Autores lusófonos discutem “descolonização cultural” em Coimbra
- Ígor Lopes
- 1 de jul.
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De 20 a 29 de junho, na Feira do Livro de Coimbra, a Associação Portugal Brasil 200 anos (APBRA) vai promover o debate “A Descolonização do Património Intelectual e Cultural”. O ciclo propõe, segundo os seus realizadores, “uma escuta ativa e coletiva sobre o legado colonial da língua portuguesa”, convocando vozes plurais da literatura e do pensamento lusófono para “redesenhar, com coragem e sensibilidade, os mapas simbólicos da nossa cultura”. A programação terá lugar no Auditório Luís de Camões, na Biblioteca Municipal de Coimbra, com cinco mesas temáticas distribuídas ao longo de dez dias, sempre às 19h, exceto a sessão de abertura, que será às 16h. A entrada é gratuita.
A iniciativa integra o percurso internacional da APBRA, na sequência da Virada Lusófona — Virada Literária, realizada em São Paulo, nas últimas semanas, e do F.LI. Paraíba, em João Pessoa, Paraíba. Em Portugal, em Coimbra, o projeto ganha nova densidade, com o apoio institucional do Município de Coimbra e dos Governos dos Estados da Paraíba, Amapá e Rio de Janeiro, “reafirmando a cidade como centro vivo do diálogo entre territórios de língua portuguesa”.
Entre os participantes, estão representantes dos estados brasileiros da Paraíba, Amapá, São Paulo e Rio de Janeiro, além de nomes provenientes de Portugal e de Cabo Verde, como Pilar del Río, Tom Farias, Germano Almeida, vencedor do prémio Camões, Sérgio de Castro Pinto, Marília Arnaud, Juliana Maia, Naná Garcez e José Manuel Diogo, presidente da Associação Portugal Brasil 200 anos e curador do ciclo.
Segundo apurámos, o evento “propõe reflexões sobre a memória e os territórios, a infância como espaço de resistência, os limites coloniais da linguagem, a fabulação como gesto político e as vozes do presente como força transformadora”. Trata-se, de acordo com a organização, de um convite a “repensar as hegemonias culturais, abrir espaço para narrativas silenciadas e reafirmar o papel da literatura como ferramenta de liberdade e de recomposição simbólica”.
Para José Manuel Diogo, “descolonizar o património intelectual e cultural é libertar a língua portuguesa dos silêncios que lhe foram impostos”.
Este responsável sublinhou ainda que “esta edição da F.LI. Coimbra, é um gesto de escuta, de reparação simbólica e de imaginação do futuro, onde a literatura não serve para decorar o mundo, mas para o transformar”.
Mais informações podem ser consultadas em: www.portugalbrasil200anos.org/flicoimbra
Ígor Lopes

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