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Revista do Villa

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Copacabana, a princesinha do mar

Convido ao leitor para iniciarmos a uma bela viagem no tempo, na história dos primórdios do bairro mais famoso do mundo! Copacabana.

Imagem do antigo areal - Copacabana - Século XIX - Arquivo Nacional

O nome Copacabana e sua ligação com o bairro inicia-se no século XVII, com a chegada de comerciantes de prata, bolivianos e peruanos, que eram conhecidos como “peruleiros”. Os imigrantes motivados por sua fé trouxeram uma réplica da imagem de Nossa Senhora de Copacabana. A imagem foi depositada no interior de uma capela, erguida sobre um rochedo, onde hoje se encontra o Forte de Copacabana, e posteriormente deu o novo nome ao bairro.


Imagem da Capela em homenagem a Nossa Senhora de Copacabana - Final séc XIX

A primeira lenda que se conhece sobre Copacabana o bairro, que já tinha este nome, conta que duas baleias, encalhadas segundo alguns, livres segundo outros, teriam aparecido na praia, no final de agosto de 1858. Entre os dias 22 e 23 daquele ano, centenas de pessoas - com o Imperador Pedro II e sua comitiva à frente - deslocaram-se para vê-las.

Imagem dos primordios de Copacabana - Século XIX - Arquivo Nacional

Os mais ricos seguiam de coches, puxados a cavalo, e levavam um grande farnel barracas para se acomodarem. Outros iam a cavalo, ou mesmo a pé. As baleias não estavam mais lá, apesar disso, quem ficou na praia divertiu-se muito, num piquenique que durou três dias e três noites.

 

Começou daí o namoro da população do Rio de Janeiro com aquele areal inóspito e insalubre, que em meados do século XVIII, trocara o nome de Sacopenapã (toda a região de Copacabana até a Lagoa Rodrigo de Freitas), em tupi o caminho das socós (ave pernalta, da família dos ardeídeos, muito abundante nas restingas do Rio de Janeiro), por Copacabana , mirante do azul, em quichua (nativos do Peru e da Bolívia) e, também, vem do termo aymara arcaico Copakawana e significa aquele que atira a pedra preciosa.

Imagem de Copacabana no século XIX no alto da Ladeira do Leme - Biblioteca Nacional

Desde os primeiros anos do século XVIII, muitas terras de Copacabana eram desmembradas em chácaras de variadas dimensões. Em 1779 Copacabana é integrada no sistema defensivo da cidade, para evitar a entrada de piratas, com a edificação de fortificações no Reduto do Leme  do Forte do Vigia, no morro da Babilônia e o Reduto de Copacabana, junto a Ponta da Igrejinha. Já existiam as baterias do Inhangá do Reduto do Leme.

Imagem do Leme no século XIX

Quando Copacabana não passava de um imenso areal, havia somente um acesso por mar, até alcançar a praia com vários alagadiços onde estariam antigas tabas de índios tamoios.

 

José Martins Barroso, proprietário de terras em Copacabana, mandou construir uma estrada de meia rodagem, onde pudessem transitar carruagens e cavaleiros em direção à praia, ligação que começava na Rua Real Grandeza, subindo a grota entre os morros de São João e da Saudade.


Estava assim criada a passagem que levava à Copacabana.

Imagem da Ladeira do Leme - primeira ligação de Botafogo à Copacabana

Depois de muitas concessões que não deram em nada, a 16 de agosto de 1872, o Decreto 5.058 concedeu ao Barão de Mauá o privilégio, por 20 anos, para lançar cabos submarinos e explorar a telegrafia elétrica entre o Brasil e a Europa através da Brazilian Submarine Telegraph Company.

Imagem do local da instalação dos cabos submarinos Copacabana - Posto 6

Finalmente, a 22 de junho de 1874, o Brasil era ligado à Europa pelo cabo submarino.

 

Nesse dia, por seus serviços prestados, o Barão de Mauá foi elevado a Visconde.


Imagem de Copacabana e suas antigas chácaras - Final séc XIX - Biblioteca Nacional

Até o final do século XIX, Copacabana era um local de difícil acesso. Basicamente era um grande areal, onde viviam alguns pescadores além da Igrejinha Nossa Senhora de Copacabana e chácaras e sítios.

 

Imagem de Copacabana em 1895 - Posto 6 (recém aberta Rua Francisco Otaviano)

Copacabana (Posto 6) em 1895. Vemos a recém-aberta rua Francisco Otaviano, morro Dois Irmãos e Lagoa. A casa à direita, na esquina da Francisco Otaviano, era o famoso rende-vouz de Mère Louise. No pequeno casebre em frente ficava o telégrafo a cabo que ligava o Brasil à Europa, inaugurado em 1874. Alguns anos depois, o Dr. José de Figueiredo Magalhães inicia um serviço de diligências para Copacabana , saindo da Rua São Clemente para a Rua Real Grandeza, em Botafogo, subia ladeira do Barroso , hoje dos Tabajaras , até Copacabana . Já havia uma casa de saúde, com hotel anexo, em 1878, que o Dr. Figueiredo Magalhães mandara construir para atender seus pacientes.

 

Na década de 90, do século XIX, formou-se a Empresa de Construções Civis para lotear Copacabana. Essa empresa foi criada por Alexandre Wagner, seus genros Otto Simon Theodoro Duvivier, junto com Paula Freitas e Torquato Tapajós. Em 1891, a empresa comprou as propriedades de Alexandre Wagner que iam das proximidades da ladeira do Barroso  até o Leme, para abertura de ruas e construções de casas.

Imagem de anuncio de venda de Terrenos da Empresa de Construções Civis criada por Alexandre Wagner e Theodoro Duvivier

Na próxima matéria continuaremos em nossa viagem no tempo pela história de Copacabana.

Não percam!


Fontes:

@aclubtour

Arquivo Nacional

Biblioteca Nacional

IPHAN


 

André Conrado




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