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Revista do Villa

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Do território inexplorado à economia digital


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Ao entrar no mercado de tecnologia no Brasil em 2007, tive a impressão de estar chegando a uma região recém-explorada. O mapa já existia, porém a maior parte do espaço ainda era em vazio. Não existiam ruas asfaltadas, iluminação ou comércio — somente um extenso, promissor e inexplorado terreno. Ao mesmo tempo em que construíam suas próprias casas, os primeiros empreendedores que chegaram também precisavam definir o layout da cidade.


Era um momento de estabelecimento. Como em qualquer nova cidade, antes de considerar shoppings, centros culturais e arranha-céus, era necessário estabelecer a padaria para alimentar, a farmácia para cuidar e o posto para abastecer. Na tecnologia, esses equivalentes eram os provedores iniciais de hospedagem em nuvem, companhias de segurança digital, plataformas de pagamentos online e consultorias que possibilitavam a conexão de sistemas anteriormente isolados. Enquanto empresas gigantes como Uber, Airbnb, Tesla e Stripe surgiam no exterior, criando novas oportunidades na economia global, no Brasil as primeiras fintechs e marketplaces começavam a desafiar a lógica de décadas do sistema bancário e do comércio tradicional. Foi nesse período que surgiram empresas que, anos mais tarde, se tornariam referências, como Nubank, 99 e iFood.


A revolução ocorreu de forma rápida. Em poucos anos, pagamentos instantâneos tornaram-se predominantes ao invés do dinheiro físico, permitindo que qualquer pessoa transfira recursos em questão de segundos. O Pix, introduzido em 2020, já representa cerca de 50% de todas as transações financeiras no Brasil, movimentando trilhões de reais anualmente e alterando a forma como os brasileiros lidam com o dinheiro. Na mobilidade urbana, aplicativos e soluções de transporte compartilhado mudaram os padrões de consumo e diminuíram as barreiras de acesso.



Atualmente, a construção dessa cidade avançou rapidamente. Com o uso de ferramentas como APIs, bibliotecas de código aberto e infraestrutura em nuvem, é possível construir soluções complexas de forma semelhante à montagem de prédios pré-fabricados: modulares, ágeis e com custos mais baixos. É o momento em que a cidade adquire arranha-céus, sistemas de transporte de alta velocidade e energia renovável — não somente para suprir a demanda, mas para estabelecer novas maneiras de viver e trabalhar.


É nesse cenário que ressalto a Designo Labs, empresa da qual sou sócio. Nossa função é trabalhar como uma empresa de construção de projetos digitais. Recebemos a ideia inicial, organizamos o plano, incorporamos as conexões necessárias e, em poucos meses, fornecemos um produto operacional. Atuamos em diversas verticais e utilizamos APIs como intermediárias, ligando serviços que agilizam e tornam todo o processo mais simples. Assim como as grandes construtoras que alteram o horizonte de uma cidade, nosso objetivo é transformar o cenário dos negócios digitais no menor tempo possível.


Apesar do avanço no desenvolvimento da cidade, ainda existem bairros inteiros por construir. A próxima grande evolução será impulsionada por tecnologias como blockchain e criptoativos, que oferecem segurança, transparência e descentralização em escala global. Quando essas soluções forem tão simples quanto um Pix ou um app de transporte, assistiremos à chegada de metrôs ultrarrápidos, sistemas de energia inteligente e redes de comunicação instantânea nessa cidade digital.


Esta é apenas a primeira visão geral do que já aconteceu e do que ainda está por vir. Nos textos seguintes, vamos percorrer ruas específicas dessa metrópole tecnológica, examinando mercados, tendências e vivências que formam o presente e determinam o futuro. O Brasil já não é mais um campo aberto, porém a cidade que edificamos ainda não alcançou todo o seu potencial — e há espaço para quem tiver ousadia de criar novos quarteirões.


Rafael Lins

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