top of page
FB_IMG_1750899044713.jpg

Revista do Villa

Revista do Villa

Revista do Villa

Revista luso-brasileira de conteúdo sobre cultura, gastronomia, moda, turismo,

entretenimento, eventos sociais, bem-estar, life style e muito mais...

Bruxarias e Feitiçarias em Cartago

Estreou o III Festival Oficina da Ópera 2025 no Theatro Municipal do Rio de Janeiro (TMRJ).

(Crédito das Fotos: Filipe Aguiar)

 

ree

A ópera da estreia foi Dido e Eneas, de Henry Purcell, com libreto de Nahum Tate, estruturada em três atos. A direção musical e regência é de Jésus Figueiredo, que conta com a Ensemble Vocal CCTM, e  Ensemble OSTM.

 

Dido e Eneas é uma ópera do período barroco,  em específico do inglês. É equilibrada e harmônica a encenação de Daniel Salgado apresentada no TMRJ.

 

Narra a trágica história de amor entre Dido, rainha de Cartago, e Eneas, o herói troiano que, seguindo o destino de fundar a nova Troia, a abandona. Manipulado por bruxas que enviam um espírito disfarçado de Deus Mercúrio, Eneas parte, levando Dido a morrer de coração partido.

 

O elenco é composto por excelentes cantores, constituindo um competente time de solistas. Ganha destaque Denise de Freitas que faz Dido. Ela apresenta uma voz potente, afinada e límpida. A apresentação da ária “When I am laid in earth” foi notável.

 

Belinda por Loren Vandal também teve uma atuação correta e convincente, com um canto forte e envolvente. Outros destaques foram a feticeira, feita por Carla Rizzi, e as bruxas, feitas por Helena Lopes e Noeli Mello, cujas perversidades levaram a partida de Eneas, a morte de Dido, e a destruição de Cartago. Elas exibiram expressividade, e apresentaram vozes poderosas, bem apoiadas, e afinação precisa. Elas vestem vestidos negros.

 

Na época barroca ainda se acreditava em bruxarias e feitiçarias, elementos mágicos, que conviviam com a fé crista. Magia e fé. A coreografia de Mônica Barbosa apresenta bonitos desenhos coreográficos bem executados pelos bailarinos que integram a apresentação.

 

O belíssimo coro foi um dos principais êxitos da montagem, muito bem dirigido com qualidade, apresentando um trabalho notável de conjunto. Os integrantes trajam roupas pretas.

 

A apresentação da récita contou, também, com um maestro de qualidade, Jésus Figueiredo, que soube extrair boa sonoridade da orquestra e do coro. Houve um perfeito equilíbrio e amálgama do som do fosso com o som do palco.

 

A música de Purcell é de uma beleza de dramaticidade. A montagem se prendeu ao contexto da época barroca, em que se observa na cenografia e figurinos jogos de luzes e sombras.

 

Os figurinos criados por Ana Luísa Castilho são de bom gosto, e apresentam uma correta reconstituição de época, predominando o tom escuro, como o preto e o roxo. Contrasta a esse tom escuro, os figurinos de Dido, Belinda em tom verde, e de Eneas lembrando um militar.

 

A cenografia criada por Mariana Marton é correta, criativa e original. Observa-se o castelo da rainha Dido, com pilastras em tom cinza, contrastando com a entrada do salão do palácio, que apresenta uma cúpula inspirada na cúpula do TMRJ, com a figura de um pavão dourado, e um cortinado. Há também cadeiras, uma mesa, e um platô com degraus.

 

A cenografia e os figurinos se complementam. Bem como a boa iluminação criada por Filipe Magalhães, onde transparece o jogo de luzes e sombras.

 

Dido e Eneas é uma montagem de qualidade de uma ópera barroca, com um elenco forte e competente, e cenografia, figurinos e iluminação que se complementam e apresentando uma plástica de bom gosto.

 

ree

Excelente produção de ópera!


Alex Varela

ree

 
 
 

Comentários


©2024 Revista do Villa    -    Direitos Reservados

Política de Privacidade

bottom of page