IA e Autopublicação: A Nova Força que Redesenha o Mercado Literário
- André Aguiar
- 23 de jun.
- 2 min de leitura
Ferramentas inteligentes e plataformas digitais estão mudando quem escreve, como publica e para quem se escreve.

A inteligência artificial já deixou de ser coadjuvante no mundo literário. Em vez de substituir escritores, ela tem impulsionado uma nova geração de autores ao oferecer suporte criativo, revisão automatizada, geração de ideias e até mesmo sugestões de estilo. Plataformas como o ChatGPT e o Sudowrite estão sendo usadas não só por iniciantes, mas também por autores experientes que querem acelerar processos ou experimentar novas vozes narrativas.
Ao acompanhar essa transformação, vejo a popularização das ferramentas de autopublicação como um fator decisivo. Sites como Clube de Autores e UICLAP tornaram possível publicar sem depender das grandes editoras. A combinação de IA com essas plataformas criou um ecossistema onde um livro pode nascer de uma ideia solitária e, em semanas, estar à venda na Amazon com alcance global. O que antes era um privilégio de poucos, hoje está ao alcance de muitos — e isso está reconfigurando as regras do jogo.
Esse movimento se manifesta com força crescente nos grandes eventos. Na Bienal do Livro Rio 2025, por exemplo, o número de autores independentes aumentou expressivamente. Muitos estão ocupando espaços coletivos organizados por plataformas como a UICLAP e redes sociais como o TikTok, onde escritores constroem comunidades engajadas antes mesmo de terem seus livros impressos. É uma revolução silenciosa: menos pautada por críticas literárias e mais guiada pelo contato direto com leitores reais.
Acredito que vivemos um dos momentos mais democráticos da história da literatura. A tecnologia abriu espaço para vozes antes silenciadas por falta de acesso, dinheiro ou influência. Porém, há uma tensão que não pode ser ignorada: essa facilidade pode gerar uma avalanche de obras sem curadoria, dificultando a distinção entre o que é relevante e o que é apenas mais um produto.
E agora?Essa “facilidade” é boa ou ruim para o mercado literário? Estaríamos democratizando ou banalizando a arte da escrita? Quero ouvir sua opinião — mande seu comentário e diga também de qual cidade você está falando.
André Aguiar

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