“Diagnóstico precoce da fibromialgia pode mudar vidas”, afirma presidente da Academia Portuguesa de Fibromialgia
- Ígor Lopes
- 11 de jun.
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“Reconhecer os sinais da fibromialgia e procurar ajuda especializada desde os primeiros sintomas pode ser determinante para mudar o rumo da doença e melhorar significativamente a qualidade de vida dos doentes”. É o que defende o Prof. Dr. José Luis Arranz Gil, médico de origem espanhola, doutorado em Medicina e Cirurgia pela Universidade de Alcalá de Henares, professor na Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior e presidente fundador da Academia Portuguesa de Fibromialgia, Síndrome de Sensibilidade Central e Dor Crónica.
Segundo este profissional, a dor crónica generalizada, fadiga persistente, distúrbios do sono, alterações cognitivas e sensibilidade exacerbada ao toque são apenas alguns dos sintomas que caracterizam esta condição neurológica complexa, que ainda é muitas vezes “subestimada ou confundida com outras patologias”.
“O diagnóstico precoce permite não só aliviar o sofrimento físico e emocional, como também adotar estratégias personalizadas de tratamento, envolvendo terapias farmacológicas e não farmacológicas, exercício físico acompanhado e intervenções coadjuvantes”, explicou o Prof. Dr. José Luis Arranz Gil, que atua em Portugal na Covilhã, região Centro do país, onde desenvolve um trabalho que tem sido “um exemplo notável de inovação nesta área”.
Médico e professor universitário, este especialista lidera a primeira Unidade de Fibromialgia, Síndrome de Sensibilidade Central e Dor Crónica, instalada na Associação de Socorros Mútuos Mutualista Covilhanense, na Covilhã, onde recebe doentes de todo o país, com o objetivo de “tratar os doentes que sofrem de dor crónica e fibromialgia, com uma abordagem integrada e centrada no paciente”.
“O reconhecimento e a validação da dor são passos essenciais para que o paciente se sinta compreendido e acompanhado no seu percurso terapêutico”, afirmou o Prof. Dr. Arranz Gil, destacando que o sofrimento de quem vive com fibromialgia “vai muito além do físico”. A compreensão da doença e o acesso a profissionais qualificados são, segundo este profissional, “fatores-chave para quebrar o ciclo da dor, do isolamento e da incompreensão social que muitos destes pacientes enfrentam”.
Em Portugal, estima-se que entre 2% a 4% da população possa sofrer de fibromialgia, com uma incidência particularmente elevada em mulheres. Apesar do impacto expressivo na vida pessoal e profissional, muitos casos ainda permanecem sem diagnóstico, o que reforça a urgência de campanhas de sensibilização e da formação contínua dos profissionais de saúde.
Este especialista defende ser importante, e até mesmo fundamental, explicar aos doentes os contornos, sintomas e a forma de lidar com a fibromialgia, sendo este um passo crucial para que todo o conjunto de terapias e tratamentos possa resultar e fazer com que a qualidade de vida seja restaurada.
“O primeiro passo é, sempre, ouvir o corpo e procurar ajuda. Porque viver com fibromialgia não precisa ser uma sentença de dor — pode ser o começo de um novo caminho, com acompanhamento e esperança”, finalizou o Prof. Dr. José Luis Arranz Gil, presidente da Academia Portuguesa de Fibromialgia, Síndrome de Sensibilidade Central e Dor Crónica.
Ígor Lopes

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