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Revista do Villa

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Copacabana – A princesinha do mar – Parte Final

Avenida Atlântica - Anos 70 - Acervo Pessoal
Avenida Atlântica - Anos 70 - Acervo Pessoal

Os anos 1980 mostraram um Rio bastante diferente: uma cidade com visíveis sinais de enfraquecimento político e econômico, enfrentando graves problemas. Foram tempos de crescente descaracterização do bairro e pelo crescimento das favelas.

 

cidade assistiu a uma nova etapa rodoviária. Objetivando melhorar o trânsito, foi definida a ampliação do anel viário litorâneo, com o alargamento das praias de Copacabana, de Ipanema e do Leblon, entre outras ações.

 

O paisagista Roberto Burle Marx remodelou as famosas calçadas de Copacabana em mosaicos desenhados com pedras portuguesas, reforçando uma antiga tradição que constitui uma das marcas do urbanismo carioca.

Calçadão de Copacabana - Anos 70
Calçadão de Copacabana - Anos 70

Outro passo importante, buscando uma melhor qualidade de vida para os habitantes da cidade, foi a criação, em 1977, do Plano Urbanístico Básico do Rio de Janeiro. Segundo o professor Augusto Ivan de Freitas Pinheiro, a grande contribuição desse projeto reside em apresentar, pela primeira vez, o conceito de “preservação do patrimônio construído e natural”, orientação que influenciou todos os planejamentos até hoje. Entretanto o plano não avançou na questão habitacional voltada para as populações mais carentes. Esse primeiro planejamento urbano (submetido à consulta popular) veio apresentar soluções para a cidade, adequando-a à nova realidade. Contando com o apoio de recursos federais, teve importância particular, já que foi desenvolvido por técnicos locais, “talvez os únicos que poderiam desatar os nós e encontrar caminhos para a nebulosa situação urbana”, destacou a arquiteta e urbanista Nina Maria Rabha.

 

Já a festa do Réveillon de Copacabana nos anos 80, ficou marcado com o espetáculo do Hotel Méridien, que incrementou um show de raios laser a famosa cascata de fogos.

Cascata de fogos - Réveillon Anos 80 - Le Meridien Rio
Cascata de fogos - Réveillon Anos 80 - Le Meridien Rio

A partir daí, a hotelaria e os restaurantes da orla marítima, juntamente com a Prefeitura, aderiram a esse show, tornando Copacabana palco da mais grandiosa festa de réveillon do Rio de Janeiro e da maior queima de fogos simultânea do mundo, registrada no Guinness, o livro de recordes, desde 1990, que a cada ano recebe um público sempre maior, calculado em mais de 2 milhões de pessoas, que vêm de outros bairros, de outros estados, de outros países.

Réveillon da Atântica - Anos 90
Réveillon da Atântica - Anos 90

“Os primeiros shows pirotécnicos feitos em Copacabana foram feitos por Antônio Chieffi Filho e Biagino Chieffi, na época proprietários da Fogos Caramuru, que também fez a queima dos fogos de artificio da inauguração de Brasília, hospedados no Copacabana Palace, fizeram um show pirotécnico para a virada do ano daí então começou a tradição.” — Armando Chieffi

 

“Em toda a orla, emergem de pequenos buracos cavados na areia, as luzes das velas circundadas de oferendas e são entoados cânticos por toda a curva atlântica. Os bares e os restaurantes ficam lotados e o calçadão se transforma no ponto nobre da tradicional passagem do ano. Os apartamentos defronte ao mar recebem seus convidados para sofisticadas ceias. É a confraternização pública e gratuita, mais pacífica do mundo, que acontece nos 4km de asfalto e areia, num ritual: olhar para o céu e deixar-se iluminar pelo esplendoroso show de pirotecnia. De uma ponta a outra da praia, do Forte do Leme  ao Forte de Copacabana  explodem os diversos tipos de fogos, durante 15min, culminando com o efeito mágico da cascata de luzes de 127m, que desce do topo do Hotel Méridien.”

 

Copacabana passa abrigar outro evento que se fixou no calendário da cidade: a Maratona do Rio, que desde 1984 foi designada pelo Comitê Olímpico Brasileiro como prova seletiva das Olimpíadas de Los Angeles. Com início e final de percurso na praia, os 42.195m tem uma participação anual de 5.000 corredores, em média. 

Parque Estadual da Chacrinha - Copacabana
Parque Estadual da Chacrinha - Copacabana

Ainda nesse ano, o prefeito Marcello Alencar, em sua primeira administração, inaugura o Parque da Chacrinha, área verde do bairro, com acesso à reserva de mata atlântica do Morro de São João. Na ocasião foi plantado um espécime raro da flora nativa local, que havia desaparecido com a urbanização do bairro, a “Eugenia Copacabanensis” ou araçá da praia.

 

No ano seguinte, atendendo a uma reivindicação antiga dos moradores do Bairro, o prefeito manda plantar na areia da praia de Copacabana, em vários locais, verdadeiros oásis de coqueiros. Dessa forma são garantidos outros pontos de sombra na praia. 

 

Mais o que mais ficara marcado nos anos 80, foi sem dúvida a boemia da centenária princesinha do Mar.

Noite de Copacabana - Anos 80
Noite de Copacabana - Anos 80

Algumas boates marcaram a história do bairro como a Palace Club e Crepúsculo de Cubatão, anos 80.


Boate Crepúsculo de Cubatão - Copacabana - Anos 80
Boate Crepúsculo de Cubatão - Copacabana - Anos 80

O Palace Club ficava situado no prédio do atual Cassino Atlântico, no Posto 6 em Copacabana, e sucedeu ao “night-club” Castel nos anos 80, no hotel Rio Palace. Era uma sofisticada discoteca e piano bar. Ponto de encontro da sociedade carioca.

Cartão da Boate Palace Club - Copacabana - Anos 80
Cartão da Boate Palace Club - Copacabana - Anos 80

Com o público jovem e underground, a boate Crepúsculo de Cubatão ficava na rua Barata Ribeiro, 54 em Copacabana e funcionou de 1984 a 1989.Sucesso inesquecível dos anos 80, a boate abriu as portas, em 1984, num subsolo de Copacabana e virou a casa noturna queridinha de uma multidão de jovens, atraídos pelo clima underground da casa e pela seleção musical, que incluía The Cures e Sisters of Mercy. Parte da fama da casa era atribuída à rigorosa seleção feita na porta.

 

Copacabana, simplesmente única, complexa, deslumbrante e misteriosa. O único bairro carioca que consegue reunir todos sem distinção de classe social.

 

Rainha da noite carioca que encanta a todos que nela passam!

Copacabana - A Princesinha do Mar (nos dias atuais...)
Copacabana - A Princesinha do Mar (nos dias atuais...)
Vinícius de Moraes
Vinícius de Moraes

Fontes:

Arquivo Pessoal

Arquivo Nacional

Arquivo Hotéis Othon S/A

Brasiliana fotográfica

Leme Antigo

IPHAN

 

 

André Conrado


 

32 visualizações2 comentários

2 commentaires


Mariana Ribeiro
26 janv.

Copacabana, o cartão postal do Brasil. Tantas histórias relembradas nesse texto maravilhoso do André Conrado! Que saudade dos anos 80 e do glamour que havia nesse bairro!

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Invité
27 janv.
En réponse à

Obrigado amore❤️

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