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Revista do Villa

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“Andy Warhol: the american dream”: um espelho questionador do pop


Nada mais atual do que a obra de Andy Warhol. Em tempos de redes sociais, onde a obsessão por fama, imagem e curtidas define comportamentos, o artista que previu os “15 minutos de fama” se torna quase um profeta da era digital. Situando este artista, foi Andy Warhol que redefiniu a arte contemporânea ao tornar o banal icônico, como fez com uma lata de sopa.

 

“Andy Warhol: the american dream” não é apenas um documentário, é um retrato de um homem que transformou a cultura de massa em arte. E também transformou essa mesma arte em um espelho assustador da sociedade que consome e é consumida pela própria imagem, o Instagram e o Tik Tok estão aí para provar isso.

 

Com direção precisa e estética reverente, o filme é mais do que uma biografia, ele oferece uma experiência que parece que andamos por uma galeria onde as imagens sussurram. Aliás, o silêncio é um dos grandes acertos do filme. As imagens de arquivo, muitas inéditas, se misturam a depoimentos que, juntos, constroem um Warhol cheio de camadas: o visionário, o menino tímido, o astro provocador e o homem solitário por trás dos flashes.

 


A fotografia alterna entre os tons vibrantes de sua arte pop e uma paleta mais contida nos momentos íntimos, evidenciando o contraste entre o mito e o menino imigrante que rezava para santos e tinha medo da morte. Vemos os dilemas de Warhol: a relação com a fama, a sexualidade velada numa época complicada de se assumir.

 

O roteiro é muito legal ao não romantizar Warhol. A voz de Warhol, lida por atores ou retirada de seus próprios escritos, costura o filme com uma melancolia que aparece sempre perto dele, mesmo nos momentos de glória.

 

Tecnicamente, é impecável. A trilha sonora é discreta e perfeita. O roteiro fez muito bem a função de costurar direitinho esse homem para que a gente se emocione com sutileza. O filme não tenta comover, ele mostra o artista. Warhol nos olha de dentro da tela como quem pergunta: “É isso o que vocês queriam?” E a resposta, talvez, seja a mesma que ele deu aos Estados Unidos, quase como Caetano: sim e não.



Cláudia Felício

@claudiafelicio


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