ao meu redor. Meu jardim virou meu mundo. Mas a contemplação, a observação, é um exercício permanente. Pinto o que sinto e vejo, mas da minha maneira. Não é uma reprodução real, mas é reconhecível.


2- Qual é o seu método de trabalho?


Eu sou muito focada. Às vezes começo a trabalhar às 5 da manhã e vou até o sol se pôr. Como divido meu tempo entre Brasil e Portugal, quando chego aqui me dedico inteiramente ao trabalho. Me sinto quase num monastério. Rs.


Meu trabalho é demorado, são camadas sobre camadas vou deixando a pintura me indicar o caminho. Parto de um projeto, imagens que vejo, anoto em pequenos esboços ou fotografo, mas a intuição e os caminhos que surgem vão definindo a obra. As velaturas são feitas com tinta acrílica, depois as formas vão se concretizando com a tinta a óleo. Trabalho às vezes em duas obras ao mesmo tempo. Nada é muito linear, mas tenho meu método próprio de trabalho.


3- O que as pessoas vão encontrar nesta exposição?


Vão encontrar o resultado de uma longa dedicação, obras em grandes formatos, fragmentos do meu universo que costuro com meu imaginário.


4- Qual a sensação de uma tela em branco?


Uau, é um mergulho no escuro, é um salto ao desconhecido, uma vontade imensa de lançar a primeira cor! Primeiro contemplo aquela tela por dias, imagino coisas, formato primeiro em minha cabeça, depois me jogo.


E daí meu mundo vai se compondo, vai se formando, das angústias surgem vida, das dores, alegria - e assim faço. Com muito entusiasmo!



Um flash exclusiva para esta coluna na Revista do Villa...
Um flash exclusiva para esta coluna na Revista do Villa...


5- Por que pintar a natureza?


Pinto a natureza porque vivo perto dela. Vivo dentro dela. Talvez se eu vivesse em Nova York meu trabalho fosse diferente. Mas pinto meu mundo. É simples assim. Não sigo tendências e achei meu próprio caminho.


6- O que você faria se não fosse pintora?


Pintaria o mundo…


7- Quais os próximos projetos?


Em fevereiro, faço uma exposição em Atenas, junto com o pintor Luiz Dolino, a convite da Embaixada do Brasil na Grécia. Depois, fico em Portugal o primeiro semestre, pintando no meu novo ateliê em Lisboa.


Quero me dedicar a contemplar o Tejo. Contemplar as paisagens mais lineares, mais planas, deixar a luz de Lisboa me envolver. Não sei no que vai dar. Mais um mergulho no desconhecido!


8- Como você se divide entre Brasil e Portugal? Tem alguma estação do ano preferida?


Não é muito definido. Gosto muito de fugir do verão daqui. Do calor. E o Inverno em Portugal não é muito rigoroso. Sinto mais frio no ateliê daqui do que lá. Então geralmente eu contemplo e imagino novos projetos em Lisboa e pinto aqui. Agora vou inverter. Pintar lá. Vai ser diferente.


Um dos belos trabalho da artista plástica,  em sua exposição " A Natureza Que Me Habita".  São Paulo. 
Um dos belos trabalho da artista plástica,  em sua exposição " A Natureza Que Me Habita".  São Paulo. 

(Fotos: Marcia Prates)

 

Chico Vartulli





101 visualizações1 comentário

1 Comment


Sacerd. Alana Morgana Pronaia
Jan 25

Excelente entrevista com uma artista notável

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