Cesar Augusto dirige Gustavo Vaz e Kelzy Ecard na peça "Terminal" - texto de Gustavo Vaz
- Alex Gonçalves Varela

- 14 de ago.
- 6 min de leitura
Os atores Gustavo Vaz e Kelzy Ecard interpretam um casal de atores em processo de separação que ensaia uma peça sobre o reencontro entre mãe e filho após anos afastados. Três planos se misturam diante da plateia: os atores como amigos, como amantes e como membros de uma família marcada pela falta de diálogo.
A peça joga luz sobre a atual fragilidade da verdade no cenário atual, sobrecarregado de informações, onde fatos e mentiras se misturam de forma quase imediata e, por vezes, imperceptível.
Gustavo Vaz, 21 anos de carreira, é vencedor dos Prêmios Shell e Cesgranrio de Melhor Ator por seu trabalho em “Tom na Fazenda”, e o Special Award de Dramaturgia no Fiat de Montenegro, na Europa. Kelzy Ecard, 31 anos de carreira, é vencedora dos Prêmios APTR por “Incêndios” e “Rasga Coração”. Por seu trabalho na novela “Segundo Sol”, foi indicada aos Prêmios Melhores do Ano (Faustão), Extra e ganhou o Prêmio UOL como Atriz Revelação.

