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Copacabana, a princesinha do mar – Parte 6

Após a inauguração do Copacabana Palace Hotel, Copacabana passava ser conhecida mundialmente.

Imagem da Praia de Copacabana - 1928 - IMS

O desenvolvimento chegava ao bairro, e nos anos seguintes Copacabana seguiu criando moda, revolucionando os costumes e se consolidando como atração principal na cidade maravilhosa.

 

Muito mais que um bairro, Copacabana representava o glamour, beleza e um estilo de vida.

 

Em 1930, o Mère Louise ou Restaurante Igrejinha estava decadente, em seu lugar, foi inaugurado, em 20 de março de 1935, o Casino Balneário Atlântico, belo prédio em estilo art decó. Anunciado como o Palácio encantado do Posto VI. Sonho maravilhoso dos contos de Sherehazade, viria a preencher uma lacuna existente na mais bela praia do mundo: Copacabana. Foi construído pela Comp. Melhoramentos e Construcções e seu proprietário era Alberto Quatrini Bianchi.

Imagem do Cassino Balneario Atlantico - 1935 - Acervo Museu Aeroespacial

Antes da inauguração oficial, foi realizado no cassino um baile de carnaval, em 23 de fevereiro de 1935.

 

“O baile inaugural do Casino Balneário Atlântico foi a nota carnavalesca de sabbado passado. Todo o Rio elegante compareceu, por assim dizer, a festa sumptuosa que mobilizou os círculos sociaes da metrópole para o primeiro grande baile do Carnaval de 1935. Luxo. Alegria. Deslumbramento. Delírio. Nos salões do novo centro da elegância, em Copacabana, decorados pelos 96 artistas Gilberto Trompowisky e Luiz de Barros, movimentaram-se as figuras mais expressivas do nosso mundanismo. Focaliza esta página alguns detalhes photographicos da grande festa do Casino Balneário Atlântico, que annuncia para os quatro dias de Carnaval outros bailes igualmente sumptuosos” (Fon-Fon, 9 de março de 1935).

Imagem da Inauguração do Cassino Balneario Atântico - 1935 - Revista Fon Fon

No mesmo ano de sua inauguração, 1935, o Cine-Varieté, no Casino Balneário Atlântico, passou a receber o público, tornando-se um dos mais chiques e elegantes locais da Avenida Atlântica. Apresentava produções internacionais e nacionais e realizava matinés infantis. Aos domingos eram distribuídos brinquedos para as crianças.

Imagem de anuncio do Cine Variete - Cassino Balneario Atlântico

 

Desenvolvimento

 

A implantação dos arranha-céus em Copacabana dividiu as opiniões dos moradores: para uns, os edifícios não passavam de casas de cômodos e pareciam verdadeiros caixões, para outros, eram uma onda de civilização. De qualquer forma, a quantidade de edificações como essas, era ainda pouco expressiva. Os prédios mais altos localizavam-se na Avenida Atlântica, na Avenida Nossa Senhora de Copacabana e no Lido – os lugares que possuíam maior largura.

Imagem da Praça do Lido - Copacabana - Anos 30 - Brasiliana Fotografica

Em 1933, já havia 70 edifícios de apartamentos, sendo 7 com mais de 10 andares e 63 com mais de 4 andares.

 

Apesar de ainda existirem muitas casas, o surgimento dos pequenos e grandes prédios foi mudando rapidamente a fisionomia das ruas do bairro.

 

Copacabana teve a sua paisagem marcada pelas construções em estilo art-decó, com a simplicidade das linhas retas, as janelas inspiradas em vigias de navio e guarda-corpos de ferro arredondado. Foi neste bairro que este estilo se mostrou de forma mais expressiva. Até hoje, podemos identificá-lo em alguns prédios: nos vastos halls, nos detalhes em ferro e vidro das portas, nos letreiros e luminárias, nos relevos sutis do concreto das fachadas, nas saliências e reentrâncias…

Imagens de edificios em estilo art decó - Praça do Lido - Anos 40 - Arquivo Geral

Em 1938, na administração do prefeito Henrique Dodsworth, são concluídos os trabalhos de corte do morro do Cantagalo, ligando Copacabana à Lagoa Rodrigo de Freitas.

Imagem da abertura do Corte do Cantagalo - anos 40 - Arquivo Geral

A década de 40 viu Copacabana se firmar como bairro chique e sua vida noturna é dividida entre seus dois cassinos.

 

Durante a administração de Dodsworth na prefeitura do Rio de Janeiro, intervenções urbanas atingiram a área da boemia, particularmente na Lapa, colocando abaixo centenas de edifícios, abrindo parques e avenidas, ao mesmo tempo fechando os prostíbulos no Mangue (1942) e reprimindo a boemia malandra da Praça Onze.

 

Logo depois de empossado, em 30 de abril de 1946, o presidente Eurico Dutra, em decreto, proíbe o jogo no Brasil, cassinos (seguindo os conselhos da então primeira-dama, D. Santinha, de que acabasse como aqueles "antros de pouca vergonha"), atingindo diretamente o meio artístico.

 

O Cassino Atlântico fechou as portas por não ter um hotel de sustentação, como era o caso do Copacabana Palace Hotel, que transformou o espaço para shows e outras atividades turísticas. A recuperação viria com uma transferência da boêmia para as boates em Copacabana.

 

Assim surge a nova boêmia em Copacabana, onde o seu templo maior (embora de curta duração e final trágico) foi a boate Vogue.

Imagem da antiga Boate Vogue em Copacabana - Anos 40

“Tematizar o bairro de Copacabana dos anos 40 e 50 é resgatar as ambiguidades e tensões de uma nova maneira de viver. Como o bairro mantém um sentido tradicional de antigos bairros cariocas, permanece nele certa relação de convívio por meio de pequenas solidariedades, mas plena de vigilância e controle. ”

 

“Também já se pode perceber uma tendência para novas perspectivas frente ao mundo (um individualismo privatista), novas formas de ser, de agir e de sentir, aliadas à impessoalidade de certas relações, a uma frieza e à expansão crescente da violência urbana. ” – Depoimentos de então moradores do bairro.

 

Nessa época a vida noturna da cidade transfere-se definitivamente para Copacabana e o comércio varejista tinha 793 estabelecimentos, enquanto a população do bairro chegava perto dos 75.000 habitantes.

 

Devido a importância do bairro, na Academia Brasileira de Letras de Janeiro de 1946 havia vários Imortais morando em Copacabana.

 

Copacabana, a Princesinha do Mar, foi eternizada em música de João de Barros, o Braguinha, e Alberto Ribeiro e gravada em 1946, por Dick Farney, tornando-se conhecida no mundo todo, com centenas de gravações.

Imagem de Dick Farney em gravação da musica Princesinha do Mar - Anos 40

Naturalmente, com toda essa nobreza e afluência, duas grandes favelas já estavam nas encostas dos seus morros, desde a década anterior: a do Cantagalo e a da Babilônia.

 

O bairro crescia, construções de casas e edifícios eram levantadas e ruas abertas em direção do mar.

Imagem de Copacabana - Anos 40 - IMS

Na próxima matéria chegaremos aos agitados anos 60 e 70 na princesinha do mar. Não percam!

 

 

Fontes:

@aclubtour

Acervo Museu Aeroespacial

Arquivo Geral

Biblioteca Nacional

Brasiliana fotográfica

Instituto Moreira Salles


 

André Conrado


 

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