Empresário brasileiro empenhado em cultivar gergelim e algodão na Região das Beiras, Portugal
- Ígor Lopes
- há 5 dias
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Foto: Divulgação
Rodrigo Piccini, empresário e agricultor de Mato Grosso, Estado da Região Centro-Oeste do Brasil, regressou pela terceira vez a Portugal, nos últimos dias, onde lidera um projeto-piloto para introduzir o cultivo de gergelim e algodão na Região das Beiras. A parceria com a Câmara de Comércio da Região das Beiras (CCRBeiras) é considerada estratégica para a “cooperação bilateral entre Brasil e Portugal, unindo inovação, sustentabilidade e desenvolvimento rural”.
A experiência de Piccinini no agronegócio brasileiro é vista como “referência global na produção de commodities agrícolas”, especialmente em Mato Grosso, que “responde por aproximadamente 70% da produção brasileira de gergelim e 30% da safra nacional de algodão”.
O interesse com o projeto, informou a CCRBeiras “é avaliar a adaptação de culturas tropicais ao clima português, com foco na sustentabilidade e inovação agrícola. O gergelim, reconhecido pela sua resistência à seca, e o algodão, com forte potencial para a indústria têxtil, foram selecionados pelo seu valor comercial e alinhamento com as tendências do mercado europeu”.
Dados levantados pela CCRBeiras apontam que “a União Europeia importa anualmente cerca de 200 mil toneladas de gergelim, principalmente do Sudão e da Índia”.
Focada na importação de grãos por países europeus, juntamente com outras entidades, a CCRBeiras prometeu “infraestrutura local e integração com o ecossistema de startups agrotech”, isto é, empresas com especialistas para desenvolverem, com base em tecnologias, resultados à produção.
O projeto-piloto passará por algumas etapas, entre elas referente aos “testes de solo e clima”, que procederá a várias “análises técnicas na Cova da Beira, região com características climáticas semelhantes a zonas agrícolas brasileiras”; com relação à “transferência de tecnologia”, haverá a “aplicação de sistemas de irrigação inteligente e monitorização por satélite, tecnologias já consolidadas no Cerrado brasileiro”.
Segundo apurámos, o projeto envolverá também a “capacitação de produtores locais” para a formação de “agricultores em parceria com instituições acadêmicas e centros de inovação regionais”.
Há ainda benefícios do projeto à produção local apontados pela CCRBeiras, como a redução de “custos logísticos, aumentar a competitividade e fortalecer a segurança alimentar do bloco”. Sobre o “algodão, o cultivo em território português poderá seguir práticas de baixo carbono e agricultura regenerativa, aproveitando incentivos da UE vinculados ao Pacto Ecológico Europeu e à Política Agrícola Comum (PAC)”.
Piccini destacou que “Portugal, e as Beiras em particular, têm condições únicas para se tornar um hub agrícola inovador”.
“Queremos replicar aqui o sucesso do Cerrado brasileiro, adaptando técnicas que respeitam o meio ambiente e valorizam o produtor local”, disse este empresário.
A presidente da CCRBeiras, Ana Correia, afirmou que a “parceria reforça o papel das Beiras como laboratório de soluções agrícolas para o futuro”.
Ígor Lopes

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