
Nos anos 70, no governo Negrão de Lima, foi inaugurada a ampliação da praia e da Avenida Atlântica . Uma nova concepção urbanística dá à praia de Copacabana uma grande faixa de areia. As calçadas da orla marítima, continuaram com seus desenhos em forma de ondas, mas o canteiro central ganhou belos desenhos geométricos, do arquiteto e urbanista Burle Marx e várias árvores.


“Copacabana, pode não ser o melhor - e é um ponto bastante discutido pelos urbanistas -, mas, para os seus moradores e para o visitante, o bairro é infinitamente lindo e viável ”.
Parte dos problemas do bairro veio do crescimento do número de automóveis, e para estes, Copacabana é quase inviável, por não ser possível acomodá-los nos estacionamentos e garagens existentes.
Visando a uma melhor solução para os problemas foram se formando as Associações de Amigos e Moradores das seguintes áreas, como: Bairro Peixoto, Praça Cardeal Arcoverde, Leme, Pedra do Inhangá, Postos Quatro, Cinco e Seis e Arpoador.
Entre 1974 e 1976, a avenida Atlântica ganharia seus dois arranha-céus. O Le Meridièn Rio e o Rio Othon Palace Hotel.
Inaugurado em 1975, Hotel Le Méridien Rio foi inaugurado pela rede francesa Le Méridien. Com 545 quartos distribuídos em um prédio de 39 andares.

Esta altura só foi possível graças a um acordo com o governo do então Estado da Guanabara, que autorizou a construção do prédios acima do gabarito da região, com a condição de que eles fossem sempre mantidos como hotéis. Está situado em uma localização privilegiada, com vista para a Praia de Copacabana e o Oceano Atlântico, com vistas diretas sobre o Pão de Açúcar e o Cristo Redentor no Corcovado.

O hotel era endereço de famosos que passavam pela cidade, conhecido também pelo estrelado restaurante Le Saint-Honoré, além da cascata de fogos que descia do terraço pela fachada no réveillon.
Numa iniciativa do Méridien, no Réveillon de 1976, promoveu uma deslumbrante queima de fogos do alto de seu edifício, assim fixou-se no calendário da cidade esse evento e institui-se a queima de fogos na praia.
O hotel virou referência do Réveillon de Copacabana, com sua cascata de fogos de Copacabana por 21 anos. Para quem via a cena da praia, a sensação era como se o edifício sumisse diante dos fogos e da fumaça.
Em 1974, Copacabana acompanharia a construção de um dos maiores hotéis do Rio de Janeiro. O Rio Othon Palace Hotel, no posto 5 da Avenida Atlântica nº 3264; começa a ser concebido pelas mãos do renomado arquiteto Affonso Eduardo Reidy em 1974.

Para isso, seis antigas casas (sendo duas na orla e quatro de fundos) foram demolidas para a construção do grande arranha-céu que marcaria para sempre a história da bela princesinha do mar.


Inaugurado em 1976, na fase de expansão da rede hoteleira Othon, que se tornou a maior da América do Sul.
Tudo no Rio Othon Palace era grandioso; com os seus impressionantes 34 andares, 586 apartamentos e suítes ,5 restaurantes e 14 salões de eventos, o gigantesco hotel contribuiu enormemente para o crescimento hoteleiro da cidade.


“Os anos 70, os hotéis altos de Copacabana – Rio Othon Palace e Le Méridien despontaram nos céus de Copacabana, modificando a paisagem da orla e indicando um novo crescimento imobiliário, ocorrido no início dos anos 1980, substituindo-se antigos prédios nas ruas próximas à praia por edifícios residenciais e comerciais de alto padrão”.
Noite dos anos 70
Nas infindáveis noites de Copacabana, brilhavam as duas boates que tinham os dois grandes hotéis como endereço.
O Regine’s do Méridien e o Crocodilos do Rio Othon Palace.
Régine foi pioneira ao criar o conceito de discotecas com DJs, lançando um novo modo de viver a noite. Ela entendia que o segredo do sucesso era não apenas o local, mas quem estava nele, e por isso impôs uma rígida política de portas, tornando seu espaço ainda mais desejado.

Régine’s não era apenas uma boate; era um símbolo de status social. Desde sua fundação, a boate cultivava um ambiente de exclusividade onde apenas os mais privilegiados e influentes poderiam entrar. A política de portas era extremamente rigorosa, e Régine tinha um olho clínico para quem deveria ou não entrar. Celebridades, aristocratas, empresários, e políticos faziam parte do seleto grupo que frequentava o local, e a lista de convidados era criteriosamente escolhida. A filial no Rio de Janeiro, trouxe o luxo europeu para a alta sociedade brasileira, atraindo tanto estrelas internacionais quanto locais.
Crocodilo’s – Rio Othon Palace Hotel.
Não tão famosa como a Regine´s, a Boate Crocodilos do Rei da noite carioca, Ricardo Amaral agitou a noite já muito movimentada de Copacabana.
Na próxima e última matéria, chegaremos aos anos 80 e 90 na centenária Copacabana. Não percam!
Fontes:
Arquivo Pessoal
Arquivo Hotéis Othon S/A
Brasiliana fotográfica
Leme Antigo (David Groisman)
André Conrado

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