ESTREIA: dia 14 de agosto (5ªf), às 19h
ONDE: Teatro Firjan SESI CENTRO – Av. Graça Aranha, nº 1, Centro / RJ Tel: (21) 2563-4163
HORÁRIOS: 5ª f e 6ª f às 19h, sab e dom às 18h
INGRESSOS: R$40 e R$20 (meia) em https://bileto.sympla.com.br/event/108395 ou na bilheteria de 2ª a 6ªf, das 12h às 19h, sab e dom 2h antes do início da apresentação
CAPACIDADE: 338 espectadores
DURAÇÃO: 80 min
GÊNERO: drama
CLASSIFICAÇÃO: 16 anos
TEMPORADA: até 14 de setembro
A partir de 14 de agosto, o palco do Teatro Firjan SESI será ocupado por dois atores, vivenciando tramas e personagens em três planos distintos: suas próprias personas, um ex-casal durante o ensaio de uma peça e o reencontro de um filho e uma mãe após anos afastados. Kelzy e Gustavo passeiam entre essas camadas, diluindo os limites entre realidade e ficção, enquanto TERMINAL convida o público a transitar por universos que se entrelaçam, revelando, aos poucos, diferentes verdades.
Gustavo e Kelzy, grandes amigos desde o encontro na peça “Tom na Fazenda”, idealizaram o projeto partindo do desejo fundamental de pisarem novamente num palco, juntos.
A peça nasceu da inquietação do ator e autor Gustavo Vaz: “Terminal parte desse contemporâneo carente de significado, fragmentado, para falar da problemática da verdade, essa que escorre entre nossos dedos, essa difícil de capturar, essa que é mais de uma, mas que, por vezes, precisa ser única para conseguir existir. Na era da pós-verdade, onde a IA, mídias sociais e as fake news atravessam nosso cotidiano, a solidez de nossos pactos comuns na construção da chamada realidade se torna uma possibilidade cada vez mais fugidia.”
Vivemos hoje expostos a um mar de imagens, informações e contrainformações produzidas e expandidas pelo universo virtual. Saber – ou definir - o que é verdade e real tornou-se um dos maiores desafios no contemporâneo. Através do teatro e da metalinguagem, numa peça que transita entre diferentes camadas, os idealizadores Gustavo Vaz e Kelzy Ecard experimentam, testam e dissecam problemáticas da nossa época através da maquinaria teatral e de conflitos, histórias e situações facilmente reconhecidas no cotidiano. Entre idas e vindas, as camadas se entrelaçam expondo incomunicabilidades, afetos reprimidos e ressentimentos, tendo o amor como memória e âncora de relações doloridas e, ao mesmo tempo, importantes.
Nas palavras de Kelzy: “Em um mundo tão fragmentado e muitas vezes violento, estamos em busca dos afetos, dos sentidos, das conexões verdadeiras. Nunca foi tão urgente mergulhar em nossa humanidade... Nosso trabalho passeia pelas relações pessoais, amorosas e familiares contaminadas pelo medo, pelas falsas verdades, frustrações, desejos e escolhas que, por vezes, mais nos afastam que nos aproximam.”.
Gustavo Vaz continua: “O texto nos apresenta desafios a partir de sua estrutura de camadas que entrelaça as narrativas. Nesse sentido, a obra propõe um espectador ativo, que use suas próprias ferramentas e sensibilidades para construir, destruir e reconstruir histórias e personagens. Mesmo tratando-se de um drama, a peça traz momentos de alivio cômico, beleza e poesia, abrindo espaço para que percepções sensíveis aconteçam através do poético.”
O diretor, Cesar Augusto, reafirma: “Vivemos um tempo em que as fronteiras entre o real e o imaginado estão cada vez mais difusas, em que a noção de verdade é constantemente fragmentada. O espetáculo surge como um espaço de reflexão sobre a complexidade das relações humanas, num momento em que verdades se sobrepõem, se contradizem e se desfazem com rapidez. Este trabalho, por meio da ficção, propõe um mergulho nas relações humanas dentro desse espectro estilhaçado. A peça conduz o público por camadas em que realidade e invenção se confundem. Uma atriz e um ator se desdobram em cena, transitando entre vínculos amorosos, como mãe e filho ou um casal, ambas possibilidades em tentativas de reconstrução, criando uma experiência cênica que instiga, emociona e também diverte nesse jogo de teatralidades.”
SINOPSE
Um casal em processo de separação ensaia um espetáculo em que interpretam mãe e filho num reencontro difícil. O filho é um jornalista progressista afastado da mãe viúva e conservadora, que mora numa casa antiga abalada pela passagem do metrô recém-inaugurado. Níveis de realidade e ficção se confundem enquanto a relação tensa entre mãe e filho e as discussões entre os atores recém-separados se intensificam e se potencializam.
FICHA TÉCNICA
Idealização: Gustavo Vaz e Kelzy Ecard
Texto: Gustavo Vaz
Direção: Cesar Augusto
Elenco: Kelzy Ecard e Gustavo Vaz
Cenário: Doris Rollemberg
Iluminação: Adriana Ortiz
Figurino: Mauro Leite
Trilha Sonora: André Poyart
Direção de Movimento: Toni Rodrigues
Assistência de direção: João Gofman
Vídeos: Renato Krueger
Programação Visual: Pat Cividanes
Fotografia: Nil Caniné
Mídias Sociais: CulturaLAB
Produção Executiva: Bárbara Montes Claros
Produção: Celso Lemos
Assessoria de Imprensa: JSPontes Comunicação - Stella Stephany e João Pontes
CESAR AUGUSTO - direção
Cesar Augusto é diretor, ator e curador. Um dos fundadores da Cia dos Atores, grupo que se tornou referência na pesquisa e reinvenção da cena teatral brasileira. Em 2024, dirigiu o espetáculo “Claustrofobia”, que lhe rendeu o Prêmio Shell de Cenografia ao lado de Beli Araújo, além da indicação ao Prêmio APTR na categoria Direção. Em 2016, recebeu o Prêmio APTR na Categoria Especial pelo conjunto de suas ações artísticas.
Ao longo de sua trajetória, dirigiu e programou ocupações em espaços como os teatros Gláucio Gill, Café Pequeno e Dulcina, além dos espaços Galpão Gamboa e Garagem Gamboa. É idealizador e diretor do TEMPO_FESTIVAL. Atua como diretor artístico do projeto CÂMBIO, voltado para residências artísticas nacionais e internacionais. Coordena também a Sede da Cia dos Atores, espaço dedicado à formação de novas gerações. Em 2024, foi curador da programação brasileira, país convidado de honra, no Festival Internacional Cervantino, no México.
GUSTAVO VAZ - Texto e atuação
Ator, dramaturgo, diretor, escritor e locutor com 21 anos de carreira. Com diversos espetáculos na carreira, em 2018 venceu os mais importantes prêmios de teatro do Brasil, como Melhor Ator no Prêmio Shell e no Prêmio Cesgranrio e Melhor Ator Coadjuvante no Prêmio Botequim Cultural e no Prêmio Cenym pelo espetáculo “Tom na Fazenda”. Atua frequentemente no cinema, na Tv e no streaming em canais como na Tv Globo e Globoplay, em “Aruanas” e “A Vida Pela Frente”, e na Netflix em “Coisa Mais Linda” e “Só Se For Por Amor” (2022). É diretor, atua e escreve na ExCompanhia, com trabalhos na Alemanha, Portugal, Suíça e Montenegro, onde venceu em 2017 o Special Award no FIAT pela dramaturgia de Frequência Ausente 19Hz. Em 2023 lançou seu primeiro romance.
KELZY ECARD - atuação
Kelzy Ecard é atriz com 31 anos de carreira dedicados ao teatro e, nos últimos anos, também ao audiovisual. No teatro foi indicada e honrada com os mais importantes prêmios, com indicações no Prêmio Mambembe, Prêmio Shell, Prêmio Aplauso, além de receber os Prêmios APTR (por Incêndios e Rasga Coração), Botequim Cultural (por Tom na Fazenda), Cenym (por “Incêndios” e “Tom na Fazenda”) e Questão de Crítica (por “Breu”, junto a Andreia Horta). Esteve em “Tom Na Fazenda”, “Incêndios”, “Breu”, “Rasga Coração”, “Eu, Moby Dick”, entre outros trabalhos. Estreou na TV aberta em Segundo Sol, da TV Globo, tendo sido indicada para os Prêmios Melhores do Ano (Faustão), Notícias da Tv, Extra e ganhou o Prêmio Uol como atriz Revelação. Fez também na Tv Globo a novela Éramos Seis. No cinema, venceu como atriz coadjuvante no Festival da Lapa por sua personagem Fininha, em Maria do Caritó. Participou da Série Espectros do Netflix.
Alex Varela


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