“Entre Cenas, Risos e Objetos de Cena: O Universo Colorido de Patricia Cravo”

“Entre Cenas, Risos e Objetos de Cena: O Universo Colorido de Patricia Cravo”

Aos 63 anos, Patricia Cravo Costa é um nome que carrega consigo décadas de experiência, sensibilidade artística e um olhar aguçado para a beleza escondida nos detalhes. Carioca, moradora do Leblon e mãe dedicada, Patricia traz no currículo uma trajetória que começou ainda na infância, no bairro do Jardim Botânico, onde cresceu cercada por amigos e pela paixão pela televisão. Desde cedo, sonhava em ser atriz, cercada por jovens que, como ela, futuramente se tornariam nomes conhecidos do cenário artístico brasileiro.

Formada em Jornalismo pela PUC-Rio, sua carreira ganhou forma em 1984, quando conquistou um estágio na TV Globo como Pesquisadora de Arte. Foi nesse ambiente efervescente e criativo que descobriu sua verdadeira vocação: trabalhar com estética situacional, criatividade e inovação. Na função, desenvolveu um olhar atento aos mínimos detalhes das cenas, desde a decoração apropriada até a vivência dos cenários, passando pela pesquisa contextual, atendimento às demandas de diretores e atores, além de providenciar figurantes, objetos cênicos e elementos interativos como pastas, malas, animais, carros, flores e comidas.

Dois anos depois, recebeu um convite da renomada diretora de arte Ana Maria Magalhães para integrar a equipe da recém-criada TV Manchete como Produtora de Arte. Participou dos primeiros projetos da emissora, deixando sua marca criativa. Com o encerramento das atividades da Manchete, retornou à TV Globo, onde permaneceu até o nascimento de seu filho, momento em que decidiu se afastar da teledramaturgia para atuar na linha de shows. Foi nesse universo mais dinâmico que se encontrou definitivamente, trabalhando em programas como Zorra Total, Criança Esperança, Turma do Didi, entre outros, todos ligados a Renato Aragão, com quem desenvolveu uma relação profissional marcante.

A mudança do drama para o humor representou mais do que uma transição de formatos — foi uma reinvenção artística. Patricia entendeu que o humor exigia agilidade, improviso e capacidade de solucionar problemas inesperados com criatividade. Para ela, a produção de arte nos esquetes cômicos é como uma gincana constante, em que objetos de cena ajudam a compor piadas e ampliam o potencial narrativo dos quadros.

Hoje, aposentada da televisão, continua fiel à sua essência criativa. Dedica-se à fotografia, à decoração de mesas e à produção de festas temáticas, sempre com bom gosto e apuro estético. Sua nova empreitada é lançar um canal nas redes sociais com conteúdos voltados à arte e ao humor. A proposta é simples, mas poderosa: contar histórias do cotidiano com leveza, riso e, claro, cenários encantadores.

Sob o nome artístico Patricia Cravo, pretende usar a experiência de vida e a sensibilidade adquirida em anos de televisão para criar conteúdos envolventes, com locações belas, objetos inusitados e aquele olhar artístico que transforma o ordinário em extraordinário. Afinal, para ela, contar uma boa história é também uma forma de arte — e o humor, a mais nobre das linguagens.

Com um percurso guiado pela paixão, pela sensibilidade artística e pela capacidade de transformar ideias em imagens memoráveis, Patricia Cravo mostra que criatividade não tem prazo de validade. Ao trocar os grandes estúdios pela liberdade das redes, ela reafirma sua essência: viver a arte em todas as formas, com humor, beleza e autenticidade. Seu próximo ato já começou — e promete ser tão inspirador quanto os cenários que ajudou a construir ao longo da vida. Afinal, para Patricia, reinventar-se é uma arte que se aprende vivendo.

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Adriano Gonçalves